DARKSe alguém me dissesse há dois anos que eu estaria segurando um bebê, esse bebê sendo meu, em um enorme e lindo jardim, cercada por homens armados e que o pai do meu filho era um criminoso, eu iria achar tudo isso uma piada de mal gosto.Nunca fui paciente ou obediente, pelo menos não quando eu tinha a opção de matar a pessoa. Me preocupei à toa em relação ao estado do homem que mudou a minha vida, usei tanto a raiva que ele me causou, para me afundar dentro de um lugar escuro, que achei estar segura novamente.Sem perceber, deixei que esse homem me prendesse a ele, e não estou falando do Luke, falo dos meus sentimentos que me impedem de acabar com ele só para me libertar.De uma forma distorcida, eu estava gostando, lá no fundo, da sua dedicação em me manter por perto, mas a outra eu que ainda residia no meu cérebro, implorava para matar esse sentimento de afeição e desaparecer. Porém, o que eu realmente desejava era esquecer o último ano e aproveitar essa nova oportunidade, mas
Dark— Porque meu pai os criou para não ter. — Disse me surpreendendo. — Todos nós nos livramos do carma que era o nosso pai. Primeiro, Dante nunca foi tratado como filho, nem como uma pessoa, por ele. Meu pai era frio e calculista, acho que a volta de Michael descreve bem quem ele era, mas Lorenzo era seu filho legítimo, o garoto que o sucederia, e por isso foi criado longe de mim e da nossa mãe. Ainda era aqui, nesse lugar cheio de homem e um grande muro, mas não poderíamos nos ver. Minha mãe não podia dar amor aos dois, pois meu pai dizia que sentimentos eram para mulheres e maricas. Eles viviam treinando e no meio de pessoas que só pensavam nesse mundo do crime. Por sorte ou asar meu pai morreu, levando com ele a nossa mãe. Dante se fechou, pois perdeu a única mãe que ele conhecia, Lorenzo continuou os negócios, mas nunca tiveram realmente um momento ou motivos para amar ou serem afetuosos, só com Giovanna. Então você apareceu e despertou alguma coisa no Lorenzo. Eu nunca o vi tão
— Odeio ficar encurralada, e você me deixa assim. — Sussurrei quase sem ar suficiente para formar as frases. Involuntariamente, umedeci os lábios, encarei sua boca como se fosse a fruta mais cobiçada, criei uma expectativa tola no meu peito, porém, parece que a consciência tomou o poder e o afastei de leve. Estava quase jogando tudo para o ar e aproveitando desse momento idiota. — O que quer me dizendo isso? Acha que sou idiota? Nunca mais vou acreditar em você, e não é porque agora tenho um filho seu que vou...Calei minha boca quando a sua roubou o resto de sanidade de mim. O beijo urgente e desesperado, trouxe consigo o êxtase que tanto busquei esses últimos meses. Nenhum homem era tão interessante ou atraente quanto ele, mesmo me esforçando muito para achar alguém que me fizesse esquecer esse imbecil.Parecia que eu estava sendo jogada em uma fornalha, pois o fogo crescia dentro de mim como um vulcão prestes a entrar em erupção. Seu toque, o beijo de tirar o ar e aquela paixão idi
— Palavras bonitas não enchem o meu ego, Lorenzo. — Era mentira, já que estava amando ouvi-lo dizer essas coisas, mas se ia mesmo dar uma oportunidade de mudar as coisas, eu não seria a burra de entregar o meu coração tão facilmente. — Casar comigo é a sua carta no baralho?— Não, Dark, não é, no entanto, você não confia nas minhas palavras, então será difícil dizer algo para convencê-la dos meus sentimentos. — Disse irritado.— Se coloque em meu lugar, imaginando que confiava o bastante em alguém para revelar coisas que ninguém nunca saberia, para no fim, você jogar fora tudo o que sabemos um do outro e agir como se eu fosse sua inimiga. — E aqui estava eu outra vez revelando como me sentia para ele.— Errei, sei disso e ainda me condeno, Dark, mas espero uma única oportunidade para provar que me arrependi e que quero mudar esse fato.Talvez estivesse muito na defensiva, porém, tinha que tomar cuidado para não perder a noção das coisas que me enfiar em um buraco maior do que já estav
LORENZOFoi surpreendente dizer tudo aquilo para Dark. Nunca falei sobre sentimentos, muito menos os meus por outro alguém.Eu não sabia lidar com eles, era intenso e confuso, às vezes. Mas quando sentia, era como se isso me causasse um medo fora do comum, de perder ou machucar. Muitas vezes eu não dizia o que estava se passando dentro de mim, não media esforços para proteger quem eu amava, e isso podia causar uma má impressão, pois quase todas as vezes minhas ações não eram tão claras e a outra pessoa sempre achava que eu estava sendo mandão ou exigente, mas com a Dark era tudo diferente, tanto no sentimento que eu tinha pela diaba, quanto pela insistência em me desafiar.Não podia negar que às vezes gostava disso. Nenhuma outra já conseguiu me dominar como aquela mulher. Ela tinha o poder de me fazer calar e concordar com coisas nas quais eu discordo, me tinha de joelho, mesmo que não fosse literalmente.O problema era que eu não queria perde-la outra vez. Estava na corda bamba. Se
— Está dizendo que quer caça-lo? — Perguntou Dante franzindo o cenho.Eu não queria ouvir essa conversa ou me envolver. Era como se qualquer palavra que saísse da minha boca gerasse uma consequência errada.Meu irmão me encarou, ainda desconfiado, eu não disse nada e Dark tomou a iniciativa de voltar a dizer o seu plano.— É óbvio que essas pessoas sabem quem vocês são e seus soldados, mas não conhecem a mim, e quem desconfiaria que uma mulher estar buscando pelo seu inimigo? É provável que esse idiota seja tão babaca quanto vocês, ao pensar que uma mulher não pode ser tão boa quanto vocês no quesito matar.— Na verdade, acho que tem razão. — Ele disse, realmente cogitando deixa-la sair e caçar Michael. Eu estava quase jogando o copo em minha mão, nele. — Você pode entrar em lugares no qual não podemos, não por sermos proibidos, mas por chamar atenção. — Estava claro para mim que Dante estava gostando do que estava acontecendo. Me irritar era sua diversão. — Pode falar com pessoas que
DARKNunca imaginei que estaria em uma situação como essa. Lorenzo se tornou uma pessoa totalmente na defensiva, e estava claro para mim agora que de uma forma bem distorcida, ele se importava mais do que imaginei comigo.Sempre fui a mulher determinada que estava sozinha e fazia o que queria. Ninguém nunca se importou com o meu bem-estar ou se voltaria para casa. Mesmo sendo durona e achando que não ligaria para tais banalidades, lá no fundo, me sentia sozinha e no escuro, com um mostro vigiando à porta para que eu não pudesse sair.Os últimos meses foram difíceis, não só pelo fato de que passei a ter sentimentos por uma pessoa, mas porque no pouco tempo que estive aqui, tive o prazer de não estar mais no escuro, sozinha. Lorenzo, mesmo sendo errado e não parecendo realmente me querer, estava comigo, me fez acostumar com a possibilidade de não estar mais sozinha, então quando tudo desmoronou e tive que ir embora, foi como se alguém tivesse me jogado dentro do buraco escuro, da forma
— Vou explicar melhor. — Deixei o copo, meio vazio, de lado e coloquei ainda mais o meu corpo sobre o balcão. A boate estava movimentada e barulhenta. Não tinha tantas pessoas ao nosso redor, e os que vinham era para pegar suas bebidas e logo saiam. Na verdade, queria que tudo isso acabasse logo para voltar para perto do meu filho. Era estranho e perturbador descobrir que uma criança minúscula tinha tanto poder sobre os meus pensamentos. — Essa brincadeira para conseguir poder já está chegando longe demais. Você está satisfeita com o seu trabalho e com a proteção que os Mitolli dão a você e a todos? E o medo constante de não saber se vai morrer ou não, só por trabalhar nesse lugar, deve a atormentar muito. — Ela concordou com a cabeça, e continuou me ouvindo. — Tenho interesses de que a família continue no poder, e para isso, terei que acabar com esse Michael, mas como todos sabem, está difícil achar o covil onde ele se enfiou, e uma coisa que aprendi nos anos em que passei caçando ho