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A sensação de perder um ente querido é estranha e dolorosa. Não tenho como descrever. É doloroso de mais a sensação de perder uma pessoa que é tão importante e presente em sua vida assim de uma hora para outra. É um pedaço da história da gente sendo apagado, arrancado como uma folha e amassado. ficando apenas nas lembranças tudo o que vivemos. todos os sorrisos que foram trocados, risadas, gargalhadas e lágrimas. Era estranho saber que nunca mais veria aquela pessoa em minha frente, que nunca mais sentiria o calor de sua pele. Talvez fosse egoísmo humano, pois já sabemos que a única coisa certa nessa vida é a mais bela e temida cruel morte.

Abaixo daquele chuveiro, tomando um longo banho quente, Eu demorava na esperança que as águas daquela ducha tirassem de minha pele toda dor que eu estava sentindo. que as lágrimas em meus olhos pudessem parar e fazer com que minhas pálpebras inchadas parassem de arder.

Já havia feito uma semana desde o velório. Poucas pessoas estiveram presente, meu padrasto me acompanhou mas não me disse uma palavra se quer de consolo. Eu compreendia, afinal quando mamãe faleceu eu não disse a ele coisas boas para se ouvir, O culpei da morte dela no parto de minha irmã. - Como se ele realmente tivesse alguma coisa haver com isso. - eu o culpava por ter a engravidado. Mas agora ele estava sendo meu único amparo, meu único amigo.

Estava finalmente na hora do jantar, eu comia sempre cm minha irmã. Era até divertido, uma mocinha inteligente me animando. Suas palavras eram meigas, ela tentava me alegrar falando que nossa mãe e o meu pai agora eram estrelinhas brilhantes no céu.

— Desculpem a demora — Gael chegava à mesa, o que era curioso ter chegado tão cedo. — Espero que não tenham comido a torta de batata doce sem mim.

— Ninguém gosta dessa torta.— Dizia minha irmã.

— Olha eu vou concordar com ela.

Ele gargalhou. Apesar de seguir uma dieta bastante equilibrada, Eu gostava de doces. Mas uma torta de batata doce? Não. eu não gostava.

— Lupita, eu tenho uma novidade pra você. — Ele falava como sempre, um tom gentil — Sabe aquela loja onde você comprou aquela bolsa importada?

— Sei — Respondo olhando para meu prato voltando a comer.

— Eu pedi para conversarem com o gerente da loja. E, se você quiser pode trabalhar auxiliando montando trajes elegantes para colocar na vitrine. Será uma boa experiência para você, assim irá manter a cabeça ocupada e não irá ficar atoa. Vai ganhar o próprio dinheiro e podera fazer o que quiser com ele. Pode continuar morando aqui.

Sua proposta era gentil, e a oferta do emprego era tentadora. Um sonho para uma consumidora daquela loja, trabalhar de perto com lançamentos e saber tudo antes de todos.

— Estou satisfeita. — Me levanto após terminar a refeição e deixo o prato na mesa — Depois eu vejo isso.

Quando terminei de comer, eu voltei ao meu quarto. E, foi questão de minutos para que meu padrasto batesse na porta. O quarto não era como o meu, mas eu não podia reclamar. Ele era confortável, aconchegante e bem luxuoso, igualmente a todos os outros quartos.

— Lupita.— Ele deu uma pausa.

até bateu na porta três vezes.

— Posso entrar?

— Entra — Resmunguei — A casa é sua ué.

Ele abriu a porta e ao entrar, ele a fechou. Ele era um homem mais alto que eu, de quase dois metros. para muitos poderia parecer assustador, mas para mim era só um bobão.

— Eu sei que você sente a falta do seu pai, Eu entendo esse sentimento.

— Agradeço por me consolar.

— Mas, eu não sou o seu pai. — Ele resmunga se deitando na cama ao meu lado e cruzando os braços — E eu quero que você trabalhe. Olha, se até mesmo você fosse uma dessas garotas que trabalham com internet. Mas, não. você nunca trabalhou, e o emprego que consegui para você é algo ótimo.

Trabalhar com moda não parecia tão ruim.

— O que os advogados falaram sobre meus bens?

— Irão á leilão — Ele responde seco — é por isso estou dizendo para você arrumar um emprego. e adquirir tudo o que quer.

— Um salário mínimo não vai me dar a coleção que eu tinha, Se eu chegar a ter três das que eu tinha já terei mais de cinquenta anos —Resmungo enfiando a cabeça em um travesseiro.

— Dinheiro é tão importante assim para você? Ter bolsas caras, luxuosas.

— Me ajudam em muita coisa. —Levantei a cabeça de cima do travesseiro — Se você quiser me ajudar, me daria seu cartão de crédito ilimitado.

Ele bufou e se levantou da cama.

— Devia ter marcado uma psicóloga para você, é bem melhor.

Ótimo, agora ele queria me dar uma terapia.

Mais uma vez, as semanas foram se passando. E tive a chance de ir iniciar meu trabalho sem notifica-lo. Mas, conhecendo bem ele já devia saber onde eu estava indo todos os dias, porém não trocamos uma palavra se quer.

Foram dois meses se passando, e eu já estava habituada a trabalhar naquela loja, Porém não acostumada. Eu tratava os clientes como gostaria de ser tratada, e dava conselhos de moda — Embora eu tinha que ser franca, alguns clientes não gostavam de ser contrariados sobre seu gosto brega; E isso já me fez quase perder o emprego.

Era uma tarde, enquanto eu esperava clientes estava mexendo no celular,

Uma mulher entrou, muito bonita e magra. tinha cabelos longos cacheados e um olhar meigo. E ela veio até uma vendedora procurando trajes para se usar em um leilão.

— Com licença —Falei me envolvendo entre as vendedoras — Se não for incômodo, eu posso ajuda-la a encontrar algum traje ideal.

Ela veio até mim e me puxou para o canto.

— Na verdade, eu quero um traje íntimo. sabe? Bem chamativo,

Ela falava baixo, parecia ter vergonha.

— Ah, uma lingerie? — Eu sorri para demonstrar que ela se sentisse confortável — Claro temos diversos modelos para se usar após um evento especial como um leilão.

— Então, moça...

Ela parou de falar e abaixou um pouco a cabeça.

— Pois não?

— Na verdade o que será arrematado, sou eu.

Não acreditei quando aquelas palavras chegaram aos meus ouvidos. Eu caminhava com ela até o setor de moda íntima e ela me contava com timidez.

— Então, eu acho que não entendi. Você está bem? — Murmurei baixinho —Pisque duas vezes se quiser que eu chame a policia.

Ela gargalhou e colocou a mão em meu ombro.

— Não, eu estou bem. é que... existe um tipo de leilão, onde homens ricos e poderosos se reúnem para comprar coisas ilegais. sabe? Até que também compram a virgindade. Eu fiquei sabendo através de uma mulher que falou na televisão que leiloou a dela. Então, eu peguei um adiantamento pequeno do lugar para comprar minha roupa íntima chamativa sabe.

Ela dizia que era como arrematar diversos tipos de "bens", desde um encontro com a mulherque escolhesse, como também poderia ser uma noite de sexo ou atémesmo a virgindade de alguém, tanto de homens como de jovens e belas mulheres. Eles tinham preferência por jovens a partir dos quinze anos. Porém, esse tipo de leilão era feito em outra Ala. Mas, geralmente eram donzelas que fugiam da guerra, e o dinheiro que recebiam as ajudavam a mudar de vida.

— E quanto de dinheiro você está falando na verdade?

— Eu estou falando de milhões de dólares. dinheiro suficiente que vai me ajudar a não precisar trabalhar mais na vida, e a pagar todo tratamento que minha tia precisa.

Era fascinante

— Moça, qual seu nome? —Eu perguntei bem interessada.

— Luara. E o seu?

Luara e eu nos demos bem, peguei seu W******p e fomos conversando durante a procura da lingerie que faria que ela fosse arrematada naquela noite.

— Então. Achei essa oferta tentadora.

— Sim. eu tive medo de ir no início, mas depois que fiz o exame eu quis.

— Então, eu estou interessada. — Resmungo — Estou cansada de trabalhar aqui.

— Mas tem que ser... — Ela fala baixo — virgem para participar.

— Mas, eu sou.

Ela não pareceu acreditar em mim

Ah, passar o contato de quem organizava o tipo de evento foi fácil, agora só me restava fazer os exames e finalmente ir para essa atividade... Essa oportunidade bastante duvidosa.

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