Capítulo 4
Anna se deixava levar por Rodolfo pelo salão, sentindo-se cada vez mais aliviada por ele ser conhecido pelos colegas da família Bonanno.— Rodolfo? — ela perguntou, enquanto deslizavam entre os convidados.— Sim? — ele respondeu, mantendo um sorriso gentil nos lábios.— No que trabalha? — Anna indagou, curiosa.Rodolfo inclinou a cabeça levemente, ponderando suas palavras antes de responder.— Digamos que sou um contador, mas não apenas dos presentes aqui. Tenho minhas responsabilidades em várias empresas — ele disse, mantendo um tom enigmático.Anna arqueou uma sobrancelha, impressionada.— Você deve ganhar bem — ela comentou, observando-o atentamente.Rodolfo apenas deu de ombros, mantendo uma expressão discreta.— Não tenho do que reclamar — foi tudo o que ele disse, antes de mudar de assunto e conduzi-la para outra parte do salão.Enquanto conversavam, Anna deixou sua mão deslizar pelo braço de Rodolfo de forma sedutora, um gesto sutil que enviou um arrepio agradável pela espinha dele, mesmo que estivesse sendo tocado por cima do terno.Rodolfo conteve um suspiro involuntário diante da sensação do toque dela, sua pele suave deslizando sobre o tecido do traje elegante. Ele não conseguia ignorar a eletricidade que parecia irradiar do contato, envolvendo-os em uma aura de tensão e desejo.Anna percebeu a reação de Rodolfo e sorriu internamente, satisfeita com o efeito que estava causando nele. Seus olhos encontraram os dele, faiscando com uma mistura de inocência e malícia.— Você parece tenso, Rodolfo. Está tudo bem? — ela perguntou, sua voz suave carregada de sugestão.Rodolfo engoliu em seco, lutando para manter a compostura diante da intensidade do momento.— Estou bem, Anna. Apenas... surpreso com a sua... persuasão — ele respondeu, escolhendo cuidadosamente suas palavras.Anna sorriu, satisfeita com a resposta dele.— A persuasão é uma das minhas especialidades, Rodolfo. Espero que você não se importe — ela provocou, seu sorriso transformando-se em um leve ar de desafio.Rodolfo sentiu-se irresistivelmente atraído pela aura de confiança e determinação que emanava de Anna. Ele sabia que estava prestes a embarcar em uma jornada repleta de tentação e perigo, ao lado dela, por ser uma Bonanno.De repente, enquanto Anna e Rodolfo conversavam animadamente, Anna foi chamada por alguém e pediu licença para se afastar por um momento. Rodolfo assentiu com um sorriso gentil, observando-a se distanciar entre os convidados.Enquanto isso, ele sentiu o leve vibrar do celular no bolso e decidiu verificar. Com um gesto discreto, ele se desculpou com as pessoas ao redor e se afastou, dirigindo-se silenciosamente para o jardim para atender a ligação.O jardim estava calmo e sereno em contraste com o burburinho da festa que ainda podia ser ouvido ao longe. Ele encontrou um lugar tranquilo e tirou o celular do bolso, verificando a mensagem que havia recebido.Ficou surpreso com a ligação de um número desconhecido. No entanto, ao ouvir a voz do outro lado da linha, reconheceu imediatamente quem era. Ele escutou atentamente por alguns momentos antes de finalmente responder:— Eu sou profissional, mas tenho que sair dessa situação — ele disse, escolhendo cuidadosamente suas palavras para não levantar suspeitas.Rodolfo olhou ao redor, certificando-se de que estava sozinho no jardim. Com cautela, ele voltou sua atenção para a pessoa do outro lado da linha, que lhe pedia para agir sem se preocupar com as consequências.Uma sensação de desconforto se apoderou dele ao ouvir aquelas palavras. Ele sabia que estava envolvido em algo perigoso, algo que poderia colocá-lo em uma posição delicada. No entanto, também sabia que não podia recusar o pedido da pessoa do outro lado da linha. Eles tinham uma história juntos, uma história que ele não podia ignorar.Respirando fundo para acalmar os nervos, Rodolfo respondeu com uma voz firme:— Está bem. Mas saiba que se algo sair fora de ordem, as consequências podem ser imprevisíveis.Ele encerrou a ligação, sentindo-se ainda mais preocupado com a situação. Sabia que estava se envolvendo em algo perigoso, algo que poderia colocar não apenas sua própria vida em risco, mas também a de outros.Anna encontrou Rodolfo no jardim e parou ao escutar suas últimas palavras. Ela observou-o por um momento, percebendo a tensão em seu semblante e a seriedade em sua voz. Como sempre, sua curiosidade sobre Rodolfo foi aguçada, mas também havia um traço de cautela em seus pensamentos.Ela se aproximou lentamente, mantendo uma distância respeitosa, mas seu olhar inquisitivo não escapou ao notar a expressão preocupada de Rodolfo.— Está tudo bem? — perguntou Anna, sua voz suave e cheia de preocupação.Rodolfo sentiu um frio na espinha ao ouvir a voz de Anna, percebendo que precisava pensar rápido antes de revelar demais. Ele se virou para encará-la, forçando um sorriso nos lábios enquanto tentava disfarçar sua preocupação.— Está tudo bem, Anna. Apenas algumas questões de trabalho para resolver — ele respondeu, tentando manter sua voz calma e controlada.Ele esperava que sua resposta fosse suficiente para acalmar as suspeitas de Anna, mas ao mesmo tempo, sabia que precisava ser cuidadoso com suas palavras para não levantar mais perguntas.Rodolfo se aproximou de Anna, seu olhar carregado de intensidade enquanto ele se aproximava dela. Com um gesto sedutor, ele tocou levemente o queixo dela, inclinando-se para perto dela até seus lábios quase se tocarem. Anna sentiu um arrepio percorrer sua espinha enquanto seu coração disparava de excitação.Sem conseguir resistir ao magnetismo de Rodolfo, ela fechou os olhos e suspirou, ansiosa pelo toque dos lábios dele nos dela. O beijo foi suave e delicado, mas carregado de uma paixão latente que os consumia.Anna sentiu-se envolvida pelo calor do momento, entregando-se ao desejo que ardia entre eles. Era como se o mundo inteiro desaparecesse ao seu redor, deixando apenas ela e Rodolfo imersos em um turbilhão de emoções.Quando finalmente se afastaram, Anna abriu os olhos lentamente, seu coração ainda martelando dentro do peito. Ela olhou para Rodolfo, seu olhar cheio de desejo e admiração, sabendo que aquele encontro havia mudado tudo entre eles.Mas um movimento não esperado deixou Rodolfo na defensiva. De repente, alguém o pegou pelo braço de forma brusca e o puxou com força. Antes que a pessoa pudesse dizer qualquer coisa, Rodolfo reagiu instintivamente, puxando o braço com força e fazendo o homem cambalear para trás.O rosto de Rodolfo endureceu enquanto ele avaliava a situação, pronto para se defender se necessário. Seus sentidos estavam alertas, e ele observava atentamente o homem à sua frente, tentando identificar qualquer sinal de ameaça.O homem, um desconhecido para Rodolfo, parecia surpreso com a reação dele, mas também não recuava. Ele olhou fixamente para Rodolfo, sua expressão indecifrável, antes de finalmente falar com uma voz firme:— Está tudo bem, senhorita Bonanno?Rodolfo permaneceu em guarda, avaliando suas opções rapidamente. Ele sabia que precisava lidar com a situação com cuidado.Capítulo 5Rodolfo observou o homem à sua frente com cautela. Ele não podia ignorar seu olhar ameaçador.Anna, respondeu com um sorriso forçado, mas convincente.- Sim, estou bem, obrigada - disse ela, tentando transmitir calma e segurança.Rodolfo observou a interação entre Anna e o homem, estranhando a preocupação do estranho. Aquela troca de palavras deixou-o mais alerta. Ele se perguntou quem era aquele homem e por que estava tão interessado no bem-estar de Anna.Enquanto observava-os, Rodolfo prometeu a si mesmo ficar mais atento e ter mais cautela.Olhou para Anna com um ponto de interrogação em seu semblante. Anna percebeu o olhar dele e ofereceu uma explicação com um sorriso leve nos lábios.- Acredito que seja apenas um amigo do meu pai preocupado ao me ver aqui com você - disse ela, tentando dissipar qualquer preocupação que pudesse surgir em Rodolfo.Embora suas palavras soassem plausíveis, Rodolfo ainda sentia uma pontada de desconfiança. Ele ponderou sobre a explicação de
Capítulo 6Anna sentiu uma onda de desconfiança enquanto Rodolfo a guiava pelos corredores escuros e tumultuados do restaurante. Seu coração batia descompassado, ela sentiu uma sensação de perigo no ar.Com um movimento rápido e desesperado, ela se libertou das mãos de Rodolfo e começou a correr pelos corredores, ignorando as vozes exaltadas e os sons de disparos que ecoavam ao seu redor.Com o coração batendo descontroladamente, Anna subiu as escadas em direção ao telhado, sua única esperança de encontrar uma rota de fuga. Mas ao chegar lá, seu coração afundou ao perceber que não tinha escapatória.As lágrimas subiram aos seus olhos, sua mente girando em pânico enquanto ela tentava desesperadamente encontrar uma solução para aquela situação impossível.Rodolfo correu até o telhado atrás de Anna, seu coração batendo forte. Ele encontra ela imóvel observando-o.Com mãos trêmulas, ela tirou os sapatos, sentindo o vento gelado acariciar seus pés descalços.- Por favor, Anna... - gritou R
Capítulo 7Anna acorda lentamente, seus olhos se abrem para se deparar com a estrada à sua frente. Ela nota imediatamente que está sem as algemas que a prendiam antes. Olha para Rodolfo, que está concentrado no trânsito, seu semblante sério e preocupado.Com o estômago roncando de fome, Anna sente uma pontada de desconforto ao perceber que não tem ideia de quando foi sua última refeição. No entanto, ela se recusa a implorar por comida a Rodolfo. Ela não vai se humilhar diante dele, não depois de tudo o que aconteceu.Ela desvia o olhar, tentando ignorar a sensação de vazio em seu estômago enquanto se pergunta o que o destino lhe reserva.Momentos depois, ela observa ele discretamente. Mesmo sabendo que ele é o responsável por sua situação atual, ela não consegue deixar de reconhecer sua beleza e sentir uma inexplicável atração por ele. Uma parte dela clama por ódio e ressentimento, mas outra parte se vê irresistivelmente atraída por aqueles olhos profundos e pela aura de mistério que
Capítulo 8Rodolfo acompanha Anna até a porta do quarto depois de mostrar as toalhas, roupas e o banheiro. Ao sair, ele para perto da porta dizendo:— Não demore. Vou te dar sua primeira aula de culinária.Anna fica parada por um momento, encarando a porta após ele sair, antes de pegar a toalha e seguir para o banheiro.Lá dentro, ela se depara com uma surpresa. Uma variedade de produtos femininos dispostos no balcão. Os melhores shampoos, cremes, sabonetes, esponjas e sais de banho estão à sua disposição.Além disso, no quarto, ela tinha notado uma coleção de perfumes, maquiagem e roupas que parecem ser do seu tamanho. Mas como isso é possível? Anna se questiona, sentindo uma mistura de surpresa e desconfiança. A resposta que vem à sua mente, é que Rodolfo a vigiava a muito tempo.Anna decide não se aprofundar nesse mistério por enquanto. Precisa se concentrar em encontrar uma maneira de sair dali. Ela toma um banho rápido e veste uma das roupas disponíveis, um vestido leve preto.En
Capítulo 9Anna se deita na cama, encarando o teto com os olhos cheios de incerteza e frustração. Ela sempre se considerou uma mulher forte e decidida, capaz de enfrentar qualquer desafio que a vida lhe apresentasse. No entanto, essa situação a pegou de surpresa, deixando-a vulnerável e irritada consigo mesma.Enquanto repassa mentalmente os eventos que a levaram até ali, Anna se questiona como pôde se deixar levar pelos desejos impulsivos que sentiu por Rodolfo. Quem quer que seja o inimigo de seu pai, sabia exatamente como atingi-la, tocando em seu ponto fraco para capturá-la.A sensação de impotência a consome com a incerteza do que virá a seguir. Apesar de sua determinação em não ceder à pressão, ela não pode negar a angústia que a acompanha.O que será do seu futuro? Como conseguirá escapar dessa armadilha? São questionamentos que martelam em sua mente, tornando o sono uma fuga impossível por mais que esteja cansada. No entanto, mesmo diante da adversidade, uma chama de esperança
Capítulo 10Na manhã seguinte, Rodolfo é despertado pelo som de uma batida forte na porta. Seus instintos o fazem abrir os olhos abruptamente e saltar da cama.Pegando uma arma, ele segue para a sala e verifica o monitor para ver quem está lá fora. Em um local isolado como aquele, não deveria aparecer ninguém.Após identificar a visitante, guarda a arma nas costas e abre a porta. Anna entra na sala, seu rosto sonolento e os cabelos desgrenhados após horas de sono.Antes que Rodolfo possa reagir, é empurrado para dentro com brutalidade.— Sério mesmo! Estava te esperando ontem! Pensei que tínhamos um encontro... — Dora, sua parceira, fala com os braços cruzados e os olhos cor de mel fixos nele. Só então ela percebe Anna atrás dela e fecha os olhos brevemente antes de voltar a encarar Rodolfo com faíscas nos olhos.Rodolfo ergue as sobrancelhas e balança a cabeça negativamente, sem entender a falta de lógica de sua parceira. Sem se dar ao trabalho de responder, ele tranca a porta e diz:
Capítulo 11 Anna decide se afastar de Dora, então segue para seu quarto. Observando o livro em suas mãos, ela se depara com a capa intrigante e decide ler a sinopse. É um romance envolvendo uma mortal e um vampiro, uma combinação intrigante para ela. - Isso parece interessante... - ela comenta consigo mesma enquanto abre o livro, curiosa para começar a leitura. Horas se passam enquanto ela se envolve na história, mergulhando nas páginas até que percebe que já é noite e precisa acender a luz para continuar lendo. No entanto, sua fome a interrompe, lembrando-a de que não comeu nada desde o almoço. Ela é atraída pelo cheiro delicioso que vem da cozinha, um aroma que contrasta com a comida italiana a que está acostumada. Curiosa e faminta, ela vai até lá e encontra apenas Rodolfo. - Você está conseguindo fugir das suas aulas de culinária - ele comenta sem olhar para trás. - Como sabia que estava aqui? - Anna pergunta perplexa. - Senti o seu perfume - ele responde. - Ah, conta outra
Capítulo 12Ao amanhecer, uma névoa leve cobre a floresta ao redor da cabana. Os primeiros raios de sol tentam penetrar a densa folhagem. Dentro da cabana, tudo parece calmo, mas essa calma é apenas superficial.Rodolfo acorda com um sobressalto. O som distante de tiros rompe a tranquilidade da manhã. Ele salta da cama, pegando rapidamente a arma que está sempre ao seu alcance. Seu coração bate acelerado enquanto corre até o monitor de segurança, confirmando seus piores temores. Homens armados se aproximam rapidamente da cabana.Ele sabe que não tem muito tempo. Anna está em perigo, e sua única chance é sair dali o mais rápido possível. Com passos firmes, ele se dirige ao quarto de Anna. Ao entrar, vê que ela ainda está profundamente adormecida, o rosto sereno contra o travesseiro. Por um momento, ele hesita, contemplando a tranquilidade dela, mas o som dos tiros se intensifica, puxando-o de volta à realidade.— Anna! — Ele a sacode gentilmente, mas com urgência. — Anna, acorde! Preci