Capítulo 6
Anna sentiu uma onda de desconfiança enquanto Rodolfo a guiava pelos corredores escuros e tumultuados do restaurante. Seu coração batia descompassado, ela sentiu uma sensação de perigo no ar. Com um movimento rápido e desesperado, ela se libertou das mãos de Rodolfo e começou a correr pelos corredores, ignorando as vozes exaltadas e os sons de disparos que ecoavam ao seu redor. Com o coração batendo descontroladamente, Anna subiu as escadas em direção ao telhado, sua única esperança de encontrar uma rota de fuga. Mas ao chegar lá, seu coração afundou ao perceber que não tinha escapatória. As lágrimas subiram aos seus olhos, sua mente girando em pânico enquanto ela tentava desesperadamente encontrar uma solução para aquela situação impossível. Rodolfo correu até o telhado atrás de Anna, seu coração batendo forte. Ele encontra ela imóvel observando-o. Com mãos trêmulas, ela tirou os sapatos, sentindo o vento gelado acariciar seus pés descalços. - Por favor, Anna... - gritou Rodolfo, sua voz cheia de angústia e preocupação com medo que ela possa cair. Ele se aproximou lentamente, suas mãos estendidas para cima em um gesto de rendição e paz. Mas Anna estava determinada a não ser capturada. Com o coração acelerado, semi cerra os olhos com determinação. - Eu vou pular se você não me deixar ir! - sua voz ecoou pelo telhado, cheia de emoção e desespero. Rodolfo congelou, seu coração afundando ao ouvir as palavras dela. - Por favor, Anna, não faça isso. Eu não quero te machucar. Só quero ajudar. - sua voz era suave e cheia de preocupação. Anna hesitou por um momento, lutando com suas próprias emoções. Mas logo se recompôs, afinal, ele é um estranho. - Mentira! - ela gritou sem acreditar em nenhuma palavra. - Afaste-se! Me deixe ir, Rodolfo. Se é que esse é o seu verdadeiro nome - sua voz era um sussurro desesperado, suas mãos tremendo ao lado do corpo. Por um momento tenso, o silêncio pairou sobre eles. Então, lentamente, Rodolfo deu um passo para trás, suas mãos caindo ao longo do corpo. - Está bem, Anna. Vou te deixar ir. - sua voz era calma e resignada. Com um último olhar para trás, Anna tenta dar um passo para longe da beira do telhado. Mas, desequilibrada, solta um grito desesperado enquanto sente o corpo cair no vazio. Rodolfo age rapidamente, segurando seu braço e puxando-a para si. Com o coração acelerado, ela se agarra a ele por alguns segundos, tentando assimilar o que acabara de acontecer. Logo, porém, a realidade retorna à sua mente, lembrando-a da perigosa situação em que se encontra. Rodolfo segurou Anna com firmeza em seus braços, sentindo o coração disparado enquanto a segurava contra si, aliviado por tê-la impedido de cair. Ele olhou nos olhos dela, vendo o medo e a confusão refletidos ali, e sentiu uma onda de determinação tomar conta de si. - Está tudo bem, Anna. Você está segura agora. - Sua voz soou firme, tentando transmitir conforto e segurança. No entanto, antes que ele pudesse reagir, ela o empurrou com força, iniciando uma luta corporal inesperada. Rodolfo se viu forçado a se defender, desviando dos golpes dela enquanto tentava contê-la sem machucá-la. - Anna, pare! Eu não quero te machucar! - Ele gritou, tentando fazê-la parar. Mas ela não se importou e lutava com todas as suas forças, incapaz de distinguir amigo de inimigo naquele momento de turbulência. - Quem é você, maldito? - Perguntou, demonstrando toda sua ira entre chutes e socos desferidos contra seu adversário. Rodolfo, com sua habilidade e treinamento, conseguiu conter os movimentos dela sem causar danos, tentando encontrar uma maneira de dar um fim naquela luta sem sentido. - Anna, por favor, me escute! - Poupe sua saliva! Lutarei até a morte! Ela reúne energia o suficiente para acertar Rodolfo no meio das pernas e desferir um último chute no peito, derrubando-o. Com ele caído e gemendo, ela não perde tempo e corre de volta para as escadas. Ao entrar novamente no restaurante, escuta os gritos e tiros recomeçando. Pensando rápido, resolve procurar a saída. Seu carro é blindado e poderá sair daquele inferno sem danos se conseguir alcançá-lo. Enquanto isso, Rodolfo, apesar da dor, consegue se levantar e vai atrás dela. Ele a alcança e a segura pela cintura antes que ela entre no carro. Ela grita e chuta em desespero, tentando se soltar. - Solte-me, seu desgraçado! - Ela grita, sua voz ecoando pela noite fria e silenciosa. Rodolfo, com determinação, segura firmemente, ignorando as investidas dela. Sem tempo para tentar acalmá-la, pega as chaves do carro da mão dela e entra, com ela gritando de raiva. Com rapidez e eficiência, ele pega duas algemas e consegue prender as mãos dela perto do painel, e em seguida, os pés. Assumindo o volante, ele sai do estacionamento, até alcançar a rodovia, onde continua dirigindo em alta velocidade. Enquanto isso, Anna fica calada, com lágrimas nos olhos, resignada diante da situação. Ela olha pela janela, vendo as luzes da cidade passarem rapidamente enquanto o carro avança pela estrada escura. Seu coração ainda está acelerado, sua mente em turbilhão, mas ela se vê completamente impotente diante da força e da determinação de Rodolfo. Horas depois, ele olha para Anna com uma mistura de preocupação e ternura enquanto ela dorme de maneira desconfortável no banco do passageiro. O sol está começando a nascer, pintando o céu com tons de laranja e rosa no horizonte, a melhor parte das últimas horas. Ele se inclina para o lado, tocando suavemente o rosto dela com a ponta dos dedos, tirando uma mecha de cabelo do rosto dela com delicadeza. Seu coração se aperta ao ver o semblante cansado e as lágrimas secas em suas bochechas. Com um suspiro, ele volta a se recostar no banco e presta atenção à estrada até sentir o celular vibrando. Ele pega o celular, verifica as mensagens e faz um pequeno desvio antes de chegar à fronteira. Rodolfo vê três carros à beira da estrada com os homens vestidos com roupas do exército. Ele os reconhece imediatamente e sai do veículo. Um dos homens se aproxima e entrega a chave de um carro luxuoso para Rodolfo, instruindo-os a seguirem pela estrada passando pela fronteira e aguardarem as próximas instruções. Rodolfo franze o cenho, escuta atentamente e olha rapidamente para Anna ainda adormecida. - O que vão fazer com o carro dela? O soldado olha para ele com uma expressão séria e responde sem rodeios: - Vamos queimar. Agora vão! - ordena, fazendo com que Rodolfo se apresse.Capítulo 7Anna acorda lentamente, seus olhos se abrem para se deparar com a estrada à sua frente. Ela nota imediatamente que está sem as algemas que a prendiam antes. Olha para Rodolfo, que está concentrado no trânsito, seu semblante sério e preocupado.Com o estômago roncando de fome, Anna sente uma pontada de desconforto ao perceber que não tem ideia de quando foi sua última refeição. No entanto, ela se recusa a implorar por comida a Rodolfo. Ela não vai se humilhar diante dele, não depois de tudo o que aconteceu.Ela desvia o olhar, tentando ignorar a sensação de vazio em seu estômago enquanto se pergunta o que o destino lhe reserva.Momentos depois, ela observa ele discretamente. Mesmo sabendo que ele é o responsável por sua situação atual, ela não consegue deixar de reconhecer sua beleza e sentir uma inexplicável atração por ele. Uma parte dela clama por ódio e ressentimento, mas outra parte se vê irresistivelmente atraída por aqueles olhos profundos e pela aura de mistério que
Capítulo 8Rodolfo acompanha Anna até a porta do quarto depois de mostrar as toalhas, roupas e o banheiro. Ao sair, ele para perto da porta dizendo:— Não demore. Vou te dar sua primeira aula de culinária.Anna fica parada por um momento, encarando a porta após ele sair, antes de pegar a toalha e seguir para o banheiro.Lá dentro, ela se depara com uma surpresa. Uma variedade de produtos femininos dispostos no balcão. Os melhores shampoos, cremes, sabonetes, esponjas e sais de banho estão à sua disposição.Além disso, no quarto, ela tinha notado uma coleção de perfumes, maquiagem e roupas que parecem ser do seu tamanho. Mas como isso é possível? Anna se questiona, sentindo uma mistura de surpresa e desconfiança. A resposta que vem à sua mente, é que Rodolfo a vigiava a muito tempo.Anna decide não se aprofundar nesse mistério por enquanto. Precisa se concentrar em encontrar uma maneira de sair dali. Ela toma um banho rápido e veste uma das roupas disponíveis, um vestido leve preto.En
Capítulo 9Anna se deita na cama, encarando o teto com os olhos cheios de incerteza e frustração. Ela sempre se considerou uma mulher forte e decidida, capaz de enfrentar qualquer desafio que a vida lhe apresentasse. No entanto, essa situação a pegou de surpresa, deixando-a vulnerável e irritada consigo mesma.Enquanto repassa mentalmente os eventos que a levaram até ali, Anna se questiona como pôde se deixar levar pelos desejos impulsivos que sentiu por Rodolfo. Quem quer que seja o inimigo de seu pai, sabia exatamente como atingi-la, tocando em seu ponto fraco para capturá-la.A sensação de impotência a consome com a incerteza do que virá a seguir. Apesar de sua determinação em não ceder à pressão, ela não pode negar a angústia que a acompanha.O que será do seu futuro? Como conseguirá escapar dessa armadilha? São questionamentos que martelam em sua mente, tornando o sono uma fuga impossível por mais que esteja cansada. No entanto, mesmo diante da adversidade, uma chama de esperança
Capítulo 10Na manhã seguinte, Rodolfo é despertado pelo som de uma batida forte na porta. Seus instintos o fazem abrir os olhos abruptamente e saltar da cama.Pegando uma arma, ele segue para a sala e verifica o monitor para ver quem está lá fora. Em um local isolado como aquele, não deveria aparecer ninguém.Após identificar a visitante, guarda a arma nas costas e abre a porta. Anna entra na sala, seu rosto sonolento e os cabelos desgrenhados após horas de sono.Antes que Rodolfo possa reagir, é empurrado para dentro com brutalidade.— Sério mesmo! Estava te esperando ontem! Pensei que tínhamos um encontro... — Dora, sua parceira, fala com os braços cruzados e os olhos cor de mel fixos nele. Só então ela percebe Anna atrás dela e fecha os olhos brevemente antes de voltar a encarar Rodolfo com faíscas nos olhos.Rodolfo ergue as sobrancelhas e balança a cabeça negativamente, sem entender a falta de lógica de sua parceira. Sem se dar ao trabalho de responder, ele tranca a porta e diz:
Capítulo 11 Anna decide se afastar de Dora, então segue para seu quarto. Observando o livro em suas mãos, ela se depara com a capa intrigante e decide ler a sinopse. É um romance envolvendo uma mortal e um vampiro, uma combinação intrigante para ela. - Isso parece interessante... - ela comenta consigo mesma enquanto abre o livro, curiosa para começar a leitura. Horas se passam enquanto ela se envolve na história, mergulhando nas páginas até que percebe que já é noite e precisa acender a luz para continuar lendo. No entanto, sua fome a interrompe, lembrando-a de que não comeu nada desde o almoço. Ela é atraída pelo cheiro delicioso que vem da cozinha, um aroma que contrasta com a comida italiana a que está acostumada. Curiosa e faminta, ela vai até lá e encontra apenas Rodolfo. - Você está conseguindo fugir das suas aulas de culinária - ele comenta sem olhar para trás. - Como sabia que estava aqui? - Anna pergunta perplexa. - Senti o seu perfume - ele responde. - Ah, conta outra
Capítulo 12Ao amanhecer, uma névoa leve cobre a floresta ao redor da cabana. Os primeiros raios de sol tentam penetrar a densa folhagem. Dentro da cabana, tudo parece calmo, mas essa calma é apenas superficial.Rodolfo acorda com um sobressalto. O som distante de tiros rompe a tranquilidade da manhã. Ele salta da cama, pegando rapidamente a arma que está sempre ao seu alcance. Seu coração bate acelerado enquanto corre até o monitor de segurança, confirmando seus piores temores. Homens armados se aproximam rapidamente da cabana.Ele sabe que não tem muito tempo. Anna está em perigo, e sua única chance é sair dali o mais rápido possível. Com passos firmes, ele se dirige ao quarto de Anna. Ao entrar, vê que ela ainda está profundamente adormecida, o rosto sereno contra o travesseiro. Por um momento, ele hesita, contemplando a tranquilidade dela, mas o som dos tiros se intensifica, puxando-o de volta à realidade.— Anna! — Ele a sacode gentilmente, mas com urgência. — Anna, acorde! Preci
Capítulo 13— Seu pai é uma peça-chave, e acreditamos que você possa nos fornecer informações valiosas — diz o general, sua voz firme e autoritária.Anna respira fundo, tentando manter a calma. Sente o peso das expectativas sobre seus ombros, mas também sabe que esta é uma oportunidade de finalmente entender toda a verdade.— O que exatamente vocês precisam saber? — pergunta ela, tentando manter a voz firme.O general Albuquerque se inclina um pouco mais para a frente, observando-a com atenção.— Precisamos de qualquer informação sobre os negócios de seu pai que possa nos ajudar a desmantelar sua organização. Locais, contatos, qualquer coisa que você possa lembrar. Tudo pode ser útil — responde ele.Anna pensa por um momento, revirando as lembranças em sua mente. Sabe que seu pai mantinha muitas coisas em segredo, mas algumas pistas sempre escapam. Ela lembra-se de conversas, de documentos vistos de relance, de nomes mencionados em sussurros.— Há um lugar... um armazém onde ele cost
Capítulo 14Rodolfo levou Anna até uma casa dentro do perímetro do exército. Assim como a cabana, a casa estava equipada com câmeras de segurança, trancas reforçadas e grades nas janelas. Anna sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao perceber que aquela casa era, na verdade, uma espécie de prisão para pessoas em situações como a dela.Eles entraram na casa, e Anna observou cada canto, sentindo-se cada vez mais aprisionada. Tudo ali remetia à sensação de confinamento, e ela mal conseguia conter a ansiedade que crescia dentro dela.Rodolfo notou a inquietação de Anna e tentou confortá-la.— Eu sei que isso pode parecer assustador, Anna, mas é apenas temporário. Estamos fazendo o possível para garantir sua segurança — disse ele, tentando soar reconfortante.Anna assentiu, tentando se convencer de que aquela era a melhor opção no momento. No entanto, uma sensação de desconforto persistia em sua mente.Enquanto Rodolfo fazia uma ronda pela casa para garantir que tudo estava seguro, Anna