CAPÍTULO 04
Camila Fernandez Que droga! Não consigo ouvir nada! Entendi que alguém vai morrer, mas nada claro. Estou bem encostada na porta, mas são palavras confusas, misturadas com uma outra língua, que me parece italiana. Do nada a porta é empurrada, e eu quase caí no chão com o impacto. Era o Hélio de novo. — Venha que o Dom quer te ver! — falou ele. — Eu não quero saber de nenhum Dom! Quero ir para casa! — falei, mas me calei ao ver que tinham muitos homens naquela sala agora, e me deu um certo medo da situação. Um deles estava com uma arma apontada para a cabeça do homem, que diziam ser o meu pai, e ao me ver, a arma veio para a minha direção. Ele começou a passar a arma pelo meu rosto, como se não fosse nada, e cheguei a sentir as minhas pernas amolecerem com aquela situação tão ruim. O homem passou a arma por todo o meu corpo, como se estivesse me conhecendo, ou talvez, analisando, me encarando e me comendo com os olhos, como se dizem. Pelo que entendi ele está cobrando por uma noiva, ou esposa, sei lá! E o meu pai é quem tem que arrumar, e como a minha suposta irmã gêmea não é, ele quer outra no lugar, que seja, mas eu nunca vou entregar a minha pureza a este homem cruel, me guardei à anos para o meu marido, mas na minha cabeça o único marido que eu conheço é o Augusto, o homem que eu amo! Preciso dar um jeito nisso! Tentei de todas as maneiras pedir para que me deixassem ir, mas ninguém me ouvia, e fui obrigada a entrar em um carro do lado daquele homem que me dava medo. Tentei alertar ele que o Augusto viria atrás de mim, mas fiquei ainda mais assustada ao saber que ele o mataria! Que tipo de homem ele é? Será que vai me obrigar a me casar com ele, a me entregar a ele? Meu Deus! Pra onde estou indo? Decidi me calar um pouco, eu não conseguiria fugir de lá, com tantos homens armados por perto. Quando o carro parou eu fiquei desesperada ao ver que iríamos a um avião, eu mal sabia aonde estávamos, e se iríamos de avião, era porque perto não era o local! — Para onde estão me levando? — Perguntei ao ser puxada para fora do carro, sentido ao avião. — Para a nossa casa! Em Roma! — Respondeu como se eu fosse dizer sim para ele, só pode estar brincando comigo. — Escuta aqui, senhor manda tudo! Eu não vou me casar com você! E na hora da cerimônia vai passar vergonha, se me perguntarem! Pois eu direi um NÃO, bem grande! Saiba você! — Falei enquanto era puxada para a escada do avião, com força. — Bom! Nesse caso terei que colocar uma arma na cabeça de alguém na hora da cerimônia! Qual é mesmo o nome dele? Tenho homens espalhados em máfias distintas, onde tenho acordos, no mundo todo! Apenas uma ligação e teremos miolos estourados! Ou se preferir pode ser outras pessoas também! — Falou ele, me apavorando. Me lembrei da minha mãezinha, e quase surtei só de imaginar uma coisa dessas. — Você não tem vergonha? Falar essas coisas, e ser tão cruel? No seu país ninguém quis se casar com você? Procure alguém que te queira, seu egoísta de merda! — perguntei já dentro do avião, que não consegui evitar, de modo algum. — Não! Sou conhecido por minha frieza, e trabalho, adoro o que faço, e acho bom se acostumar! E, olha só... você fala demais! A sua irmã não falou nem um terço do que você fala! Te aconselho a ficar de boca fechada, porquê fica mais bonita! — comentou o tal Dom, me prendendo no braço dele. Vi que estávamos no final do avião, e tinha um pequeno quarto, onde ele me fez entrar, e ao entrar junto, fechou a porta, e eu nervosa comecei a tagarelar sem parar. — Eu não conheço essa irmã que dizem que eu tenho! Quando me sequestraram, eu vi alguém parecida comigo, mas estava dopada demais para me apresentarem, você não pode fazer isso! — falei desesperada. — Já chega! Vamos ao que interessa! Você é mesmo virgem? — perguntou de braços cruzados como quem pergunta, se eu comi no almoço! E, inclusive isso ninguém me perguntou. — O que isso te interessa? Se eu não for, eu morro? Pode me matar, pois prefiro morrer, do que me entregar a um homem como você, não tenho medo da morte! — falei na cara dele, e tive muito medo, mas jamais o deixaria me destruir, antes eu o mataria, ou ele me mataria. — Você é muito corajosa, em garota? Eu poderia te matar agora mesmo, só por me desafiar! Mas, não vou te dar esse gostinho! Só pelo jeito que falou, tenho certeza que deve ser virgem, pois se não tivesse, te daria um tiro e jogaria pela janela do avião em movimento. Vou ter muito gosto de acabar com essa marra toda, que você tem! — Se quiser me ter, vai ter que tentar, e se conseguir, será a força, e terá um pedaço de carne na sua cama, e jamais uma mulher, vou fazer tudo o que eu puder para transformar a sua vida em um inferno, e na primeira oportunidade que eu tiver, eu o mato, ou me mato, pois eu jamais darei a luz à um filho seu! E eu sei que é isso que quer! — falei o olhando nos olhos, mesmo morrendo de medo, e sabendo que muito dificilmente eu me mataria. Ele não falou mais nada, e saiu batendo a porta do quarto de avião, me deixando sozinha com os meus medos, e pensamentos. O que vai ser de mim? Esse homem quer me destruir, apenas por um cargo na máfia! Eu nunca vou aceitar isso, mas se ele fizer realmente a tal ligação serei obrigada a aceitar, não posso permitir que ele mate a minha mãe, ou o Augusto! Eu estou muito ferrada, e ainda muito longe de casa! Pensar que ontem eu estava tão feliz! Deveria ter me entregado ao Augusto, e ninguém me levaria, por eu não ser mais virgem, e talvez nada disso tivesse acontecido, e se eu morresse, pelo menos, morreria feliz! Agora serei destinada a viver uma vida que eu não escolhi, em prol de um homem mafioso, cruel, sem caráter, nem coração, e com todos os outros adjetivos que ele tem, que são muitos. Ele é um homem bonito, porquê tem que forçar uma mulher, ou comprar? Ele que conquistasse uma... “eu disse bonito? Merda, porque falei isso?“ Penso.CAPÍTULO 05 Pablo Strondda Essa garota está me tirando do sério! Nunca vi uma mulher que falasse desse jeito com um capo, ou um Dom, e ela parece não se importar com nada. Tem horas que eu realmente tenho vontade de lhe dar uns tapas, mas o pior é que eu não consigo, acaba que tenho pena dela, ou não sei o quê, me faz ficar na minha. Na verdade eu até entendo que ela tinha uma vida, e foi roubada a sua escolha, mas deveria ficar feliz, muitas mulheres morreriam para se casar comigo, e eu vou me casar com ela. Não posso desistir agora, tem muitos esperando por esse casamento, e ele precisa acontecer amanhã cedo! Ainda terei que trocar esses documentos, pois o contrato, está no nome da sua irmã safada, que ainda bem, que consegui me livrar, pois logo teria que matá-la por infidelidade, e eu não estou a fim de esquentar a cabeça com isso. Vida que segue, e vou acabar precisando trancar essa garota em casa, para não ter problemas! No avião acabei não fa
Camila Fernandez Entrei no banho, e comecei a me preocupar. Por mais que o banho deveria estar me tranquilizando, não está ajudando a melhorar a minha cabeça!Esse homem cruel acabou de ameaçar a minha mãezinha, e não posso deixar que ele a faça mal, então terei que me casar com ele! Mas... e o Augusto? Todo o amor que eu sinto por ele? E se ele vier atrás de mim, ainda seria pior, pois o tal Dom, certamente o mataria, e eu também não viveria mais tranquila dessa forma.O que será que está acontecendo lá? A tarde será o horário do meu casamento, e não posso acreditar que me preparei tanto para esse dia, pensando que seria o dia mais feliz da minha vida, e agora estou prestes a entrar no meu próprio funeral, pois esse homem está me matando por dentro! Arrancando todos os meus sonhos com as mãos, achando que é dono do meu destino!Agora não tenho mais vida, e nem escolhas! Nunca terei a minha tão sonhada primeira vez com o Augusto, e me arrependo de não ter me entregado, pelo menos eu
Camila Fernandez Ela é muito habilidosa, penteou o meu cabelo, e rapidamente fez uma maquiagem. Depois veio com um secador, secando o meu cabelo, e começou a prender em um penteado semi preso, ela era muito rápida, e deixou muito bonito, quando me olhei no espelho até estranhei, pois nunca me maquiei assim.Ouvimos duas batidas na porta, e ela foi abrir. Falou algumas palavras em italiano, que eu entendia muito pouco, e pegou o meu vestido de noiva, pois eu nem vesti a roupa que o Dom havia trazido, e ainda estava de toalha.Ela também me ajudou a vestir, e era maravilhoso o vestido! Eu acho que deveria ter custado uma fortuna, tinham muitas pedras caras, e eu conheço a qualidade dos tecidos, e o modelo era muito moderno. Ele era de mangas compridas, e bem comportado, ainda bem, pois não gosto de nada que expõe muito. Mas tinha uma renda nobre, e muito delicada com um pouco de transparência nos ombros e braços, todo trabalhado a mão. Justo no corpo, até a parte dos joelhos, e uma a
Júlia (mãe das gêmeas)Muito nova me apaixonei por um homem que era dez anos mais velho do que eu. Não que a idade interfira em algo, mas o caráter daquele homem, era repugnante, e eu só descobri, depois de estar de quatro por ele.Me entreguei a ele, de corpo e alma, pensei que tudo o que ele falava era verdade, que ele me amasse, e iríamos nos casar em breve!Fui até para outro país com ele e estava feliz, até me mudar, mas depois disso, eu comecei estranhar o seu comportamento, que mudou completamente comigo. Eu comecei a questionar a mudança, e ele começou a me agredir. No começo eram pequenos tapas, mas depois aumentaram, para socos na cabeça, e algumas outras agressões verbais, que não ficavam com aparência de pancadas, mas doía a alma.Cheguei a ter que fazer sexo com ele sem querer, pois não queria ter mais problemas. Eu tentei voltar para o meu país, mais ele ficou possesso de raiva, e não quis.Eu nunca entendi o que aquele verme queria de mim! Não quis casar comigo como pr
Júlia A Ágata, mulher do Isaque, ficou muito brava na noite de ontem, que ele ficou muito tempo comigo no quarto, e ela me atacou de manhã quando o Isaque foi trabalhar. Com a tentativa de me defender, caí no chão, com as costas batendo na cama, e tive uma dor muito forte, e não pude mais me levantar. Olhei no chão, e a minha bolsa tinha estourado, e me bateu um desespero. — Preciso ir para o hospital! Liga para o Isaque! — falei para a Ágata que me olhava assustada, sem saber o que fazia.— Não conta pra ele! Por favor, Júlia! Ele vai me bater de novo! Não conta! — ela falava desesperada, e até tive pena dela, pois acabei de descobrir que ela sofria o mesmo que eu, nas mãos daquele homem.— Tudo, bem! Não falo, mas eu preciso de um médico! — falei apavorada.Ela pegou o telefone e ligou para o Isaque, que mandou os funcionários me levarem que ele iria direto para lá, vi que a Ágata não foi, provavelmente ele a mantém presa, também!Chegando no hospital eu apaguei, e não vi nada do
Isaque Fernandez Sou de uma Máfia oculta no Paraguai, e fui criado para me tornar o Capo de lá. Fui obrigado a me casar com uma mulher da Máfia vizinha para fazer aliança, desde criança, mas enrolei até onde eu pude para evitar casar com aquela mulher que eu já tinha visto várias vezes, e nunca gostei. A minha família perdeu a paciência, e me tirou o cargo, passando ao meu irmão mais novo, pois diziam que eu não nasci para aquilo.Conheci a Júlia na Argentina, e assim que vi ela, gostei muito dela, aquele jeito meigo e delicado me encantaram, uma beleza única e natural, uma moça tão nova, não consegui resistir, e dei um jeito de trazer ela para o Paraguai comigo.No fundo eu sabia que nunca daria certo e mesmo assim a iludi propondo casamento, para que se entregasse a mim, eu a queria de qualquer jeito, e na época não medi as consequências dessa loucura, e me joguei naquele relacionamento. Eu comecei a ter problemas com a Máfia, e comecei a descontar nela. Eu sempre me arrependia de
Camila Fernandez Fiquei tão sem graça com a situação, que nem consegui olhar para o Dom. Ele segurou a minha mão, e saímos em direção da grande porta, e fomos direcionados a um outro ambiente, bem perto dali, também muito bonito, e decorado.Tinha tom de dourado e vermelho, fiquei impressionada com a qualidade das coisas, e fiquei perdida olhando.— Você ficou linda de noiva! — resmungou o Dom Pablo perto do meu pescoço, me fazendo arrepiar. Fingi que não ouvi, e continuei a olhar os laços e arranjos, então ele voltou a falar:— Precisamos receber os convidados! Você apenas fica do meu lado, não precisa encostar em nenhum homem, e se te oferecerem a mão, você ignora! — disse voltando a ficar sério, era só o que faltava, o homem é ciumento e possessivo!Eu engoli seco, e não respondi de novo, se tem uma coisa que eu aprendi é que ignorar, muitas vezes é muito melhor do que atacar, e a pessoa se sente muito mais agredido desse jeito.Ignorando outra vez, o segui para a recepção dos co
Pablo Strondda Aquela garota é muito inocente! Eu não contei quase nada da vida suja do ex noivinho, e ela surtou sem acreditar, o cara devia ser bom na conversa, para deixar a coitada tão iludida como ela está, fiquei até com pena, agora!Eu acabo sendo muito parecido com a minha mãe, as vezes e tenho o coração mole, e não deveria. Mas, também devo confessar que essa garota é linda demais, e está mexendo comigo de alguma forma que não poderia, isso não é nada bom pra mim.Quando a vi vestida de noiva, fiquei louco para agarrar ela, ali mesmo... e aproveitei o momento do beijo, para mostrar um dos meus pontos fortes, e pelo que entendo das mulheres, deu muito certo, pois senti que amoleci a moça. Eu não quis ela cumprimentando ninguém com nenhum tipo de toque, os homens da máfia são muito aproveitadores, e eu prefiro poupar ela, só pra mim. Posso parecer egoísta, talvez possessivo, mas fazer o quê? Ninguém é perfeito...Fiquei muito enfurecido quando soube que não deram nada para a