Capítulo 4.Rhuan narrando.Apesar do peso das responsabilidades, nunca fui o tipo de pessoa que tem problemas para dormir, mas não lembro qual foi a última vez que tive um sono tão tranquilo e pesado. Dormi como se não houvesse nenhuma preocupação no mundo para mim, como se não tivesse abandonado a minha responsabilidade para viver uma aventura com a bela desconhecida.Então, enquanto começo a ficar consciente de fato, um sorriso rasgado e sonolento surge na minha boca, quando lembro de como ontem à noite, e durante toda madrugada, fui feliz. Elena… Minha linda Elena, jovem e doce demais para alguém como eu. Com o seu corpo e sua bucetinha quente e apertada, ela me fez sentir prazer de uma forma como nunca havia sentido, e não foi por falta de experiência. As melhores fodas que experimentei foram com ela, e não foi apenas pelo sexo em si, mas pela conexão física tão forte e pela paixão que experimentei, de uma forma que senti que poderia passar a minha vida inteira transando com
Capítulo 5.Elena narrando.MOMENTOS ANTES Quando saí dos seus braços ainda durante a madrugada, fui com o corpo completamente dolorido, depois de ter sido usado até a exaustão, mas com vontade de ficar um pouco mais. Porém, cheia de pressa e com medo de que alguém pudesse nos pegar em flagrante, me dei ao trabalho de pegar apenas a minha camisola e, olhando de um lado para o outro, voltei para o meu quarto no palácio.Tudo o que eu queria era tomar banho e me deitar com o sorriso mais do que satisfeito no rosto, porque jamais considerarei o fato de ter entregado minha virgindade para o homem por quem sempre fui apaixonada um erro. Mas, antes de entrar no meu quarto, fui surpreendida pela minha mãe, que me olhou com desconfiança e quis saber por que eu havia desaparecido durante o baile e por que não atendi a porta quando ela bateu. Inventei uma desculpa sobre como estava com dor de cabeça e queria dormir. Quanto a porta trancada, justifiquei que não queria correr o risco de ter n
Capítulo 6.Elena narrando.Um mês depois...— Um cappuccino com caramelo — falo, e coloco a bebida que o cliente pediu no balcão. Antes de pegar o copo, o homem que tem por volta de quarenta anos me olha demoradamente atrás do balcão e joga uma piscada para mim. Apesar da insistência da minha mãe em me ajudar financeiramente, porque o que ela recebe como governanta do palácio é o suficiente para mantê-la e ainda guardar na poupança, que segundo a própria foi feita justamente para suprir as minhas necessidades quando eu me tornasse adulta, não permito que me sustente por inteiro, afinal, sou capaz de trabalhar para me manter e não ser um peso para ela.Então, para que Juana não fique chateada, porque a conheço e sei que realmente ficaria, permito apenas que me ajude com a mensalidade da faculdade, mas pago por todo resto, como moradia, comida e contas. Para que dê tudo certo no final do mês, preciso trabalhar no período da noite como garçonete. Na parte da manhã, vou para a univer
Capítulo 7.Rhuan narrando.— Finalmente o meu irmão foi fisgado! — Ignácio fala em tom de provocação, ao dar um tapinha no meu ombro. Mas ele não está errado, realmente fui fisgado. Pelos motivos errados, mais fui. Fisgado e sem ter como fugir. — Continue me provocando, idiota. Mas não se esqueça de que a sua hora vai chegar. A sua também, Javier. — Claro que vai, mas não antes de você colocar a coleira oficial no pescoço. Por enquanto, é apenas um ensaio — Ignácio continua.Eu e os meus irmãos estamos no jardim do palácio. Não o que é em formato de labirinto, sim o que fica na parte de trás da construção, que geralmente é usado para eventos mais formais e oficiais, como noivados e cerimônias de casamentos. Aqui, tudo o que se vê é verde. Grama verde e bem-cuidada. Árvores frutíferas e que trazem certa doçura e melancolia a tudo o que acontece nesse local. É quase mágico, mas não há nada mágico no que está acontecendo hoje, é tudo sobre dever e praticidade. Hoje é o meu noivad
Capítulo 8.Elena narrando.Dois anos depois...— Amiga, você tem certeza de que é normal? — Eu não deveria achar o desespero da minha prima engraçado, mas como poderia segurar? Há mais de um ano, estou exercendo a função de mãe solo, então me acostumei de certa forma com cada susto que minha pequena princesa dá em mim.Mas não posso negar que é completamente cômico perceber o quanto outras pessoas ficam apavoradas com algo que é corriqueiro para mim.— Prima, está tudo certo. Você sabe que bebês choram, não sabe? Não é sempre que eles ficam calminhos e doces — falo, ao sair da cozinha e sentar ao seu lado no sofá com a mamadeira na mão.— Eu sei que essas coisinhas fofas gostam de abrir o berreiro de vez em quando, mas faz muito tempo que a Mirella está chorando sem parar. Olha só como as bochechas dela estão vermelhas…— Ela está enjoada por causa dos dentes que estão nascendo. Minha bebê está sentindo muito a gengiva, e às vezes nem mesmo os mordedores e os remédios que passo no l
Capítulo 9.Rhuan narrando.— Você sabe que está mais do que pronto, filho — o rei fala, ao dar um tapinha no meu ombro, enquanto fazemos uma caminhada pelas terras que ficam em volta do palácio. Ele tem o costume de fazer as caminhadas todos os dias pela manhã. São recomendações médicas por causa da sua saúde, afinal, aos sessenta e oito anos, Otávio não é mais nenhuma criança.No meu caso, vim apenas para acompanhá-lo, porque meus exercícios físicos se restringem a andar à cavalo e praticar esgrima, embora até hoje precise me esforçar para não ficar com uma ereção bizarra todas as vezes em que entro naquele salão. Ainda guardo as lembranças que preferia esquecer, mas, mesmo depois de dois anos, lembro dos detalhes de tudo o que aconteceu naquele lugar. — Estou pronto, papai — falo o que ele precisa ouvir. — Além do mais, está mais do que na hora de acontecer. Apesar de aparentemente estar com medo de falar, como eu se ainda fosse aquele Rhuan que fugia apenas com a simples menç
Capítulo 10.Elena narrando.Duas semanas depois...— Pode falar — digo ao telefone. Estou surpresa desde o momento em que meu chefe disse que tinha alguém no telefone querendo falar comigo. Além de o aparelho ter se tornado apenas um item de decoração, afinal, quem usa telefone hoje em dia, ninguém nunca me ligou no trabalho.As pessoas que poderiam estar precisando de mim, minha tia e minhas primas, estiveram comigo mais cedo. — Aqui é o Otávio. — Ouço a voz masculina do outro lado da linha. — Otávio? Eu não conheço nenhum Otávio… nenhum além do… rei Otávio? — Engasgo. Por que o rei em pessoa estaria me ligando? Meu coração dispara e minha mão começa a ficar suada. — Sim, minha criança, você está falando com o rei — o tom da sua voz é quase paternal. — Vossa Majestade, algum problema? — Não sei como dizer isso, mas sua mãe se sentiu mal… De repente, sinto como se as paredes desse lugar estivessem se fechando a minha volta. Minha mãezinha… — Ela está… — Foi apenas um sust
Capítulo 11.Rhuan narrando.— Sim querida, você pode fazer do jeito que quiser, porque eu realmente não me importo com a cor da toalha que ficará sobre as mesas, muito menos com que tipo de flores você escolherá para a decoração — falo ao telefone, antes de desligar.Eu estou tentando ser paciente, mas faz uns dias que minha noiva tem me atormentado com perguntas aleatórias a respeito da organização do nosso casamento.Entendo que está nervosa e que deseja que tudo seja o mais perfeito possível, digno de uma união real, mas tenho coisas mais importantes com as quais me preocupar, por exemplo, como lidar com a dúvida que está começando a me incomodar.Eu não deveria dar atenção, porque tive dois anos para me convencer, e realmente me convenci a dar esse passo. Abri mão de correr atrás da mulher que realmente queria, porque eu sabia que era impossível que ficássemos juntos, mesmo ciente esse tempo todo de que eu só precisava dar um passo em sua direção. Quando estava tudo resolvido n