O veículo se move por alguns minutos, depois para. Um dos soldados dentro do veículo entrega lanternas para os quatro assassinos e explica que devido à falta de energia em alguns lugares, os mortos-vivos não enxergavam bem à noite, se guiavam pelo cheiro e pelo som. Os soldados então descem e os assassinos também. Eles estavam em frente a um prédio grande, totalmente apagado. Bernard pula de cima do veículo e cai perto dos assassinos. Um dos soldados arromba a porta do prédio e eles entram.
O prédio por dentro era bem bagunçado. Mesas e cadeiras quebradas, papéis espalhados, sujeira no chão e nas paredes. Os soldados e os assassinos avançam, os soldados com óculos de visão noturna e os assassinos só com lanternas. Conforme avançavam, começaram a ver rastros de sangue nas paredes e no chão. Os assassinos não foram informados da missão, mas deduziram que era para encontrar sobreviventes. Subiram até o próximo andar, pelas escadas. Os degraus estavam cheios de sangue seco e as paredes tinham manchas de sangue na forma de mãos.
No andar no qual chegaram agora, ouviram gemidos e outros sons como o de coisas sendo mastigadas. Este andar estava mais bagunçado e mais ensanguentado. Haviam corpos espalhados pelo chão. O grupo avança pelo corredor, checando todas as salas, sempre com cautela. Eles então ouviram um barulho que parecia alguém correndo vindo do fim do corredor. Todos apontaram as armas para lá e foram naquela direção. No fim do corredor tinha uma outra escada, bloqueada por um armário tombado. Atrás do armário, parecia ter alguém. Eles se aproximaram e viram um homem agachado. O homem levantou a cabeça e olhou para eles assustado. Era um homem de meia idade, com uma camisa social branca suja e com algumas manchas de sangue. Ele se levanta com as mãos para o alto. O homem tremia muito. Ele não podia ver os soldados direito, só os via por causa da lanterna que os assassinos seguravam.
Ele chegou perto dos soldados, mas parecia desconfiado e com muito medo mesmo. Eles perguntaram para o homem o que havia acontecido ali. Ele não respondeu de imediato. Olhava para um lado e para o outro, como se estivesse procurando por alguma coisa. Ele olhava freneticamente para os lados. Ele parou de virar a cabeça e olhou para Bernard. Ele então disse:
- Eles... Eles estavam mordendo. Mastigando. Tinha sangue... sangue... Nunca vi nada assim. Eu não tentei ajudar eles, eu estava com muito medo. Medo... MEDO!!!
- Acalme-se senhor. – Um dos soldados põe a mão sobre o ombro do homem.
- Me acalmar? Eles ainda estão aqui. Não sei... se meus amigos e colegas de trabalho ainda estão vivos, mas os mortos estão, com certeza. Eles estão...
- Senhor, captamos um pedido de ajuda pelo rádio vindo daqui. Se não foi você, então ainda há mais alguém vivo aqui – respondeu Bernard, ao homem desesperado.
Devido à situação do homem, Bernard decide que eles deviam leva-lo para fora do prédio antes de continuar procurando pelos outros. Eles escoltam o homem para fora do prédio e põem ele dentro do veículo blindado, na parte de trás. Eles fecham o veículo e voltam para o prédio. Eles passam pelo primeiro andar e novamente chegam ao segundo. Eles tiram o armário que obstrui as escadas. Os degraus deste andar também se encontram cheios de sangue e as paredes sujas de algo meio amarelado, parecendo humidade. No próximo andar podia-se ouvir ainda mais gemidos de dor e som de coisas arrastando. Quase chegando lá, Adam vê um zumbi, com um vergalhão enfiado na perna andando em frente à escada. O zumbi vê a luz das lanternas e se vira para eles. Rapidamente Adam cobre a lanterna com a mão. Os outros assassinos também cobrem as lanternas. Mesmo assim, o morto-vivo vai naquela direção. Eles o ouvem descendo os degraus. Steve pega em mãos seu facão e espera o zumbi se aproximar. Quando está bem perto, Steve o segura e enfia o facão na garganta do zumbi. Ele o solta no chão, os soldados saem da frente e o corpo rola escada abaixo.
Ao chegar no fim da escada e entrar no próximo andar, eles logo reparam que havia um buraco enorme no teto e por ali podiam ver o próximo andar. Lá em cima haviam 3 pessoas olhando para baixo, todos em um canto, sem poder ir ao outro lado. Haviam escombros bem embaixo do buraco. Os soldados deduziram que o andar de cima havia desabado. Eles acenaram para as pessoas no andar de cima. Se fossem se comunicar, teriam que falar alto e isso chamaria atenção. Eles contornaram os escombros para chegar até o outro lado. As salas daquele andar estavam vazias, então foram direto para a escada que levaria até o andar de cima.
Logo que chegam na escada, veem que o andar de cima estava infestado de zumbis. Podiam vê-los andando para lá e para cá. Parece que não havia jeito de passar, a não ser se atirassem. Os soldados apontam as armas, mas Adam estende o braço em frente a eles, pedindo que não atirem. Ele então olha para Yumi. A garota acena com a cabeça, desembainha a katana e vai sozinha até o andar de cima. Ela corta as pernas de dois deles. Eles caem no chão e o barulho atrai os outros. Yumi aproveita a distração e se esquiva por entre eles. Muitos passam perto dela, enquanto ela se move. Quando um deles chega muito perto, ela corta fora uma parte do corpo com a katana, como pernas e cabeça.
Ela encontra problemas para se mover entre eles, pois estava escuro e ela não podia acender a lanterna ali. Steve percebe que ela estava com problemas e decide entrar naquela sala também. Ele se arrasta pelas paredes e dá uma batidinha em um móvel. A atenção é atraída para o local de onde veio o som da batida. O caminho de Yumi fica livre. Ela passa pela porta e chega até a sala onde o buraco no chão está. Ela vê os jovens do outro lado. Ela então pergunta, com um tom de voz um tanto baixo:
- Foram vocês que fizeram a transmissão de rádio pedindo ajuda?
- Sim, fomos nós sim. Que bom que alguém veio – respondeu um dos jovens.
Yumi olhou em volta, para ver se tinha algum jeito de tirá-los de lá. Enquanto isso, dentro da sala de onde ela tinha saído, os zumbis se aproximavam de Steve. Ele havia feito barulho para ajudar Yumi, mas agora era ele quem estava com problemas. Ele estava cercado. Um dos soldados apontou a arma, mas Bernard segurou a mão dele e disse:
- Deixe-o. Eu disse que a moleza ia acabar. Ele queria ajudar mais do que limpando, vamos deixa-lo mostrar seus talentos. – Ele levanta a frente do chapéu com o dedo e observa a cena.
Adam e Lívia olham para os soldados, um tanto intrigados. Eles então voltam a atenção para a sala cheia de zumbis. Steve olha para eles se aproximando e quanto mais ele olha, mais ele lembra das vítimas que fez. Ele começa a se sentir mal de novo, mas tenta se conter para não ter um ataque ali e agora, ou então ele já era. Ele vê que Adam e Lívia estavam prestes a entrar na sala, mas ele pede para que não entrem, sinalizando com a mão.
Ele começa a tremer e a ver as imagens de suas vítimas de novo em sua mente. Ele se concentra e tenta se conter. Os zumbis estavam bem perto agora. Ele se agacha em um canto da parede, com a cabeça baixa e abraçando as pernas. Adam e Lívia perdem ele de vista, pois muitos zumbis o cercam. As imagens passando na mente de Steve ficam mais agressivas, até os zumbis chegarem bem perto. Quando um zumbi estava prestes a tocar nele, ele o segurou e enfiou o facão dentro da boca do morto-vivo. Ele então abaixou o corpo do zumbi no chão para não fazer barulho. Ele sacou uma das pistolas e com a pistola em uma mão e o facão na outra, se pôs a eliminar os cadáveres ambulantes na sala.
Ele apertava a arma contra o corpo deles para o tiro não fazer barulho e eliminava outros com o facão, cortando a cabeça ou enfiando na garganta. Adam e Lívia o observaram enquanto ele matava os inimigos na sala. Ele parecia concentrado e parecia não estar sentindo nada. Os corpos caíam no chão e se amontoavam. Ele continuava matando sem parar, com cuidado para não fazer barulho. A efetividade do rapaz era assustadora. Um dos zumbis quase o segurou por trás, mas ele lhe cortou a barriga e antes que o zumbi fizesse qualquer som de dor, enfiou a pistola na boca dele e disparou. Em pouco tempo, todos os zumbis da sala estavam mortos. Steve se virou para os soldados, com as roupas sujas de sangue e um olhar profundo e sombrio. Ele ficou ali parado, só olhando para eles, com o facão e a pistola nas mãos. Com a sala livre dos zumbis, os soldados avançam para onde Yumi está, passando por Steve, que continua parado no meio da sala.
Todos os soldados passam por ele e só Adam e Lívia ficam na sala. Os dois olham para Steve, Adam preocupado e Lívia com certo medo, mesmo já o tendo visto fazer isso antes.
Os soldados também não veem nenhuma maneira de resgatar os jovens do outro lado. Mesmo assim, os zumbis daquele andar já estavam mortos. Os soldados então decidem ir ao andar de baixo, para que os jovens pudessem pular e eles os agarrassem. Os soldados e os assassinos descem e se posicionam debaixo do buraco. Os jovens ficam meio inseguros, mas tomam coragem e pulam, um de cada vez. Os soldados os seguram e conseguem tirar todos de lá.
Os jovens agradeciam aos soldados, até que se assustaram ao ver Steve, com seu capuz e máscara de caveira no escuro. Ele se virou de costas para os jovens. Os soldados e os assassinos levaram as pessoas salvas para fora do prédio e os puseram no veículo, junto ao homem que salvaram mais cedo. O homem que salvaram antes parecia menos desesperado agora. Os jovens sentiram uma sensação de alívio ao entrarem no veículo. Bernard ainda queria voltar no prédio, para procurar por mais sobreviventes. Ainda assim, um dos soldados fala:
- Senhor, ele não está infectado? Está coberto de sangue. – Ele se referia a Steve.
- Eu não acho que seja um vírus. Quando eu cortei a barriga de um deles, vi algo como minhocas ou larvas saindo da barriga dele. Creio que talvez seja uma criatura parasita ou sei lá o que – responde o jovem assassino.
- Sério isso, rapaz? Um parasita, não é? Interessante. Ok, os civis esperam aqui, nós vamos voltar lá – respondeu Bernard, com um tom de suspeita.
Uma terceira vez, eles entram no prédio. Passam pelos três primeiros andares e chegam até o andar onde Steve matou todos aqueles zumbis. Eles observam que entre os corpos realmente tinha um tipo de larva ou minhoca se arrastando. Bernard pareceu intrigado ao ver aquilo. Ele tirou o capacete de um dos soldados e pôs na frente de uma das larvas que se arrastava. A larva subiu no capacete. Ele mandou um grupo de soldados levar a larva até o veículo, sem deixar cair. Bernard, os soldados restantes e os assassinos iriam até o último andar do prédio, para procurar por mais sobreviventes.
Lívia percebe que Steve ainda estava um pouco estranho. Ela se aproxima dele e se apoia no ombro dele. Ele olha para o rosto dela e vê que ela parecia preocupada. Ele então a abraça com o braço esquerdo, como se estivesse tentando mostrar a ela que estava tudo bem. Eles continuam subindo as escadas e sem que percebam,
Bernard observa os assassinos. Eles pareciam estar mesmo determinados a mudar. Se iam conseguir ou não, aí era outra história. Eles sobem andar por andar até o último. Todos os andares estavam sujos e com manchas de sangue. Alguns dos andares apresentavam cenas violentas, com cadáveres brutalmente mutilados. Não encontram mais nenhum sobrevivente. Eles voltam para o veículo, entram e se juntam aos sobreviventes. Bernard como sempre vai pra cima do veículo e eles voltam para a base, passando pela paisagem escura e misteriosa que um dia foi uma cidade.
Chegando na base, uma parte dos soldados levou as pessoas que salvaram para junto dos outros civis. Outra parte, junto de Bernard, levou a larva e os assassinos ao laboratório. Primeiro fizeram um exame com Yumi e Steve, para ver se não estavam infectados. O exame deu negativo novamente. Logo depois disso, mostraram a larva para os cientistas. Eles pareceram extremamente intrigados ao ver aquilo. Pedem a Bernard e aos assassinos que se retirem, pois teriam que dedicar muito tempo para analisar as larvas. Bernard, os soldados e os assassinos saem do laboratório. Bernard estava um tanto ansioso para saber dos resultados, mas teria que esperar. Ele manda os soldados levarem os assassinos de volta para o quartinho deles e Lívia se irrita:
- O que? Nós ajudamos muito hoje, como ousa nos mandar de volta pra lá?
- Uma coisa de cada vez, Lívia. Bernard está certo sobre isso. – Adam põe as mãos nos ombros da garota e tenta acalmá-la.
Ela olha com raiva para Bernard, mas concordou com Adam. Yumi pergunta se podiam pelo menos tomar um banho antes de dormir. Ele permite. Eles se limpam de toda aquela sujeira e sangue e se sentem um pouco aliviados. Eles então voltam para seu quartinho. Lívia ainda parecia estar com muita raiva. Yumi se aproxima dela e tenta começar uma conversa:
- Relaxe, até que estou começando a gostar da ideia de mudar. Você não?
- Cale a boca, não foi você quem disse que nunca fomos amigos – respondeu Lívia, de forma seca.
- Sim, foi. É isso mesmo, ou está triste por não ter tido a oportunidade de usar o lança granadas – pergunta Yumi, insistindo na conversa.
- Não... um pouco dos dois. Eu ainda não estou pronta para mudar – respondeu Lívia, de forma um pouco mais simpática.
Adam e Steve se aproximam delas. Lívia olha para aquelas pessoas ali e percebe que mesmo que não fossem exatamente amigos, eles eram os únicos que podiam chegar perto de entende-la. Se ela tivesse o mínimo de interesse em mudar, ali era por onde ela devia começar. Se ela não tivesse, era ali onde ela tinha pertencido a muito tempo. De uma forma ou de outra, era como se o lugar dela fosse ali, com aquelas pessoas. Ela então decidiu que era hora de se abrir com eles, para pelo menos não ficar contendo tudo dentro de si:
- Então... eu fui criada por pais adotivos. Nunca conheci os de verdade. Eles não eram muito bons comigo. Me maltratavam física e verbalmente. Acho que me adotaram só pra ter alguém pra fazer as coisas pra eles. Eu fazia quase tudo em casa. Na escola não era diferente, muitos dos alunos me maltratavam. Me chamavam de nomes feios, diziam palavrões...
Os olhos de Lívia começam a lacrimejar um pouco. Ela então os enxuga com a mão direita. Ela para de falar por um tempo, mas volta a relatar a parte de sua vida que a fez se tornar uma assassina:
- Eu tentei resistir por muito tempo. Eu me perguntava o porquê de as pessoas serem assim, mas não achava a resposta. Conheci algumas pessoas legais, mas não queriam ficar perto de mim pois não queriam ser alvo de chacota também. Um dia em uma festa de halloween, eu saí de casa escondida, fantasiada de bruxa. Mesmo assim, meus colegas de classe me reconheceram quando eu estava na rua. – Ela soluça e deixa cair uma lágrima.
- Acalme-se Lívia – disse Adam, enxugando a lágrima do rosto dela.
- Ok, desculpem. Então, era halloween. Eles me levaram a força para um lugar, uma casa abandonada. Jogaram em mim ovos podres, papel higiênico molhado, tinta e outras coisas. Fizeram piadas por eu não conhecer meus pais biológicos e rasgaram parte da minha roupa, dizendo que eu era horrível. Eu não entendi o motivo de fazerem aquilo comigo. Tentei fugir de lá, mas um deles me agarrou. Empurrei ele para que me soltasse e ele caiu de cabeça na ponta da mesa. – Ela para de falar por um tempo e mantém o olhar fixo em uma só direção.
- E então o que aconteceu – perguntou Yumi.
- Então, ele não acordava. Eles todos estavam tristes e desesperados, tentando faze-lo acordar. Eles estavam como eu sempre fui, tristes. Eu pela primeira vez os vi na mesma situação que eu, e foi quando um deles... morreu. Fui eu quem fiz aquilo... e então decidi continuar, foi por isso que entrei para o ramo.
Depois que ela termina de contar sua história, ela e os outros ficam em silêncio por um tempo. Eles ficam um tanto impressionados com a história e preferem não dizer nada. Mesmo assim, Yumi abraça a garota, talvez para ela não se sentir tão mal. Lívia fica surpresa em receber aquele abraço, já que a história sem dúvidas a fez parecer uma pessoa não muito boa. Os quatro se deitam o mais distante que conseguem, devido ao tamanho do quartinho e pela primeira vez em dias ali, dizem um para o outro:
- Boa noite!
Outra noite passa, mas essa com um ar diferente. Os assassinos finalmente estavam sendo postos à prova. Se conseguirão alcançar a redenção ou não, só o tempo dirá. Na manhã seguinte Steve novamente acordou cedo, mas desta vez, Yumi também. Ainda assim, para a surpresa deles, Bernard não veio lhes mandar fazer nenhum serviço. Eles acharam estranho, mas acharam que ele devia ter algo para resolver. Já que não houve nenhum serviço pela manhã, Yumi e Steve decidiram conversar. Steve começou:
- Que tipo de música você gosta?
- Eu? Bem, um pouco de pop ocidental e rap – responde Yumi, um pouco tímida.
- Pop ocidental? J-pop não? Que traição da sua parte – disse Steve, provocando ela.
- Ah é, e você – pergunta ela para o rapaz.
- Eu curto metal alternativo e metal sinfônico – responde ele, fazendo o símbolo de rock’n roll com as mãos.
- Legal, legal. Curte filmes? – Yumi continua com a conversa.
- Hm, alguns. Curto umas velharias de western e ficção científica. E você, Yumi-chan – pergunta Steve, animado com a conversa.
- Eu gosto sim. Gosto dos de ação.
Por alguma razão, os dois param de conversar e simplesmente olham um para o outro. Os olhos de Yumi pareciam brilhar mais do que o normal. Steve sempre foi distante dos outros, mas agora que eles encaravam a verdade sobre si mesmos, ele era quem tentava uni-los. Será que ele conseguiria? Alguns minutos depois, os outros também acordaram. Eles não tinham noção de tempo, mas sentiram uma diferença, se perguntavam se acordaram mais tarde. Lívia então pergunta:
- Bernard não veio hoje? Parece que acordamos depois do que de costume.
- Realmente. Ele não veio hoje – responde Yumi.
- Então o que faremos hoje – disse Adam, parecendo um tanto ansioso.
- Parece que teremos que esperar aqui sem fazer nada – responde Steve, meio desanimado.
Alguns minutos depois, um soldado vai até o quartinho, destranca a porta e pede aos quatro que o sigam. Eles são levados até o laboratório. Lá estavam os cientistas e Bernard. Bernard pediu aos assassinos que se aproximassem. Eles chegaram perto do homem, curiosos com o que acontecia. O general diz:
- Como foram vocês que nos ajudaram a encontrar isso, pensei que seria justo compartilhar essa informação com vocês. Essa larva que encontraram... Os cientistas disseram que provavelmente foi geneticamente desenvolvida.
- Como assim – pergunta Adam intrigado.
- Alguém as fez em laboratório. Não é algo natural. Alguém realmente queria causar este incidente – respondeu um dos cientistas.
Os quatro assassinos se surpreendem com a informação. Então alguém fez aquilo tudo de propósito! Quem teria sido? Os quatro
trocavam olhares de surpresa e confusão. Bernard também parecia pensativo sobre aquilo. Ele se virou para os quatro e disse:
- Vocês querem mesmo mudar? Se a resposta for sim, vocês e eu vamos trabalhar juntos mais vezes.
- Queremos sim – responde Adam, com convicção.
- Muito bem. Se um de vocês sair da linha, leva uma bala na cabeça. Concordam com isso – perguntou o general, em um tom de voz sério.
- Concordamos! – Lívia surpreendeu a todos, sendo ela a responder a esta pergunta.
Bernard estendeu a mão para Adam. Adam e Bernard apertaram as mãos, fechando o acordo. Agora, eles oficialmente estavam na equipe de Bernard. O coração deles batia forte. Era um tanto difícil de acreditar que alguém lhes deu uma chance, mas deu. A mesma pessoa que os trancou em um quarto pequeno e sujo, os deixou sem comida e água por dias e os levou para uma missão sem dizer sobre o que era, era quem os estava dando essa chance. Bernard então lhes disse que com isso ganhariam direito a ter comida normalmente, mas que ainda teriam que dormir no quartinho. Eles concordam com as condições. Um dos cientistas interrompe as negociações e fala em voz alta:
- Esperem. Se é uma larva e não um vírus, não tem como saber se tem alguém infectado aqui dentro.
- O que quer dizer com isso – perguntou Bernard, um tanto assustado.
- O gás que usamos antes para tentar localizar infectados é suposto a mudar de cor se tiver alguma alteração no corpo, como na respiração ou suor. Assim detectaríamos alguém com uma anormalidade no corpo. Sendo uma larva...
- Não conseguiríamos detectar com o gás! – Bernard interrompe o cientista e completa a frase.
- Isso quer dizer que ainda pode ter alguém infectado aqui, e que outro incidente pode acontecer – disse Yumi, preocupada.
- MELANIE! – gritou Steve, assustando a todos.
-A garotinha da família que nós matamos – perguntou Lívia, surpresa com o palpite de Steve.
- Sim! Bernard, naquele dia ela estava na cozinha antes da mulher. Ela pode ter posto algo em uma parte da comida – continua Steve, com sua teoria.
- Mas se fosse assim, outros também teriam sido infectados com a comida – responde Adam.
- Não! Nós sempre jogamos fora a comida do dia anterior e fazemos mais no próximo dia. Steve pode estar certo – disse Bernard, extremamente preocupado.
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Eles saem do laboratório às pressas e vão até os quartos onde os civis são mantidos. Eles procuram nos quartos de um em um, até encontrarem Melanie. Bernard a pega no colo e a leva para o laboratório. A garotinha fica assustada com aquilo e não entende muito o que acontecia. Ela é posta em cima de uma mesa branca. Os cientistas então pedem aos demais que se retirem, para fazer um raio-x de Melanie. Bernard e os assassinos esperam pelos resultados do lado de fora do laboratório.
Alguns minutos depois, os cientistas liberaram a entrada deles de novo. Eles apresentaram o raio-x de Melanie e lá estava, uma larva no fundo do estômago da garota. Ela estava assustada e não parecia saber de nada. Ela ficou com muito medo. Ela começa a chorar e dizer coisas, mas ninguém entende o que ela diz por causa do choro. Todos ali estavam preocupados com o que fariam. Lívia, ao ver a garotinha naquele estado, lembrou da vez em que matou a mãe dela. A memória que normalmente não fazia muita diferença para ela, agora começava a doer. Ela deixou rolar uma lágrima em seu rosto. Ela sentia pena de Melanie naquele estado, assustada e perdida. Ela não entendia esse sentimento. Não sabia porque se sentia assim. Mesmo assim, não importa como ela se sentia, nada faria o tempo voltar, nada consertaria o que já foi feito.Bernard também se comoveu com a reaç
Desta vez, logo que acordam pela manhã, a porta deles já estava aberta. Haviam soldados indo e vindo do lado de fora, com pressa. Adam saiu do quarto, parou um dos soldados e perguntou:- O que está acontecendo?- Um dos lados da base está comprometido. Tem muitos mortos-vivos tentando entrar. Alguns soldados estão tentando contê-los atirando de longe, mas são muitos. Nunca vimos tantos assim.O soldado então se junta aos outros novamente. Adam e os outros três assassinos ficam preocupados. Por que um ataque estaria acontecendo assim, de repente? Eles então veem Bernard indo em direção ao quartinho. O general chega na porta e com um movimento das mãos, pede que o sigam. Os quatro saem do quartinho e vão atrás de Bernard. Nos corredores, os soldados evacuavam os civis para o outro lado da base. As pessoas pareciam assustadas. Eles conseguem ouvir os gemidos de d
A caminhonete segue no caminho de volta pela estrada. Yumi, Lívia e Steve estavam ensopados, na parte de trás da caminhonete. Ainda assim, eles estavam tranquilos. A chuva era um tanto refrescante. A viagem foi silenciosa, nenhum deles conversou no caminho. Só havia o som da chuva forte e da roda da caminhonete girando pela estrada. Bernard vê que o tanque de gasolina estava pela metade. Faltava pouco para eles chegarem naquele posto de gasolina que usaram antes.Chegando lá, completam o tanque rapidamente e voltam para a estrada, o posto estava como tinham deixado antes. Logo se aproximam da cidade. Parecia mais calma agora e um tanto mais silenciosa. Os zumbis que atacaram a base provavelmente estavam espalhados por todos os lados. Adam pergunta para Bernard:- Por onde pretende começar a procurar?- Eu não sei. Me deixe pensar, está bem – respondeu o general, parecendo concentrado em alguma coisa.
Steve se levanta, dolorido e cheio de ferimentos e hematomas que sofreu ao rolar pelo chão. Com dificuldade ele se levanta e olha em volta, procurando pelo homem. Ele vê logo à frente, o mascarado já de pé. O homem parecia não estar muito ferido, tinha apenas alguns ralados e rasgos na roupa. Steve andou em direção a ele, mancando da perna direita e sangrando bastante, segurando a katana na mão direita. O homem também anda em direção a ele e quando chegam perto um do outro, o mascarado pergunta:- O que pensou que estava fazendo? Achou que eu ia morrer com isso?- Não, eu sabia que não. Só não sabia se eu ia ou não. Eu saquei que você não é humano, é uma outra merda aí – respondeu Steve, com uma voz fraca.- Realmente eu não sou. Me chame de Ace. Você tem determinação garoto, mas
Pela estrada agora corriam Steve e Lenny, em uma moto. Steve pilotava, acelerando ao máximo. Ele queria levar o doutor até a igreja, para saber se tinha uma cura. A moto era bem rápida, Steve chegaria na outra cidade em pouco tempo. O doutor se sentia meio inseguro com a velocidade da moto, mas não tinha muito o que fazer.Enquanto isso, o veículo blindado ainda seguia os rastros. No meio do caminho, Adam se dirige a Bernard:- Olha, independente do que aconteça, saiba que eu estou pronto para sofrer as consequências de meus atos. Ainda assim, também quero que saiba que eu entendo parte da sua dor.- O que quer dizer com isso – pergunta Bernard.- Bem, eu também perdi minha esposa. Foi em um incêndio. Eu tinha ido ao supermercado, quando voltei tudo estava em chamas. Haviam bombeiros lá, mas eles haviam chegado tarde demais. Ela era a coisa que eu mais amava, então fiq
A regeneração de Ace demora um tempo, mas logo sua cabeça começa a crescer de novo. Em pouco tempo sua cabeça está de volta ao lugar. Ele olha em volta e vê partes do aeroporto desabando. Ele vê as centenas de zumbis vagando por lá, mas não vê os assassinos, nem Bernard, nem Melanie ou o doutor. Ele anda pelo local, procurando por algum deles. Os tentáculos controlados pela rainha continuam esmagando os zumbis do lado de fora. Ace então vê Steve no fim de um corredor, em frente à uma loja. Steve o chama com um movimento das mãos e entra na loja. Ace corre até lá e de imediato entra na loja. A loja era uma livraria, tinham vários livros espalhados pelo chão. Steve estava sem seu casaco e sem sua máscara. Os curativos dele estavam manchados de sangue, as feridas novas sangravam e ele parecia fraco.Ace olha para ele, suspeitando de algum
No hospital, Lívia se recuperava aos poucos. Steve, depois de certo tempo abre os olhos. Ele ainda se sente fraco, mas logo vê Adam e Lívia na sala. Ele se vira para Lívia e estende a mão para ela. Ela segura a mão dele e olha em seus olhos. Ela se sentia um tanto aliviada por ele estar vivo. Ele, com a voz fraca, pede para que o doutor, Melanie e Adam os deixem a sós por um momento. Lenny, a garotinha e Adam deixam a sala. Steve se esforça para falar e diz para Lívia:- Você me preocupou, cacete!- Eu? Você que morreu e voltou. Como é que você se atira de um carro em movimento e luta mano a mano com um mutante? Seu idiota – responde Lívia em um tom de voz simpático.- Era uma caminhonete, não um carro – responde ele, com sarcasmo.- Isso não torna a coisa nada melhor – responde Lívia.- Ué, foi voc&ecir
O que é normal ou não varia de pessoa para pessoa. O que deve ou não ser feito às vezes é distorcido. Para aquelas pessoas, seria mais um dia comum. Eles que são assassinos, mas com o luxo de se chamarem de profissionais. Um grupo formado por 4 pessoas é contratado para dizimar uma família inteira. O grupo não tem um nome, mas os chamam de deuses da morte. Moravam em uma cidade chamada Helgale, em um bairro até pacífico e em uma casa que se vista de fora, pensariam estar abandonada. Recebem os contratos por cartas, para não serem rastreados.Eles se reúnem na sala agora e observam o contrato. Eles são Adam Taylor, um homem de 40 anos, cabeludo e barbudo, este que o grupo vê como seu líder. Lívia Anne, uma jovem de cabelos negros e compridos. Yumi, uma japonesa boa com armas brancas e por último, Steve. Steve era o mais calado e distante do grupo. Ele ti