Capítulo 33. Rhuan narrando.Um mês depois...Eu estava muito enganado quando acreditei que poderia simplesmente fazer as pazes com a minha garota e a levar para casa junto com minha filha. O sogro que eu não precisava, impôs limites e tive que obedecer, porque a própria Elena apoiou a sua ideia. No fundo, também entendi que seria melhor para nós dois não causarmos mais escândalos naquele momento.Não quando a turbulência das nossas vidas estava começando a passar.Então, passei mais um mês indo e vindo da mansão do Duque, em visitas que fiz para minha mulher e minha filha.Em algumas dessas idas e vindas, levei a minha sogra comigo, para que ela pudesse passar um tempo com a filha e com a neta.Por outro lado, a minha namorada não voltou a colocar os pés no palácio ou nas terras em volta. Ela não falou com todas as letras, mas sinto que é uma questão de honra retornar apenas quando for a minha esposa.Depois de todas essas semanas, nós conseguimos reverter a opinião das pessoas em
Capítulo 34.Elena narrando.— O que… Eu fico sem palavras. Quando tento falar, simplesmente não consigo formar frases coerentes. Atordoada, no auge de uma tarde ensolarada, olho em volta e reconheço que estou nas terras do palácio. Então, ao olhar para frente, vejo uma casinha branca com andares e aparentando ser nova. Na verdade, ela é nova, porque estive nesse lado do terreno e ela não estava aqui antes. É uma construção relativamente pequena, mas perfeita para uma família viver com conforto. É linda!Como o meu sonho se tornando realidade. — Essa casa… Tenho até medo de criar expectativas e não ser exatamente o que estou pensando. — Vamos entrar, amor. Tenho algumas coisas para te dizer — Rhuan fala, segura a minha mão e me leva para a cozinha. O cômodo está limpo e novo, mas vazio, assim como os outros cômodos do ambiente. Meu namorado para na minha frente, segura as minhas duas mãos e começa a dizer palavras que eu tenho certeza de que jamais conseguirei esquecer. — Eu
Capítulo 35. Rhuan narrando.Três meses depois...Depois de ter enrolado dois anos e ainda assim não se casar com a socialite Laura Garcia, o príncipe herdeiro Rhuan Vargas não demorou nem três meses para subir ao altar com a sua noiva, Elena Marques... Para refrescar a memória dos mais distraídos, vou relembrar como tudo começou. O nosso príncipe, que sempre foi um prato cheio para a mídia por causa dos seus deslizes e rebeldia desde quando era muito jovem, não decepcionou na escolha da noiva. Todos nós sabemos que o seu quase casamento com Laura foi a sua última tentativa de andar na linha, mas o seu lado intenso falou mais alto e hoje o nosso príncipe rebelde está se casando com a mulher que todos poderiam dizer que é inadequada. Embora não seja mais tão inadequada quanto antes, vale lembrar que quando eles se conheceram e começaram a se envolver, Elena não era herdeira de um bilionário e não era neta do Duque Van Daren. A jovem era tão somente a filha da governanta do palácio
Capítulo 36.Elena narrando.Quando eu era adolescente e sonhava com um casamento de conto de fadas, cujo noivo era o mesmo homem que agora está me esperando no altar e que mal consegue conter a emoção, eu realmente não acreditava que poderia acontecer. Havia a ilusão inocente, mas, no fundo, eu tinha convicção que não seria possível ser feliz do jeito que eu queria. De forma surpreendente, que às vezes nem eu acredito que está acontecendo, a felicidade que me alcançou é tão grande que nem nas minhas ilusões mais delirantes era tão perfeito. A Igreja está cheia e linda do jeito que eu imaginei. Os corredores foram enfeitados com vasos de lírios e rosas, tudo mágico e perfeito para um dos dias mais especiais da minha vida. Todas as pessoas que eu amo estão presentes e quase me fazem esquecer de ficar nervosa por saber que o mundo inteiro está assistindo o dia em que me tornarei esposa de Rhuan Vargas. Ontem eu estava tão nervosa e ansiosa que mal consegui dormir. Na verdade, preten
Capítulo 37.Felizes para sempre. Rhuan narrando.— Finalmente, esposa. Pensei que a festa não iria acabar nunca — digo, ao entrar no quarto carregando-a nos meus braços.O casamento foi lindo e a festa perfeita do jeito que ela havia planejado. Nós tiramos fotos, nos divertimos e confraternizamos com os amigos e familiares, mas o que eu realmente queria e pensava o tempo todo era em ficar sozinho com a minha esposa.Eu queria aproveitar apenas com Elena o fato de finalmente poder a chamar de esposa, mas quase não tivemos um minuto a sós nas últimas horas.— Pensei que estava gostando, marido — provoca, quando a coloco sentada na ponta da cama e me ajoelho para tirar os seus sapatos.— Estava, mas mal podia esperar para ficar a sós com a minha esposa — revelo, ao acariciar o seu tornozelo. — Fale de novo — pede. — Esposa — digo. — Oficialmente minha princesa. Safada, mesmo que esteja vestida como uma fada, minha mulher me empurra de leve com o pé pequeno e eu quase caio com a bund
Capítulo 37. Capítulo bônus Leonardo. Leonardo narrando. Recepção do casamento do príncipe Rhuan e da Elena. O meu coração estava morto há mais de vinte anos e eu acreditava piamente que não havia nada que fosse capaz de o ressuscitar. Eu acreditava que não existia a menor chance de que houvesse algo que pudesse fazer com que a carne oca e apodrecida que chamo de coração, comida pelos bichos da solidão, voltasse a se curar, mesmo que fosse só um pouco, apenas para que eu pudesse continuar respirando e vivendo, sem sentir uma dor quase física. Não que eu estivesse com sede por continuar vivendo ou apaixonado pela vida, essa não poderia ser uma mentira maior. Quis viver pelo meu pai. O duque. O meu pai só teve a mim como filho e ficou viúvo há muitos anos, como se fosse a sina da nossa família perdermos as mulheres que amamos. Com a idade avançada, o Duque é um homem triste e um pouco solitário, eu não poderia me entregar a minha própria dor e deixar o meu pai sozinh
Prólogo.Rhuan narrandoEu já deveria ter aprendido que me deixar guiar pela tentação sempre causa problemas, mas quando acordo com o som de um choro de bebê, simplesmente me levanto no meio da madrugada e, sem me dar ao trabalho de colocar uma roupa mais comportada, deixo o meu quarto.Com o coração um pouco acelerado por razões que prefiro não me aprofundar, desde que não posso fazer nada com a possível resposta, caminho sem fazer qualquer barulho em direção à ala dos empregados do palácio.Eu só posso ter tido um tipo estranho de sonho.Bebês?Não há bebês no palácio. Ainda não, mas haverá quando eu me casar, algo que está muito perto de acontecer. Dessa vez, a cobrança será muito maior.No nosso mundo, casamento é quase uma promessa de bebês, crianças que serão criadas como fomos criados: sem liberdade e sem poderem fazer escolhas próprias.E queira Deus que essas crianças tenham sangue quente correndo nas veias e, assim como eu, pelo menos tentem respirar por conta própria, porqu
Capítulo 1.Elena narrando.Eu vivo dentro de um conto de fadas desde os meus três anos de idade, mas não se engane, porque não é da forma que você está pensando.Moro em um palácio medieval e gigantesco? Moro.Estou sendo rodeada por um rei bondoso e por príncipes belíssimos? Estou.Mas, nesse conto de fada, eu sou a gata borralheira.Na verdade, a filha da empregada, uma das muitas empregadas que fazem parte do quadro de funcionários do castelo, tudo porque o próprio rei Otávio foi benevolente quando permitiu que uma das suas funcionárias trouxesse a filha de três anos para morar aqui quinze anos atrás.Ele não quer que ninguém saiba, mas, por baixo dos seus sorrisos condescendentes e ensaiados, existe um coração que não é de gelo, não cem por cento.E não é apenas por ter permitido que mamãe me trouxesse com ela, mas pude ver pequenos atos de bondade do monarca de perto e não posso deixar de admirar a forma como governa o reino de Solari.Nada disso significa que não tem pulso firm