IsadoraEu já passei por por muitas situações difíceis. Mas não tão complicado como explicar para o homem que achava que era meu pai, que ele não é. O teste de DNA saiu já tem 2 meses, e eu só tive coragem de falar com ele hoje, depois de mantermos contato um com outro desde o dia em que ele foi para casa de sua família. Ele é tão vítima nesse caso quanto eu, porque eu consegui sentir a dor dele somente pela ligação, eu nem tive coragem em olhar em seu rosto com essa notícia. Fomos dois fantoches que Ana Carla adorou brincar, e achou que a conta nunca chegaria, ingênua. Condenada a 30 anos de prisão, em regime fechado e sem possibilidade de ser aberto, mesmo que ela tenha um bom comportamento lá dentro. É o que ela merece, e eu ainda acho pouco, depois de ter brincado com a vida das pessoas desse jeito. Luiz ainda quer manter contato comigo, pois disse que em seu coração eu ainda sou sua filha. Eu perco coisas para que possa ganhar outras, porque nesse momento fui presenteada com
Eu estou atordoada em meio aos meus pensamentos, mas o bebê nasce em alguns dias e eu não tenho nada, inclusive barriga. Como pode uma criança de quase 3 quilos está aqui dentro?Minhas mãos soam, estou apreensiva não de uma maneira ruim, mas sim pelo fato de eu achar que estaria no início de uma gestação e já estou no final dela, e nunca sequer percebi. — Eu estou em choque! — falo, enquanto Leonardo dirige pra casa da Rayanne pra buscar Frida — amor, daqui uns dias só, e nós não compramos nada. — Mas podemos comprar, po. Não seja por isso, não precisa se desesperar. — Eu já estou desesperada. Achei que teria mais tempo para fazer as coisas. — Tipo? — ele me pergunta. — Sei lá. Chá de bebê? Eu não tive isso na gravidez de Frida, queria muito ter feito nesse. — estalo a língua no céu da boca, não vou ter tempo de quase nada dessa vez — a gente nem pensou no nome. Leonardo freia o carro e eu me assusto, olha para ele que me encara, esperando eu falar algo. — O que foi? — pergunt
Pires— Tu vai ficar responsável pela facção, o que der de errado vai cair na sua conta, firmeza? — Álvares, um dos cabeça de cima que comando isso tudo, avisa. — Joga na minha conta que eu assumo. — afirmo — quando eu só comandava um morro a responsabilidade já era toda minha, a facção tá no meu poder, o que vier vou saber bater de frente. — Eu sei que vai. — ele se senta cruzando as pernas, esse aí tem o mesmo espírito de Conrado, mas se moscar vai ter o mesmo fim que ele — sua gestão é interessante, gostaria de saber como sua cabeça funciona. — Tu ficaria perdido com tantas informações. — me levanto, ajeito a arma na cintura e ele me encara — meu papo contigo já foi dado, não aceito pilantragem, o certo é o certo, se eu ver que tem alguém de maldade comigo, o bagulho vai ficar de verdade. — Tu tem vidas a zelar, Pires. Não pense em me ameaçar! — Até agora só estava avisando. — afirma, apoiando as duas mãos sob a mesa me aproximo dele — mas agora, isso é uma ameaça. Se alguém t
Isadora Admirei Frida quando ela voltou para os meus braços, pude contemplar e agradecer por cada minuto que ela passou ao meu lado. Me culpei, me julguei, pelas vezes na gestação que cogitei entregar ela a um lar adotivo, mas depois pude entender que esse teria sido o maior ato de amor que eu teria feito, por imaginar que um dia eu nunca seria capaz de amá-la. Mas eu fui, quando seus olhinhos encontraram os meus. Quando sua mão tocou meu rosto, pela forma que seu choro foi acalentado assim ela se pôs ao meu peito. Isso é o amor. Mas não qualquer amor, amor de uma mãe que se entregou de corpo e alma a maternidade, mesmo tendo passado por dilúvios e tempestades severas. E então, veio Leonardo…Ah, o Leonardo… Ele é aquele abraço quente em uma noite fria do inverno, é o sol penetrando os poros de sua pele e limpando as impurezas. É o homem que vai te elogiar mesmo quando você sabe que não está lá essas coisas, ou que vai tentar levantar seu astral no seu dia mais triste. É o tipo
E P I L O G O 5 anos depois…ISADORA 🥀Habilidosa, é o elogio mais frequente que ouço sobre Frida. Ela luta, decidimos que seria bom para ele desde os 6 anos, e agora participa de vários campeonatos de lutas durante o ano, uma das melhores. — Louis está comendo terra de novo. — Frida avisa — esse menino deve está com a barriga cheia de verme. — E você deixou? — ela sorri e da de ombro. — Ele é criança. Crianças comem terra! — Você não comia!— A senhora que nunca viu. — ela desvia do tapa leve que dou em seu braço e sorri — onde está meu pai? É o meu aniversário e eu ainda não vi ele. — Foi buscar seu avô. Mas acho que eu já posso entregar meu presente, né? — ela afirma com a cabeça toda sorridente, o cabelo encaracolado, nada parecido com o meu. E digo de passagem que ela é a cara de Leonardo, nunca pensei que isso fosse possível. Pego o embrulho com laço rosa e a entrego, que desembrulha rapidamente — use com responsabilidade!Ela pega o celular na mão e me abraça. — Obrigad
Isadora 🥀O Som da minha perna sendo quebrada soou antes mesmo da dor vir, me impedindo de correr para que eu morresse ali mesmo, sem ao menos uma chance de ser socorrida. Machucada, estraçalhada e sozinha num viaduto vazio, os carros passavam por mim como se eu não fosse nada, mas quem vai ajudar uma bêbada seminua na rua essa hora da madrugada?As dores pelo meu corpo se faziam presentes, e eu sentia o toque de cada mão que passava por ele. Estava devastada quando uma senhora de uns 60 anos resolveu me ajudar, e me levou ao hospital mais próximo.— o que aconteceu com você? — Era o que o hospital inteiro me perguntavam, e eu não tinha forças pra falar nada referente ao que havia acontecido. — Você está drogada? Teremos que chamar a polícia!E chamaram, a polícia me interrogou do início ao fim, e eu me sentia envergonhada de denunciar tal ato. 8 homens me estupraram, os mesmo homens que eram meus colegas de classe.— Quer uma carona para casa, Isa? — Perguntou um deles, ao perceber
Quando eu soube da gestação, eu quis desistir da vida. Pensava em suicídio 24 horas por dia, entrei numa depressão profunda a ponto de tomar três garrafas de café por dia, e pasmem, sou alérgica a cafeína. Eu não tinha coragem de amarrar uma corda em pescoço e me enforcar, nem mesmo pular nas profundezas de um rio, morrer afogado deve ser agonizante. Eu pensava em me jogar na frente de um carro, mas se tudo desse errado e então eu não viesse a falecer, ficaria vegetando sob um colchão d'água.Então eu tomava café, até onde eu podia, sei que logo me daria um choque anafilático, eu não correria para o hospital, e sabia que logo poderia ter um infarto do coração ou do cérebro, aí chegaria o fim de todo meu sofrimento.Mas essa minha ideia não deu muito certo, pois minha avó percebeu e constatou meu pai, que contou que eu era alérgica a cafeína e fez com que jogasse até mesmo a garrafa fora.Eu carregava um bebê dentro de mim, um bebê o qual eu nunca poderia amar, por ser fruto do pior d
Pires 🥋Encaro a porta de aço à minha frente, enquanto ouço as conversas do lado de fora. Eu poderia sair daqui em dois tempo, mas vou deixar eles viverem o momento de glória e acharem que são os fodões. Um erro de cálculo me colocou aqui, e estraçalhou a mão de um parceiro que eu nem sei se tá vivo pra contar história.Encurralado num quarto de poucos metros quadrados, uma cama de concreto com um fino colchão sob ela. As paredes mofadas e com várias assinaturas e nomes de facções. Só havia as grades da porta, nem uma entrada de ar por uma janela. Isso porque ainda estava na delegacia esperando minha transferência para o presídio.— Pires? — Pergunta o delegado que parou de frente pra porta, com as duas mãos dentro do bolso da calça, me olhando com desdém. — Não conheço ninguém com esse nome! — Afirmo, sem quebrar o contato visual que ele mantinha, tentando me intimidar, tem que se esforçar muito ainda.— Me falaram que é você. Comandante da Rocinha e envolvido num assalto a um car