— Palavras bonitas não enchem o meu ego, Lorenzo. — Era mentira, já que estava amando ouvi-lo dizer essas coisas, mas se ia mesmo dar uma oportunidade de mudar as coisas, eu não seria a burra de entregar o meu coração tão facilmente. — Casar comigo é a sua carta no baralho?— Não, Dark, não é, no entanto, você não confia nas minhas palavras, então será difícil dizer algo para convencê-la dos meus sentimentos. — Disse irritado.— Se coloque em meu lugar, imaginando que confiava o bastante em alguém para revelar coisas que ninguém nunca saberia, para no fim, você jogar fora tudo o que sabemos um do outro e agir como se eu fosse sua inimiga. — E aqui estava eu outra vez revelando como me sentia para ele.— Errei, sei disso e ainda me condeno, Dark, mas espero uma única oportunidade para provar que me arrependi e que quero mudar esse fato.Talvez estivesse muito na defensiva, porém, tinha que tomar cuidado para não perder a noção das coisas que me enfiar em um buraco maior do que já estav
LORENZOFoi surpreendente dizer tudo aquilo para Dark. Nunca falei sobre sentimentos, muito menos os meus por outro alguém.Eu não sabia lidar com eles, era intenso e confuso, às vezes. Mas quando sentia, era como se isso me causasse um medo fora do comum, de perder ou machucar. Muitas vezes eu não dizia o que estava se passando dentro de mim, não media esforços para proteger quem eu amava, e isso podia causar uma má impressão, pois quase todas as vezes minhas ações não eram tão claras e a outra pessoa sempre achava que eu estava sendo mandão ou exigente, mas com a Dark era tudo diferente, tanto no sentimento que eu tinha pela diaba, quanto pela insistência em me desafiar.Não podia negar que às vezes gostava disso. Nenhuma outra já conseguiu me dominar como aquela mulher. Ela tinha o poder de me fazer calar e concordar com coisas nas quais eu discordo, me tinha de joelho, mesmo que não fosse literalmente.O problema era que eu não queria perde-la outra vez. Estava na corda bamba. Se
— Está dizendo que quer caça-lo? — Perguntou Dante franzindo o cenho.Eu não queria ouvir essa conversa ou me envolver. Era como se qualquer palavra que saísse da minha boca gerasse uma consequência errada.Meu irmão me encarou, ainda desconfiado, eu não disse nada e Dark tomou a iniciativa de voltar a dizer o seu plano.— É óbvio que essas pessoas sabem quem vocês são e seus soldados, mas não conhecem a mim, e quem desconfiaria que uma mulher estar buscando pelo seu inimigo? É provável que esse idiota seja tão babaca quanto vocês, ao pensar que uma mulher não pode ser tão boa quanto vocês no quesito matar.— Na verdade, acho que tem razão. — Ele disse, realmente cogitando deixa-la sair e caçar Michael. Eu estava quase jogando o copo em minha mão, nele. — Você pode entrar em lugares no qual não podemos, não por sermos proibidos, mas por chamar atenção. — Estava claro para mim que Dante estava gostando do que estava acontecendo. Me irritar era sua diversão. — Pode falar com pessoas que
DARKNunca imaginei que estaria em uma situação como essa. Lorenzo se tornou uma pessoa totalmente na defensiva, e estava claro para mim agora que de uma forma bem distorcida, ele se importava mais do que imaginei comigo.Sempre fui a mulher determinada que estava sozinha e fazia o que queria. Ninguém nunca se importou com o meu bem-estar ou se voltaria para casa. Mesmo sendo durona e achando que não ligaria para tais banalidades, lá no fundo, me sentia sozinha e no escuro, com um mostro vigiando à porta para que eu não pudesse sair.Os últimos meses foram difíceis, não só pelo fato de que passei a ter sentimentos por uma pessoa, mas porque no pouco tempo que estive aqui, tive o prazer de não estar mais no escuro, sozinha. Lorenzo, mesmo sendo errado e não parecendo realmente me querer, estava comigo, me fez acostumar com a possibilidade de não estar mais sozinha, então quando tudo desmoronou e tive que ir embora, foi como se alguém tivesse me jogado dentro do buraco escuro, da forma
— Vou explicar melhor. — Deixei o copo, meio vazio, de lado e coloquei ainda mais o meu corpo sobre o balcão. A boate estava movimentada e barulhenta. Não tinha tantas pessoas ao nosso redor, e os que vinham era para pegar suas bebidas e logo saiam. Na verdade, queria que tudo isso acabasse logo para voltar para perto do meu filho. Era estranho e perturbador descobrir que uma criança minúscula tinha tanto poder sobre os meus pensamentos. — Essa brincadeira para conseguir poder já está chegando longe demais. Você está satisfeita com o seu trabalho e com a proteção que os Mitolli dão a você e a todos? E o medo constante de não saber se vai morrer ou não, só por trabalhar nesse lugar, deve a atormentar muito. — Ela concordou com a cabeça, e continuou me ouvindo. — Tenho interesses de que a família continue no poder, e para isso, terei que acabar com esse Michael, mas como todos sabem, está difícil achar o covil onde ele se enfiou, e uma coisa que aprendi nos anos em que passei caçando ho
DARKA noite ontem foi maravilhosa, devo confessar. Lorenzo, assim como Luke, eram a minha fraqueza e nem sempre isso é ruim.Estava determinada a mudar as coisas, tentar, assim como ele pediu. Mas para que isso aconteça ainda tínhamos que passar sobre as barreiras e uma delas tinha que ser quebrada o quanto antes.Segui as instruções que a mulher de cabelos vermelhos me deu noite passada. Era mesmo complicado chegar ao lugar indicado e foi estranho notar que existia algumas armadilhas ou pessoas observando que entrava e saía do lugar.Apesar de parecer abandonado, não era tão destruído quanto pensei. Tinha plantações e pessoas colhendo frutas, algumas delas me olharam com estranheza e medo, o que me deixou em alerta.Antes mesmo de chegar ao antigo hotel, que hoje era habitado por algumas pessoas, uma mulher de bastante idade, cabelos brancos e roupas engraçadas, apontando uma espingarda para mim, se aproximou.Ela estava com raiva e eu ainda nem tinha aberto a minha boca.— O que fa
DarkGabriela estava brincando com o Luke no meio do quarto quando cheguei. Ele adorava as pelúcias e sorria como se fosse a coisa mais interessante do mundo.Desde que voltei a minha preocupação era de que algo acontecesse com ele. Nunca me dediquei ou amei uma pessoa tanto na vida. Ele era pequeno e frágil, doce e sensível, a mistura de tudo o que eu mais achava uma fraqueza.Não importava o quanto seria difícil acabar com esse Michael, eu faria de tudo para mata-lo, só para que ninguém chegasse a cem metros do meu filho.— Achou algo de útil? — Ela perguntou, ainda de costas para mim, o segurando em sua frente, que sorria e mostrava as suas covinhas fofas. — Está pensativa ou preocupada ou os dois?— Posso ter encontrado a localização dele, mas o problema será entrar lá e acabar de uma vez por todas com esse homem. — Falei entrando no quarto e retirando os saltos. — Lorenzo vai acabar deixando as emoções tomarem conta e estragar as coisas, podemos perder e ele vencer, tem tanta coi
— Vamos para o escritório, Lorenzo está quase voltando da reunião com os investidores, e nenhum lugar dessa casa é à prova da sua explosão. — Falou passando por mim e entrando.Estava começando a sentir falta de fazer as coisas sozinha. Se não fosse tão arriscado e eu não tivesse o Luke, faria esse trabalho como sempre fiz, mas a maternidade vem com algumas modificações e sentimentos que me deixaram mais cautelosa. Se eu morrer, deixarei o meu filho nas mãos do pai maluco dele e tenho as minhas próprias convicções para passar para aquele menino, nunca que vou deixar que ele se torne um Lorenzo 2.0.Criar barreiras para impedir que aquele homem nos ouvisse, era quase uma tolice, mas mesmo assim o fiz fechando a porta.— Achei a informação que precisávamos, mas claramente seu irmão terá que ficar de fora. — Falei ao me concentrar. Estava nervosa e pensativa. Eu era perfeccionista, e não queria que nada desse errado. — Ele pode estragar tudo.— Isso será impossível, assim que souber onde