Capítulo 15Anna se acomodou novamente no sofá após jantar, tentando afastar os pensamentos de fuga e focar no presente. O silêncio entre ela e Rodolfo era palpável, até que ela decidiu romper a tensão com uma pergunta que a incomodava desde que descobriu quem ele realmente era.— Rodolfo, posso te perguntar uma coisa? — começou ela, tentando parecer casual.Rodolfo, que estava concentrado em terminar sua refeição, olhou para ela com curiosidade.— Claro, Anna. O que foi?Ela respirou fundo, preparando-se para a pergunta.— Você é corrupto?A pergunta pairou no ar, carregada de desconfiança e incerteza. Rodolfo parou de mastigar, a surpresa estampada em seu rosto. Ele colocou o garfo e a faca na mesa, deixando a comida de lado.— O quê? — perguntou, incrédulo. — De onde veio isso, Anna?— Desde que tudo isso começou, tenho me perguntado em quem posso confiar. Sei que meu pai está envolvido em coisas obscuras, mas e você? — continuou ela, olhando diretamente nos olhos de Rodolfo.Rodol
Capítulo 16O sol ainda não havia nascido quando Anna acordou com um sobressalto. A ansiedade a tomava por completo. Sabia que o dia seria decisivo. Em seu coração, a determinação de se libertar e reencontrar seu pai era mais forte do que nunca.Silenciosamente, vestiu-se com roupas confortáveis e práticas, que permitiriam movimentos rápidos. Passou pelo espelho e viu o reflexo de uma mulher diferente. Alguém mais forte e resoluta, forjada pelas circunstâncias. Suspirou fundo, sabendo que não podia hesitar.Ao sair do quarto, Anna encontrou Rodolfo na sala, já acordado e pronto para o dia. Seus olhos se encontraram, e por um breve momento, uma tensão silenciosa pairou no ar. Ela sabia que ele ainda desconfiava de suas intenções, mas precisava agir com naturalidade.— Dormiu bem? — perguntou ele, tentando quebrar o gelo.— O suficiente — respondeu ela, sem dar muitos detalhes.— Precisamos revisar o plano antes de irmos. Quero garantir que tudo corra bem — disse Rodolfo, com um tom sér
Capítulo 17Rodolfo ficou parado, ofegante e desolado, observando o carro de Vittorio desaparecer no horizonte. Ele não conseguia acreditar no que acabara de acontecer. Todo o planejamento, toda a estratégia... E ainda assim, eles foram pegos de surpresa. Ele fechou os olhos, sentindo uma onda de frustração e desespero."Como vou explicar isso ao coronel?" — pensou, imaginando a decepção de Paulo Albuquerque.O grupo de homens de Rodolfo começou a se reunir ao seu redor. Com um último olhar para a direção em que Anna havia sido levada, ele tomou uma decisão. Precisava de um plano para recuperar Anna, e rápido.Sem perder tempo faz um plano de última hora e combina com sua equipe. Todos concordam e segue para a mansão Bonanno.A mansão de Vittorio Bonanno era imponente, uma fortaleza cercada por altos muros e seguranças bem armados. Rodolfo sabia que invadir aquele lugar seria arriscado, mas não tinha escolha. Não podia perder Anna. Sua mente estava afiada, movida pela determinação de
Capítulo 18Anna mal podia acreditar que, após horas exaustivas de viagem, finalmente estava em Roma. A van em que estavam tinha sido uma troca bem-vinda pelo carro apertado, permitindo que ela e sua mãe, Isabella, tivessem um pouco mais de conforto. O céu já mostrava os primeiros raios solares quando a van estacionou em frente ao majestoso hotel da família, um dos muitos espalhados pelo mundo.O porteiro, sempre atencioso, abriu a porta com um sorriso caloroso. Vittorio, seu pai, saiu primeiro, estendendo a mão para ajudar Sofia a descer.No lobby, a grandiosidade do lugar era inconfundível. Funcionários vestidos impecavelmente cumprimentaram-nos com acenos discretos. Vittorio beijou a esposa carinhosamente nos lábios e depois inclinou-se para beijar Anna na testa. — Vou direto ao escritório. Preciso resolver algumas coisas antes do café — disse ele, sua voz grave mas gentil. Anna assentiu, sabendo que seu pai raramente se afastava dos negócios, mesmo em momentos familiares.Enquant
Capítulo 19No restaurante do hotel, estavam terminando o café da manhã quando a conversa tomou um rumo mais sério.- Anna, estive conversando com sua mãe e decidimos que vamos morar em outro país por um tempo - disse Vittorio, com uma expressão preocupada.Anna ficou surpresa.- Outro país? Mas por quê?- Você estará mais segura lá. Quero garantir que você esteja fora de perigo. Ele pode voltar, e não quero que você seja levada novamente, minha querida.Anna ponderou por um momento. A ideia de deixar tudo para trás e se mudar para o outro país era assustadora, mas sabia que seu pai só queria o melhor para ela.- Claro, papà. O senhor está certo.- Que bom que entendeu. Vou me reunir com meus homens e combinar tudo até o dia da viagem. Tudo bem para você querida? - perguntou olhando para a esposa.- Está tudo ótimo, mio amoré - disse Isabella com um sorriso.***Enquanto isso, Rodolfo chegou à base e foi direto para a sala de reuniões. O coronel Albuquerque e outros membros da equipe
Capítulo 20De volta ao hotel, Anna se preparou para a noite. Escolheu um vestido azul marinho que realçava suas curvas e calçou sapatos de salto alto. O cabelo solto em ondas caía sobre os ombros, e a maquiagem estava impecável, realçando seus olhos.Chegando à boate, a música alta e as luzes piscantes ajudaram-na a esquecer momentaneamente suas preocupações. Cumprimentou um casal de conhecidos e trocou algumas palavras, tentando se distrair. Mas, de repente, avistou Rodolfo no meio da multidão. Seu coração acelerou instantâneamente.Com determinação, aproximou-se dele.— O que você está fazendo aqui? — perguntou, surpresa e confusa. — Não deveria estar aqui — disse olhando para os lados.Antes que pudesse responder, Rodolfo a puxou pelo braço, levando-a para um canto mais escuro da boate. — Rodolfo, o que...Ele a pressionou contra a parede, silenciando-a com um beijo ardente.— Anna...Os lábios dele estavam famintos, e ela, incapaz de resistir, entregou-se àquele momento. Sentiu
Capítulo 21No porão escuro, Rodolfo, mesmo machucado e desnorteado, não conseguia parar de pensar em Anna. Sua testa franzida de dor e preocupação se intensificou ao escutar um estrondo distante.Vários soldados e policiais entraram na sala, atirando em todos os capangas que ficaram impressionados por terem sido descobertos. O som das balas ricocheteando e dos gritos de surpresa encheu o ambiente.Agonizando após levar um tiro, Marco tentou se erguer para perguntar ao Coronel, que havia acabado de entrar:— Como... como nos encontrou?O Coronel, com uma expressão determinada e fria, respondeu:— Rodolfo é como um filho. Eu o encontraria até no inferno, se fosse necessário.Sem hesitar, ele sacou sua pistola e, com um tiro certeiro, eliminou Marco de uma vez por todas.O Coronel, vendo seu garoto todo machucado, empurrou os demais para abrir caminho. Assim que soltaram Rodolfo, que ficou ajoelhado no chão, ele se aproximou e segurou seu rosto com delicadeza.— Você vai ficar bem, meu
Capítulo 22Rodolfo foi levado às pressas ao hospital, com ferimentos graves e uma expressão de dor que fazia o coração de seus companheiros apertar. O coronel Paulo Albuquerque seguia de perto, com o rosto carregado de preocupação e culpa. Rodolfo não era apenas um soldado sob seu comando; ele era como um filho.No hospital, Rodolfo foi imediatamente levado para a sala de cirurgia. O coronel, juntamente com alguns membros de sua equipe, aguardava do lado de fora, cada minuto parecendo uma eternidade. Quando finalmente saiu da cirurgia, os médicos informaram que ele estava estável, mas precisaria de cuidados intensivos e tempo para se recuperar. Paulo passou horas ao lado da cama de Rodolfo, observando o jovem lutar para despertar. Seus pensamentos estavam em tumulto. Como comandante, ele sabia que precisava ser racional e estratégico, mas como pai, estava cheio de emoções conflitantes. Não poderia permitir que Rodolfo se arriscasse mais. Quando Rodolfo finalmente abriu os olhos, en