Capítulo 12Ao amanhecer, uma névoa leve cobre a floresta ao redor da cabana. Os primeiros raios de sol tentam penetrar a densa folhagem. Dentro da cabana, tudo parece calmo, mas essa calma é apenas superficial.Rodolfo acorda com um sobressalto. O som distante de tiros rompe a tranquilidade da manhã. Ele salta da cama, pegando rapidamente a arma que está sempre ao seu alcance. Seu coração bate acelerado enquanto corre até o monitor de segurança, confirmando seus piores temores. Homens armados se aproximam rapidamente da cabana.Ele sabe que não tem muito tempo. Anna está em perigo, e sua única chance é sair dali o mais rápido possível. Com passos firmes, ele se dirige ao quarto de Anna. Ao entrar, vê que ela ainda está profundamente adormecida, o rosto sereno contra o travesseiro. Por um momento, ele hesita, contemplando a tranquilidade dela, mas o som dos tiros se intensifica, puxando-o de volta à realidade.— Anna! — Ele a sacode gentilmente, mas com urgência. — Anna, acorde! Preci
Capítulo 13— Seu pai é uma peça-chave, e acreditamos que você possa nos fornecer informações valiosas — diz o general, sua voz firme e autoritária.Anna respira fundo, tentando manter a calma. Sente o peso das expectativas sobre seus ombros, mas também sabe que esta é uma oportunidade de finalmente entender toda a verdade.— O que exatamente vocês precisam saber? — pergunta ela, tentando manter a voz firme.O general Albuquerque se inclina um pouco mais para a frente, observando-a com atenção.— Precisamos de qualquer informação sobre os negócios de seu pai que possa nos ajudar a desmantelar sua organização. Locais, contatos, qualquer coisa que você possa lembrar. Tudo pode ser útil — responde ele.Anna pensa por um momento, revirando as lembranças em sua mente. Sabe que seu pai mantinha muitas coisas em segredo, mas algumas pistas sempre escapam. Ela lembra-se de conversas, de documentos vistos de relance, de nomes mencionados em sussurros.— Há um lugar... um armazém onde ele cost
Capítulo 14Rodolfo levou Anna até uma casa dentro do perímetro do exército. Assim como a cabana, a casa estava equipada com câmeras de segurança, trancas reforçadas e grades nas janelas. Anna sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao perceber que aquela casa era, na verdade, uma espécie de prisão para pessoas em situações como a dela.Eles entraram na casa, e Anna observou cada canto, sentindo-se cada vez mais aprisionada. Tudo ali remetia à sensação de confinamento, e ela mal conseguia conter a ansiedade que crescia dentro dela.Rodolfo notou a inquietação de Anna e tentou confortá-la.— Eu sei que isso pode parecer assustador, Anna, mas é apenas temporário. Estamos fazendo o possível para garantir sua segurança — disse ele, tentando soar reconfortante.Anna assentiu, tentando se convencer de que aquela era a melhor opção no momento. No entanto, uma sensação de desconforto persistia em sua mente.Enquanto Rodolfo fazia uma ronda pela casa para garantir que tudo estava seguro, Anna
Capítulo 15Anna se acomodou novamente no sofá após jantar, tentando afastar os pensamentos de fuga e focar no presente. O silêncio entre ela e Rodolfo era palpável, até que ela decidiu romper a tensão com uma pergunta que a incomodava desde que descobriu quem ele realmente era.— Rodolfo, posso te perguntar uma coisa? — começou ela, tentando parecer casual.Rodolfo, que estava concentrado em terminar sua refeição, olhou para ela com curiosidade.— Claro, Anna. O que foi?Ela respirou fundo, preparando-se para a pergunta.— Você é corrupto?A pergunta pairou no ar, carregada de desconfiança e incerteza. Rodolfo parou de mastigar, a surpresa estampada em seu rosto. Ele colocou o garfo e a faca na mesa, deixando a comida de lado.— O quê? — perguntou, incrédulo. — De onde veio isso, Anna?— Desde que tudo isso começou, tenho me perguntado em quem posso confiar. Sei que meu pai está envolvido em coisas obscuras, mas e você? — continuou ela, olhando diretamente nos olhos de Rodolfo.Rodol
Capítulo 16O sol ainda não havia nascido quando Anna acordou com um sobressalto. A ansiedade a tomava por completo. Sabia que o dia seria decisivo. Em seu coração, a determinação de se libertar e reencontrar seu pai era mais forte do que nunca.Silenciosamente, vestiu-se com roupas confortáveis e práticas, que permitiriam movimentos rápidos. Passou pelo espelho e viu o reflexo de uma mulher diferente. Alguém mais forte e resoluta, forjada pelas circunstâncias. Suspirou fundo, sabendo que não podia hesitar.Ao sair do quarto, Anna encontrou Rodolfo na sala, já acordado e pronto para o dia. Seus olhos se encontraram, e por um breve momento, uma tensão silenciosa pairou no ar. Ela sabia que ele ainda desconfiava de suas intenções, mas precisava agir com naturalidade.— Dormiu bem? — perguntou ele, tentando quebrar o gelo.— O suficiente — respondeu ela, sem dar muitos detalhes.— Precisamos revisar o plano antes de irmos. Quero garantir que tudo corra bem — disse Rodolfo, com um tom sér
Capítulo 17Rodolfo ficou parado, ofegante e desolado, observando o carro de Vittorio desaparecer no horizonte. Ele não conseguia acreditar no que acabara de acontecer. Todo o planejamento, toda a estratégia... E ainda assim, eles foram pegos de surpresa. Ele fechou os olhos, sentindo uma onda de frustração e desespero."Como vou explicar isso ao coronel?" — pensou, imaginando a decepção de Paulo Albuquerque.O grupo de homens de Rodolfo começou a se reunir ao seu redor. Com um último olhar para a direção em que Anna havia sido levada, ele tomou uma decisão. Precisava de um plano para recuperar Anna, e rápido.Sem perder tempo faz um plano de última hora e combina com sua equipe. Todos concordam e segue para a mansão Bonanno.A mansão de Vittorio Bonanno era imponente, uma fortaleza cercada por altos muros e seguranças bem armados. Rodolfo sabia que invadir aquele lugar seria arriscado, mas não tinha escolha. Não podia perder Anna. Sua mente estava afiada, movida pela determinação de
Capítulo 18Anna mal podia acreditar que, após horas exaustivas de viagem, finalmente estava em Roma. A van em que estavam tinha sido uma troca bem-vinda pelo carro apertado, permitindo que ela e sua mãe, Isabella, tivessem um pouco mais de conforto. O céu já mostrava os primeiros raios solares quando a van estacionou em frente ao majestoso hotel da família, um dos muitos espalhados pelo mundo.O porteiro, sempre atencioso, abriu a porta com um sorriso caloroso. Vittorio, seu pai, saiu primeiro, estendendo a mão para ajudar Sofia a descer.No lobby, a grandiosidade do lugar era inconfundível. Funcionários vestidos impecavelmente cumprimentaram-nos com acenos discretos. Vittorio beijou a esposa carinhosamente nos lábios e depois inclinou-se para beijar Anna na testa. — Vou direto ao escritório. Preciso resolver algumas coisas antes do café — disse ele, sua voz grave mas gentil. Anna assentiu, sabendo que seu pai raramente se afastava dos negócios, mesmo em momentos familiares.Enquant
Capítulo 19No restaurante do hotel, estavam terminando o café da manhã quando a conversa tomou um rumo mais sério.- Anna, estive conversando com sua mãe e decidimos que vamos morar em outro país por um tempo - disse Vittorio, com uma expressão preocupada.Anna ficou surpresa.- Outro país? Mas por quê?- Você estará mais segura lá. Quero garantir que você esteja fora de perigo. Ele pode voltar, e não quero que você seja levada novamente, minha querida.Anna ponderou por um momento. A ideia de deixar tudo para trás e se mudar para o outro país era assustadora, mas sabia que seu pai só queria o melhor para ela.- Claro, papà. O senhor está certo.- Que bom que entendeu. Vou me reunir com meus homens e combinar tudo até o dia da viagem. Tudo bem para você querida? - perguntou olhando para a esposa.- Está tudo ótimo, mio amoré - disse Isabella com um sorriso.***Enquanto isso, Rodolfo chegou à base e foi direto para a sala de reuniões. O coronel Albuquerque e outros membros da equipe