Ao mesmo tempo em que eu me arrependia de ter seguido o carro do pai de Betina, não me arrependia de ter tomado as decisões que tomei. Não podia mais colocá-la em risco e estava determinado a cumprir essa promessa, porém não imaginei que vê-la ir embora arrasaria tanto meu coração.
Hoje faz um mês que ela se foi e em nada diminuiu o desespero que sinto toda vez que penso nela. Me odiava por fazê-la sofrer.
Vi naquele carro toda a tristeza que eu estava fazendo a minha garota passar e me odiei ainda mais. Não foi assim que imaginei aquela cena. Não foi assim que pensei que as coisas aconteceriam entre nós.
Ela nunca iria saber, mas desde o dia em que a deixei em casa, nunca me afastei por completo.
Monitorei cada passo que ela deu, vi cada suspiro e cada lágrima que ela soltou quando achou que ninguém mais via. Ela estava arrasada e eu ainda m
BetinaToda a euforia a minha volta não era pareô para o desespero que eu podia ver nele.Drake estava mais apático do que antes, não sorria e seu agradecimento pela comemoração era um simples aceno de cabeça.Aquilo me doía, me rasgava por dentro não saber como ajudar o homem que me transformará em uma fugitiva.Eu pensei em contar aos meus pais que iria voltar para São Paulo, pensei em dizer que viria visitar a Ana, mas eles desconfiariam, afinal desde que me mudei ela nunca me procurou e eu nunca mais quis saber dela.Minhas rotinas também não eram das melhores já que eu tinha decidido trancar minha faculdade de musica até que tudo voltasse ao normal, mas quem eu queria enganar, eu estava a dois meses juntando dinheiro para aquela viajem. Juntando cada centavo que ganhava como professora particular de piano de algumas crianças do meu ba
Acreditei que quando ele me tocasse tudo voltaria ao normal, que tudo o que sentíamos um pelo outro se manifestaria e ele diria o quanto sentiu minha falta.— Eu já estive e sei bem o que pode acontecer e eu quero Drake, eu quero...— Bambina, me escute — ele me trouxe para ainda mais perto — Eu queria poder te dar o mundo, te dar tudo o que você merece, mas eu não posso, porque o que você merece não se compra. Tudo que eu tenho é limitado. Minha liberdade não é minha, meus atos não são meus. Eu sou o Capo apenas dos Cacciatores, mas respondo ao Dom da máfia King. Não posso ser o que você merece, entende?— Não, Drake, eu não entendo — meus olhos começaram a transbordar e me afastei dele. Ele estava abrindo mão de mim novamente e eu não sabia o que pensar sobre aquilo.— Betina... &mdas
Drake não me tocou enquanto não saímos do evento.Coloquei minha roupa de volta no lugar e fui até o chefe do buffet me despedir. É claro que o homem ficou furioso pelo meu sumiço e ainda mais por eu dizer que iria sair no meio do evento.—Você é uma irresponsável. NUNCA MAIS IRÁ CONSEGUIR EMPREGO EM NENHUM LUGAR DE SÃO PAULO — o ouvi gritar enquanto dava as costas.O que mais ele poderia fazer, me bater? Não, com certeza não iria se queimar por tão pouco.Encontrei Drake sentado no capo do seu carro de corrida, onde ele disse que me esperaria. Não havia mais ninguém naquele lugar.— Está pronta? — concordei com a cabeça e ele abriu a porta para mim. — Vou te levar para sua nova casa. — mordi o lábio enquanto me sentava em seu carro.Tudo aquilo parecia um sonho, e
Mesmo sem nenhum experiência previa, ele me queria e eu daria tudo só para ter mais esse momento de intimidade entre nós.— Quero que me faça sua — falei aos sussurros.— E quer que eu te beije aqui — ele colocou a boca em minha barriga.—Não.— Então aqui — novamente ele estava em minha coxa direita.— Não — falei mais firme.— Aqui — ele correu a língua pelo cós da calcinha.— Mais para baixo — já estava me retorcendo de desejo.— Ah por que não disse antes — ele passou a língua pelo pano de minha calcinha e me senti inflamar. — Aqui te faz pulsa, bambina?— Sim!— Você quer mais?— Sim!—Desse jeito? — ele continuou esfregando a língua por sobre a calcinha, mas eu queria mais con
Não foi difícil me acostumar com a rotina de Drake.Cedo ele sempre me esperava acordar para levantar da cama, ele me abraçava e ia para seu banho enquanto eu corria para o outro banheiro para me arrumar.O café da manha era sempre farto e sortido, as cozinheiras eram muito dedicadas e pareciam gostar do que faziam. Ele me apresentou a todos e me senti bem recebida por alguns. Não era assim sempre.Nas primeiras reuniões em que ele me levou, sua famiglia me olhou de cima abaixo e desdenhou o meu nascimento.Não existia uma fibra em mim que tivesse parentes na Itália e isso era uma abominação na visão deles, contudo ninguém era louco de contestar a decisão do Capo e eu não era louca de dizer a ele sobre os olhares que recebia quando ele não estava por perto.— Não pode ficar só mais um pouquinho comigo essa manha?
Lady B.Voltei para casa angustiada, eu sabia que deveria uma explicação a eles, sabia que eles mereciam mais de mim, mas não tinha forças para aquilo. Ainda não.Eu precisava achar uma forma de casar os dois mundos e manter tanto meus pais em minha vida como Drake.Na casa o silêncio reinava, os funcionários de Drake ainda não me viam como a nova integrande da famiglia ou a mulher de sua vida, eu era apenas o novo brinquedo que eles não precisariam se preocupar.Fui até nosso quarto e joguei minha bolsa para o lado e me sentei analisando toda a situação que estava a minha frente. Eu tinha o poder de escolha, mesmo assim me sentia errada por fazê-la.Troquei de roupa e desci as escadas não vendo ninguém pelo caminho. Fui até o piano de cauda e me sentei nele alisando de um lado ao outro. Respirei fundo e levantei a t
Não sei em qual momento peguei no sono, mas quando acordei Drake estava sentando na poltrona ao lado de nossa cama me encarando.— Que horas são? — perguntei me sentando na cama.— Três horas da manhã. — olhei para as cortinas fechadas e voltei a encará-lo. — Por que não me disse que ainda não tinha contado a seus pais? — ele estava sério e com razão.— Vai me fazer voltar? — falei jogando minhas pernas para fora da cama.Drake se levantou e veio em minha direção com seu olhar felino, avaliando todos os meus movimentos. Ele parou a minha frente e se abaixou colocando as mãos no colchão uma em cada lado de minha coxa.— Não, se não quiser — seus olhos procuravam alguma coisa e meu rosto e eu não sabia dizer o que era. — Mas não quero que minta novamente para mim.
Drake fazia o possível para eu me sentir aceita, sempre me colocando em seus meios sociais e em suas atividades cotidianas, porém nem sempre eu me sentia assim.Era difícil ver os olhos das pessoas em minha direção me incriminando por amá-lo, por estar ao lado dele. Eu tentava a todo custo me fazer de forte, provar para ele que não estava sentindo a indiferença, mas quando ele dormia, nem sempre eu fazia o mesmo. Vagava pela imensa mansão pensando em tudo que estava acontecendo em minha vida.As vezes eu sentia vontade de ir embora.As vezes eu questionava a minha decisão.As vezes eu me sentia errada por amar.— Por onde você está vagando agora? — Luiza tinha chegado em casa a algum tempo. Desde que ela me levou para o estúdio de tatuagem e depois passou para Drake o meu recado, mesmo que não atendido, eu passei a vê-la co