Capítulo 18Anna mal podia acreditar que, após horas exaustivas de viagem, finalmente estava em Roma. A van em que estavam tinha sido uma troca bem-vinda pelo carro apertado, permitindo que ela e sua mãe, Isabella, tivessem um pouco mais de conforto. O céu já mostrava os primeiros raios solares quando a van estacionou em frente ao majestoso hotel da família, um dos muitos espalhados pelo mundo.O porteiro, sempre atencioso, abriu a porta com um sorriso caloroso. Vittorio, seu pai, saiu primeiro, estendendo a mão para ajudar Sofia a descer.No lobby, a grandiosidade do lugar era inconfundível. Funcionários vestidos impecavelmente cumprimentaram-nos com acenos discretos. Vittorio beijou a esposa carinhosamente nos lábios e depois inclinou-se para beijar Anna na testa. — Vou direto ao escritório. Preciso resolver algumas coisas antes do café — disse ele, sua voz grave mas gentil. Anna assentiu, sabendo que seu pai raramente se afastava dos negócios, mesmo em momentos familiares.Enquant
Capítulo 19No restaurante do hotel, estavam terminando o café da manhã quando a conversa tomou um rumo mais sério.- Anna, estive conversando com sua mãe e decidimos que vamos morar em outro país por um tempo - disse Vittorio, com uma expressão preocupada.Anna ficou surpresa.- Outro país? Mas por quê?- Você estará mais segura lá. Quero garantir que você esteja fora de perigo. Ele pode voltar, e não quero que você seja levada novamente, minha querida.Anna ponderou por um momento. A ideia de deixar tudo para trás e se mudar para o outro país era assustadora, mas sabia que seu pai só queria o melhor para ela.- Claro, papà. O senhor está certo.- Que bom que entendeu. Vou me reunir com meus homens e combinar tudo até o dia da viagem. Tudo bem para você querida? - perguntou olhando para a esposa.- Está tudo ótimo, mio amoré - disse Isabella com um sorriso.***Enquanto isso, Rodolfo chegou à base e foi direto para a sala de reuniões. O coronel Albuquerque e outros membros da equipe
Capítulo 20De volta ao hotel, Anna se preparou para a noite. Escolheu um vestido azul marinho que realçava suas curvas e calçou sapatos de salto alto. O cabelo solto em ondas caía sobre os ombros, e a maquiagem estava impecável, realçando seus olhos.Chegando à boate, a música alta e as luzes piscantes ajudaram-na a esquecer momentaneamente suas preocupações. Cumprimentou um casal de conhecidos e trocou algumas palavras, tentando se distrair. Mas, de repente, avistou Rodolfo no meio da multidão. Seu coração acelerou instantâneamente.Com determinação, aproximou-se dele.— O que você está fazendo aqui? — perguntou, surpresa e confusa. — Não deveria estar aqui — disse olhando para os lados.Antes que pudesse responder, Rodolfo a puxou pelo braço, levando-a para um canto mais escuro da boate. — Rodolfo, o que...Ele a pressionou contra a parede, silenciando-a com um beijo ardente.— Anna...Os lábios dele estavam famintos, e ela, incapaz de resistir, entregou-se àquele momento. Sentiu
Capítulo 21No porão escuro, Rodolfo, mesmo machucado e desnorteado, não conseguia parar de pensar em Anna. Sua testa franzida de dor e preocupação se intensificou ao escutar um estrondo distante.Vários soldados e policiais entraram na sala, atirando em todos os capangas que ficaram impressionados por terem sido descobertos. O som das balas ricocheteando e dos gritos de surpresa encheu o ambiente.Agonizando após levar um tiro, Marco tentou se erguer para perguntar ao Coronel, que havia acabado de entrar:— Como... como nos encontrou?O Coronel, com uma expressão determinada e fria, respondeu:— Rodolfo é como um filho. Eu o encontraria até no inferno, se fosse necessário.Sem hesitar, ele sacou sua pistola e, com um tiro certeiro, eliminou Marco de uma vez por todas.O Coronel, vendo seu garoto todo machucado, empurrou os demais para abrir caminho. Assim que soltaram Rodolfo, que ficou ajoelhado no chão, ele se aproximou e segurou seu rosto com delicadeza.— Você vai ficar bem, meu
Capítulo 22Rodolfo foi levado às pressas ao hospital, com ferimentos graves e uma expressão de dor que fazia o coração de seus companheiros apertar. O coronel Paulo Albuquerque seguia de perto, com o rosto carregado de preocupação e culpa. Rodolfo não era apenas um soldado sob seu comando; ele era como um filho.No hospital, Rodolfo foi imediatamente levado para a sala de cirurgia. O coronel, juntamente com alguns membros de sua equipe, aguardava do lado de fora, cada minuto parecendo uma eternidade. Quando finalmente saiu da cirurgia, os médicos informaram que ele estava estável, mas precisaria de cuidados intensivos e tempo para se recuperar. Paulo passou horas ao lado da cama de Rodolfo, observando o jovem lutar para despertar. Seus pensamentos estavam em tumulto. Como comandante, ele sabia que precisava ser racional e estratégico, mas como pai, estava cheio de emoções conflitantes. Não poderia permitir que Rodolfo se arriscasse mais. Quando Rodolfo finalmente abriu os olhos, en
Capítulo 23 Esses dias no Brasil foram os mais escuros que Anna teve. Foram duas semanas sem notícias de Rodolfo. Achou que seria fácil esquecê-lo. Grande erro. Agora tem que conviver com seu coração apaixonado. Não consegue nem ao menos se interessar por alguém. Ela passava as manhãs tentando se distrair nos jardins da propriedade, as tardes lendo livros que já não prendiam sua atenção e as noites eram as piores. As sombras pareciam sussurrar o nome de Rodolfo, e em cada canto da casa lhe lembrava o breve tempo que passaram juntos. Anna sentia uma dor constante no peito, uma saudade que parecia aumentar a cada dia. Tentava se convencer de que tudo o que aconteceu não passava de uma ilusão, uma paixão passageira, mas seu coração teimava em contradizê-la. *** Enquanto isso, Rodolfo, passava os dias treinando, preparando-se para o que viria, mas seu pensamento estava sempre nela. — Rodolfo, você precisa descansar — dizia Dora, preocupada com o parceiro ao vê-lo na academia que fi
Capítulo 24Rodolfo entra na van com Anna em seu colo. Conforme os minutos se passam, ele percebe que ela começa a acordar. O coronel observa de longe, mantendo-se distante. Apenas Rodolfo e alguns superiores sabem que Anna é filha do coronel.Com um imenso alívio por tê-la ali com ele, Rodolfo passa o polegar pela bochecha de Anna. Os soldados observam a cena com curiosidade. Ele olha nos olhos dela e, incapaz de resistir, inclina-se e beija seus lábios suavemente fazendo o coronel franzir a testa.Anna, ainda atordoada, responde ao beijo. A intensidade do momento faz com que ela esqueça temporariamente a confusão e o medo que sentia. O calor do toque de Rodolfo e a suavidade de seus lábios trazem uma sensação de segurança e conforto que ela não experimentava há muito tempo.Ele separa os lábios dos dela contra sua vontade.— Eu prometo que vai ficar tudo bem... — sussurrou Rodolfo, seus olhos fixos nos dela.Anna tentou processar as palavras, mas a proximidade de Rodolfo e a sinceri
Capítulo 25Anna sentia uma revolta interior, apesar de estar tentando manter a calma, está difícil e frustrada por seu corpo e sua mente se deixarem levar nessa situação tão complicada. Ela empurrou Rodolfo com força, afastando-o. Ele franziu o cenho, confuso.— Vocês só podem estar mentindo para mim. Meu pai me ama...— O que deu em você? — perguntou Rodolfo, surpreso.Anna olhou para ele com lágrimas nos olhos, a dor evidente em seu rosto.— Como posso acreditar em você? — disse, a voz trêmula. — Meu pai sempre cuidou de mim. Por que eu deveria confiar em você agora?Rodolfo deu um passo para trás, tentando encontrar as palavras certas. Ele sabia que a verdade era difícil de aceitar e respeitava a decisão do coronel de não contar tudo por enquanto.— Anna, sei que é difícil de entender. Mas eu nunca quis te machucar. Muito menos te magoar.Anna balançou a cabeça negativamente, a incredulidade estampada em seu rosto.Rodolfo se aproximou novamente, desta vez com mais cuidado. Ele se