Respirei fundo e encarei-a.
Não deixei de olhar seu rosto com as veias subindo pelas bochechas, pronunciadas abaixo de seus olhos injetados de sangue e seus lábios grossos, que estavam levantados e mostravam as presas afiadas. Ela estava parada, o corpo tremendo e as mãos fechadas ao lado de sua cintura. As garras afiadas.
Levantei as mãos.
- Calma. Provavelmente está confusa, com fome e zangada. Tenho o que precisa para que possa se acalmar. - falei baixo, suave.
Me movi devagar, dando um passo após o outro, ainda de frente para ela, indo até a minha bolsa que continha cinco garrafas de sangue. Sempre deixava em estoque, pois me alimentava com uma frequência maior do que os outros. Peguei uma
Apertei meus braços ao redor de Emma.Ela virou seu rosto em direção ao meu pescoço e o beijou.Eu entendia perfeitamente que a atração que estava sentindo por ela, era unicamente pelo elo de criação que nos unia naquele momento. Mas, era estranho pensar que na mesma noite que acabei descobrindo que estava sendo traída… Dei por encontrar aquela linda mulher na taverna como se alguma casualidade da vida tivesse nos colocado frente a frente. Ainda mais se dando conta do mundo em que vivia até sua fase adulta, sabendo o que eu era e me pedindo para transformá-la.No fim, talvez não fosse nenhum tipo de coincidência. Vivi tempo demais para acreditar em coisas banais. Ainda mais tendo ideia de todo o mundo s
Ella encarou o homem belo à sua frente.Samuel Olich, o novo conselheiro mandado pelo Coven estava avaliando os papéis de todo o reino. Vendo toda a capacidade dos clãs que eram coordenadas por ela e lia tudo com uma avidez impressionante. E na verdade, ele em si era muito impressionante. De uma aparência refinada, polido e cortês. Tinha um queixo quadrado muito bem barbeado e bonito, olhos verdes encantadores e cabelos loiros escuros bem penteados. Usava roupas escuras e era extremamente educado e silencioso. Um porte alto e atlético que deixava qualquer mulher de boca seca. Inclusive ela. Talvez tivesse que substituir o guarda com quem mantinha relações casuais.Mas, ao lembrar de sua cama&helli
O silêncio retumbava enquanto prosseguimos mata adentro.Minhas roupas estavam duras e frias, o que estava me deixando ainda mais irritada. Caminhava puxando Benice pelas rédeas e Emma estava montada. As costas dela estavam tortas e ela antes se apoiava em mim para descansar. Seu corpo parecia pender de cansaço, assim como minhas pernas. Eu já estava andando há horas e usava isso como um método para aliviar toda a raiva que estava sentindo.Eu havia ajudado Emma desde o começo e ela havia mentido como uma trapaceira suja. E mais, fazia parte daquele clã nojento ajudando pobres meninas a serem violadas e mortas.- Eu sei que o está pensando. E não é bem assim. - ela disse com a voz baixa. Olhei para Emma se alimentando e fiquei mais aliviada.O sol havia acabado de nascer e depois de tirá-la da mina, consegui achar um pequeno grupo de alces. Abati dois e deixei um para que ela se alimentasse. O sangue animal era horrível, aguado e fétido. Muito mais fraco que o sangue humano, mas ajudaria a cicatrizar os ferimentos dela. Tanto que assim que ela jogou a carcaça do animal para o lado, olhei seus machucados e agora não passavam de cascas que logo cairiam.Nós estávamos ao lado de um riacho e nesse meio tempo também havia buscado Benice, que estava descansando sobre a grama do outro lado com nossas bolsas. Seria uma boa ideia me banhar mais uma vez.Emma andou até onde estava e a olhei.CAPÍTULO TREZE
Ella parou no alto de uma montanha.Não tinha ideia para onde estava indo, mas estava pensando em ir para Londres na matriz principal da Ordem, fingir ser caçadora e poder obter informações de Ártemis.Se seu mestre a pudesse ver agora, teria batido em seu rosto e a feito voltar. Mas, seu demônio regente tinha um período do ano de descanso e hibernava durante seis semanas. Ella sabia perfeitamente que essa época era regada a muito sangue, carne humana e orgias. Sua mãe e avó havia explicado isso por sussurros e informações cortadas. No fundo, não se importava com isso. Seu mestre havia protegido-as de todo aquele caos que fora há duzentos anos atrás, tinha aumentado suas forças e nunca as abandonou. E como ele mesmo dizia, tudo precisava de
Dean ficou completamente paralisado quando se viu diante de uma casa, que provavelmente seria esconderijo de seu grupo da Ordem. Ele reconheceu pelo cheiro próximo de Ártemis e de sua nova vampira, que vinham do casebre. Ella estava ao seu lado com Beatrice. Ambas olhavam para a toda propriedade como se buscassem alguma coisa. Dean sentiu que algo estava sendo omitido dele, mas não se manifestou. Rezava a qualquer entidade religiosa de que sua irmã não estivesse em casa, que por qualquer motivo Ártemis estivesse bem longe dali. - Beatrice, vasculhe os casebres aqui fora. Está parecendo silencioso demais. - Ella ordenou a sua bruxa de confiança. - Sam, você virá comigo para olharmos lá dentro. Dean assentiu e se pôs atrás de Ella assim que ela seguiu para a casa principal. Ambos andaram às pressa
Subi cada degrau puxando minha perna junto como se fosse um acessório e não uma parte de meu corpo. A dor me fazia ranger os dentes e minhas presas já haviam se recolhido. Eu estava completamente cansada, com fome e morrendo de agonia com um corte aberto acima de meu joelho.O cheiro de sangue era vasto e as marcas no chão tornavam claro de onde vinham.Assim que subi para o andar de cima, com as luzes do andar de baixo acesas, era tênue as sombras, mas não foi preciso ir muito longe. Encolhido como um móvel quebrado, um lobo cinzento jazia jogado de qualquer jeito. Meus lábios tremeram e meus olhos encheram de lágrimas. Um vento das janelas abertas passou por minha camisa e não suportei ver aquilo. Dean era tudo que eu tinha. Ele não poderia ir assim.
Ella abriu os olhos, despertando de um sono profundo onde pesadelos antigos a assombravam. Não dava para fugir do passado, ainda mais presa exatamente como havia sido há décadas atrás quando fora atacada por outro clã. As coisas que infringiram a ela tinham machucado seu corpo e sua alma, marcando-a de um jeito eterno. A crueldade dela se tornou ainda pior do que antes e foi desde então que gostava de torturar homens em seu próprio calabouço. Não que sentisse alguma coisa além de prazer absoluto com o sofrimento daqueles cretinos. Seu corpo inteiro doía e queria desesperadamente esticar as pernas, curar seus ferimentos e poder tomar um copo de água que fosse. Seu estômago roncava e precisava se alimentar. Não tinha ideia do porquê a Ordem a queria. Ela trabalhava com alguns traidores, padres ou sacerdotes que atuavam com duas vidas, entre a Igreja e a e