Os protestos se espalhavam em todas as direções da sociedade. O movimento operário desafia o regime militar: em Contagem, região de Minas Gerais, Osasco, em São Paulo e no Rio de janeiro pipocaram greves que demonstravam a insatisfação com a política do governo e, sobretudo com o arrocho salarial.
Em mil novecentos e sessenta e sete, o país, poeticamente chamado de “O Gigante Latino em franco desenvolvimento”, nada mais era, na verdade, que um subdesenvolvido governado por atos e decretos militares nada condizentes com o espírito nacional. Desde o golpe militar que derrubou o governo Jango, o gigante atravessava o terceiro ano da ditadura, regime este que começava a estender-se por todos os países do continente sul-americano. A repressão era total e o Ato Institucional número cinco estava a todo vapor, ceifando direitos constitucionai
O povo não compreendia bem porque chamavam de comunistas aos idealistas que clamavam por democracia. Até onde se podia saber, comunistas viviam num governo minoritário e formado por uma cúpula dona de tudo. O cidadão nada tinha. Tudo pertencia ao estado e o ser humano era apenas uma peça sem muita importância da enorme máquina governamental. Era incapaz de pensar e de agir, de sonhar e até mesmo sem o direito de ter esses sonhos. O pobre mortal via no atual governo tudo isso junto, mas diziam que eram democráticos e, aos poucos, iam fazendo
Nesse clima e de certa forma alheios a ele, um grupo de jovens estudantes secundaristas começava a se conhecer num colégio público no bairro de Rudge Ramos, em São Bernardo do Campo. A propósito, eu, Mário, fazia parte dessa turma alegre e descompromissada, juntamente com o Marcos, a Hilda, a Purci, o Salvador, o Saulo, a Sônia, a Marlene, a Rosa, o Zig, o Janjão, o Aita e tantos outros cujos nomes não mais me lembro. Afinal, passaram-se quase trinta anos.
Após lhe relatar o ocorrido, ele não deixou de rir, mas me repreendeu pela ou
O pessoal da TFP não mostrava nenhum interesse em participar, muito menos em
O jornal passou então a ser um ponto de honra. Resolvemos fazê-lo a qualquer custo e, juntando recursos próprios compramos um mimeógrafo a álcool e passamos a rodá-lo clandestinamente. Eu sugeri o nome, O Sinal, que fora aceito.
Novamente a ameaça de expulsão pairava sobre nossas cabeças. A irritadíssima diretora ameaçava dizendo que desta vez não tinha mais jeito não. Ia mesmo nos expulsar. Em nossa defesa existia apenas a tese que não podíamos ser responsabilizados por atos que qualquer um poderia praticar. Afinal, não se podia provar, só imaginar, que tais atos fossem praticados pela turma do grêmio. Vejam só que ultraje!
Penso hoje que Maria Helena era uma pessoa profundamente apaixonada pelos pro