Após algumas horas sentada em uma pedra, a viajante submeteu-se a dor de saber que estava errada. O quanto aquilo era difícil demais para assimilar. A culpa estava pesando demais em sua consciência, então Rhea não pensou duas vezes em entrar no monastério atrás do monge.
Assim que o encontrou, meditando em baixo da estátua de Ganesha, pediu desculpas. Jéhtro nem sequer reagiu, continuo na posição de lótus, concentrado em sua meditação. Mas a viajante persistente, voltou a chamar a atenção dele :
- Me desculpa, mesmo. Não deveria ter gritado com o senhor, mestre.
Um silêncio se estendeu diante Rhea e o monge. Sua mente viajou até o encontro de Melanie Crosby, o amor de sua vida. Uma lágrima escorreu em seu rosto, e então a saudade apertou :
- Você ainda está muito presa ao seu passado, minha querida.
- Você tem certeza do que decidiu, Rhea? É essa a sua vontade?- Se não consertei nada até agora, então não é para ser.- A vida não é um remendo que você põe em cima da rachadura e torce para não descolar, viajante. - Jéhtro se mantinha sério, olhando para Rhea que estava sentada em cima de uma maca em uma sala cheia de pedras brilhantes.- Aprendi isso da forma mais brutal.- E então?- Eu tenho certeza, Mestre.- Durma! - O monge tocava a testa de Rhea com o polegar, bem no centro. A mesma se encontrava em um estado de cima profundo. Imagens e flash's se repetiam em seu interior, como um filme. A dor era interior mas também era física."-...Então, se você viesse atrás de mim, quer dizer que está tão interessada quanto eu.- É.. Deu certo... Então, vo
Azkan, em sua soberania, olhava risonho para Rhea, que ao contrário dele, estava apavorada com toda a situação. Tudo era muito novo.O mais poderoso Celestial, se aproximou com cuidado da jovem frágil, que repousara em cima de uma maca, cansada, indefesa e confusa.Suas mãos fortes e quentes seguraram a cabeça de Rhea D'onson, firmemente. Os dois polegares alcançaram o centro da testa da garota com firmeza. Azkan respirou fundo e fechou seus olhos faiscantes e brancos. Com leveza ele pressionou seus polegares sem machucar a viajante.A garota um pouco nervosa, foi perdendo gradativamente sua visão. Enxergando apenas um breu. Uma escuridão estranha. Não era como apenas fechar os olhos. Ela se sentia em uma sala com as luzes totalmente apagadas.Bem no centro, uma luz sútil iluminava o topo da cabeça de Rhea. E um dragão da cor verde musgo, com os olhos também
(...)- Alguém já lhe disse que é extremamente proibido gritar no templo das estátuas? - disse uma voz, estridente e calma.Rhea olhou para trás, num susto, após pensar que fosse alguma das estátuas convensando com ela. Mas ao invés dela ver um monte de pedras falante, Rhea avistou um homem careca, de olhos vermelhos e cheio de tatuagens espalhadas pelo rosto :- M-Me desculpe! - ela disse, apavorada. - Quem é você? - Ela levantara do chão, de um súbito.- Ah... Me perdoe! Eu não me apresentei! Meu nome é Teman Noshiro - respondeu, o careca musculoso. - Sou treinador de Kung Fu e de artes místicas. Sou um mestre.- Prazer... - respondeu Rhea . Os dois se reverenciaram ao mesmo tempo, em sinal de cumprimento. - Então o senhor é treinador de artes marciais?- Sim... Mas não sou qualquer professor, Azkan me treinou com di
Luzes acendiam e apagavam constantemente, como se houvesse um curto circuito. Gritos agoniantes e apavorantes ecoavam dentro de uma sala escura e úmida. Uma mulher era terrivelmente torturada ali a algumas horas.O mau era uma energia presente ali, captavel e horrorosa. Sólido.Um homem alto e negro, de cabelos enormes e cinzas. Com cicatrizes espalhadas por todo o rosto, se aproximava cautelosamente da vítima. Seus olhos eram penetrantes em meio a escuridão.O homem recebia ordens para faze-la sofrer:- De novo, Ecza! - ordenou uma outra voz, essa era grossa mas um tanto calma e serena. Como se a tortura que presenciava, fosse um belo e agradável espetáculo.- Não, por favor, Gazu! - Suplicava a franzina mulher, desesperada e com muitas dores. Ecza, o homem negro, gritava mais uma vez e uma dor insuportável atingia as entranhas do corpo da tal mulher. Ecza era um berrador. Um psicco capaz de
...- Está atrasada, senhorita D'onson. - disse Teman, encarando sua aluna.- Me desculpe professor Teman, eu não dormi muito bem durante a noite.. - Respondeu Rhea, sem graça.- Sente-se bem ali, ao chão. - ele apontou. Rhea sentou-se abraçando os joelhos, totalmente confortável naquela posição. Teman à olhou, desaprovando.- Não... Sente-se cruzando as penas. Direita em baixo e esquerda em cima.- Assim? -Perguntou ela, mostrando a posição.- Exatamente assim.- E agora, professor?- Silêncio! - respondeu Teman - Feche os olhos e respire fundo. Inspira pelo nariz e solte o ar, pela boca. Repita isso até sentir seu coração bater mais devagar.- Si...- Shiuuuuu! - Teman disse, cortando-a - Não diga uma palavra sequer. Só se concentre em minha voz.Rhea assentiu com a cabeça e
Naquela mesma noite, para a surpresa de todos, o Celestial aparecera em uma luz no meio do alvoroço do jantar no refeitório. O que era raro de se acontecer. Os alunos do monastério assim que notaram a presença de Azkan, ficaram em silêncio. Alguns em choque por nunca o tê-lo visto pessoalmente. Outros em sinal de respeito pela divindade. Azkan era como o Deus de todo o monastério, mesmo não sendo um de fato:- Boa noite, meus filhos. - Ele dizia, sereno - Venho dizer a todos para terem forças para o que está por vir. Creio que é chegada a hora de provarem quem são um para os outros. A força que cada um tem dentro de si. Em um entardecer o monastério cairá, a filha voltara no ponto crítico de seu futuro. A morte será inevitável e o sangue escorrera pela lâmina de uma espada. A traição sucumbira e a máscara irá cair. Ser&a
Os sons dos passarinhos cantando, acordaram Rhea de seu longo sono profundo. Seu corpo estava relaxado e sua mente em paz.Ao abrir os olhos, viu Kinsey arrumando a cama só lado:- Bom dia. - sorriu Rhea a ela.- Bom dia! - Disse Kinsey sorrindo, a ela. Ela parecia estar feliz e de muito bom humor. - Dormiu bem?- Sim e você?- Muito bem, obrigada. - Rhea levantou da cama, esfregando os olhos. A mesma pegava uma escova de dentes e o seu uniforme que ficara dobrado ao lado da cama.- Eu já tenho aula agora de manhã. Preciso sair . Você já sabe onde fica tudo por aqui?- Eu me resolvo, vai lá! - Exclamou Kinsey. - Eu vou para a biblioteca.- Até mais tarde, então!- Até! - disse Kinsey, abraçando Rhea - Você é legal, Rhea. Não se esqueça disso.No corredor, inúmeras pessoas passavam para lá e para c&aa
Ao voltar para o salão do monastério, a garota, viajante do tempo, se deparou com o monge Jehtró andando de um lado para o outro. Inquieto. Rhea estranhou a situação e se aproximou dele para tentar entender o que estava acontecendo :- Mestre? - Chamou Rhea, atraindo a atenção do monge para ela.- D'onson!! - Exclamou ele.- O que o senhor tem? Parece preocupado.- E estou... Acabei de falar com os outros Monges .- Sobre o que eu lhe contei, senhor? -Perguntou Rhea. - Não quero parecer intrometida.- Exatamente... Um informante nosso, um ancião, nos revelou que as coisas são bem piores do que pensávamos. Estamos em desvantagem. Muita desvantagem. Monges de outros monastérios estão também apreensivos, com o desaparecimento de pisiccos e místicos.- Há outros monastérios que cuidam de nós?- Sim, temos al