— Está dizendo que quer caça-lo? — Perguntou Dante franzindo o cenho.Eu não queria ouvir essa conversa ou me envolver. Era como se qualquer palavra que saísse da minha boca gerasse uma consequência errada.Meu irmão me encarou, ainda desconfiado, eu não disse nada e Dark tomou a iniciativa de voltar a dizer o seu plano.— É óbvio que essas pessoas sabem quem vocês são e seus soldados, mas não conhecem a mim, e quem desconfiaria que uma mulher estar buscando pelo seu inimigo? É provável que esse idiota seja tão babaca quanto vocês, ao pensar que uma mulher não pode ser tão boa quanto vocês no quesito matar.— Na verdade, acho que tem razão. — Ele disse, realmente cogitando deixa-la sair e caçar Michael. Eu estava quase jogando o copo em minha mão, nele. — Você pode entrar em lugares no qual não podemos, não por sermos proibidos, mas por chamar atenção. — Estava claro para mim que Dante estava gostando do que estava acontecendo. Me irritar era sua diversão. — Pode falar com pessoas que
DARKNunca imaginei que estaria em uma situação como essa. Lorenzo se tornou uma pessoa totalmente na defensiva, e estava claro para mim agora que de uma forma bem distorcida, ele se importava mais do que imaginei comigo.Sempre fui a mulher determinada que estava sozinha e fazia o que queria. Ninguém nunca se importou com o meu bem-estar ou se voltaria para casa. Mesmo sendo durona e achando que não ligaria para tais banalidades, lá no fundo, me sentia sozinha e no escuro, com um mostro vigiando à porta para que eu não pudesse sair.Os últimos meses foram difíceis, não só pelo fato de que passei a ter sentimentos por uma pessoa, mas porque no pouco tempo que estive aqui, tive o prazer de não estar mais no escuro, sozinha. Lorenzo, mesmo sendo errado e não parecendo realmente me querer, estava comigo, me fez acostumar com a possibilidade de não estar mais sozinha, então quando tudo desmoronou e tive que ir embora, foi como se alguém tivesse me jogado dentro do buraco escuro, da forma
— Vou explicar melhor. — Deixei o copo, meio vazio, de lado e coloquei ainda mais o meu corpo sobre o balcão. A boate estava movimentada e barulhenta. Não tinha tantas pessoas ao nosso redor, e os que vinham era para pegar suas bebidas e logo saiam. Na verdade, queria que tudo isso acabasse logo para voltar para perto do meu filho. Era estranho e perturbador descobrir que uma criança minúscula tinha tanto poder sobre os meus pensamentos. — Essa brincadeira para conseguir poder já está chegando longe demais. Você está satisfeita com o seu trabalho e com a proteção que os Mitolli dão a você e a todos? E o medo constante de não saber se vai morrer ou não, só por trabalhar nesse lugar, deve a atormentar muito. — Ela concordou com a cabeça, e continuou me ouvindo. — Tenho interesses de que a família continue no poder, e para isso, terei que acabar com esse Michael, mas como todos sabem, está difícil achar o covil onde ele se enfiou, e uma coisa que aprendi nos anos em que passei caçando ho
DARKA noite ontem foi maravilhosa, devo confessar. Lorenzo, assim como Luke, eram a minha fraqueza e nem sempre isso é ruim.Estava determinada a mudar as coisas, tentar, assim como ele pediu. Mas para que isso aconteça ainda tínhamos que passar sobre as barreiras e uma delas tinha que ser quebrada o quanto antes.Segui as instruções que a mulher de cabelos vermelhos me deu noite passada. Era mesmo complicado chegar ao lugar indicado e foi estranho notar que existia algumas armadilhas ou pessoas observando que entrava e saía do lugar.Apesar de parecer abandonado, não era tão destruído quanto pensei. Tinha plantações e pessoas colhendo frutas, algumas delas me olharam com estranheza e medo, o que me deixou em alerta.Antes mesmo de chegar ao antigo hotel, que hoje era habitado por algumas pessoas, uma mulher de bastante idade, cabelos brancos e roupas engraçadas, apontando uma espingarda para mim, se aproximou.Ela estava com raiva e eu ainda nem tinha aberto a minha boca.— O que fa
DarkGabriela estava brincando com o Luke no meio do quarto quando cheguei. Ele adorava as pelúcias e sorria como se fosse a coisa mais interessante do mundo.Desde que voltei a minha preocupação era de que algo acontecesse com ele. Nunca me dediquei ou amei uma pessoa tanto na vida. Ele era pequeno e frágil, doce e sensível, a mistura de tudo o que eu mais achava uma fraqueza.Não importava o quanto seria difícil acabar com esse Michael, eu faria de tudo para mata-lo, só para que ninguém chegasse a cem metros do meu filho.— Achou algo de útil? — Ela perguntou, ainda de costas para mim, o segurando em sua frente, que sorria e mostrava as suas covinhas fofas. — Está pensativa ou preocupada ou os dois?— Posso ter encontrado a localização dele, mas o problema será entrar lá e acabar de uma vez por todas com esse homem. — Falei entrando no quarto e retirando os saltos. — Lorenzo vai acabar deixando as emoções tomarem conta e estragar as coisas, podemos perder e ele vencer, tem tanta coi
— Vamos para o escritório, Lorenzo está quase voltando da reunião com os investidores, e nenhum lugar dessa casa é à prova da sua explosão. — Falou passando por mim e entrando.Estava começando a sentir falta de fazer as coisas sozinha. Se não fosse tão arriscado e eu não tivesse o Luke, faria esse trabalho como sempre fiz, mas a maternidade vem com algumas modificações e sentimentos que me deixaram mais cautelosa. Se eu morrer, deixarei o meu filho nas mãos do pai maluco dele e tenho as minhas próprias convicções para passar para aquele menino, nunca que vou deixar que ele se torne um Lorenzo 2.0.Criar barreiras para impedir que aquele homem nos ouvisse, era quase uma tolice, mas mesmo assim o fiz fechando a porta.— Achei a informação que precisávamos, mas claramente seu irmão terá que ficar de fora. — Falei ao me concentrar. Estava nervosa e pensativa. Eu era perfeccionista, e não queria que nada desse errado. — Ele pode estragar tudo.— Isso será impossível, assim que souber onde
LORENZODark era como um furação que me levava com a sua força incomum. Ela era a única pessoa na qual eu faria tudo, até mesmo morrer.Difícil, provocativa e irresistível, eram algumas das suas qualidades e defeitos, e mesmo sabendo que ela estava acabando com os meus neurônios, meu coração a desejava mais que qualquer coisa.Foi difícil deixa-la perambular pela cidade atrás de um lunático que queria me matar, mas estar a menos de um metro dele era outro nível de loucura, minha cabeça estava a mil pensando no que poderia acontecer e ficar esperando era algo que odiava, ainda mais quando a mulher que amo estava dentro de uma casa noturna, uma das piores da cidade, próxima do meu maior inimigo.— Muito maduro da sua parte estar aqui enquanto ela está lá dentro, dando ordens para todos, inclusive em nós dois.Dante realmente era um filho da mãe. Sabia qual era o meu ponto fraco, agora, e estava usando isso para me torturar emocionalmente, mesmo que essa não seja sua intenção.Estávamos
DARKMomentos antesJá fiz muita coisa nessa vida. Matei muitas pessoas, homens e mulheres. Fingir ser quem não sou, ser algo totalmente oposto daquilo que todos achavam ou queriam de mim, era fácil.Muitas vezes sentia necessidade disso, de correr atrás de algo, caçar alguém que era errado. Não que eu fosse a pessoa mais santa do mundo, muito pelo contrário, mas desde que fui violentada pelo meu próprio pai, um desejo incessante de punir alguém tão podre quanto o homem que contribuiu para a minha existência, me libertava.Desde que meu filho nasceu venho me contendo. Não queria ser essa pessoa que sou para Luke. Meu filho cresceria sem ver sua mãe sendo tão fria e cruel quanto estou sendo agora, porém, para que Luke viva, que tenha um futuro, eu deveria fazer isso mais uma vez.Agora, eu estava frente a frente com Michael, um homem alto, pele bronzeada, cor de oliva, olhos castanhos escuros, cabelos lisos, bem cortados, barba grossa e um humor questionável.Ele e seus "colegas", bebi