Marcelo era pontual de fato, como Marina pôde atestar após 3 encontros, não que ela estivesse contando...Dessa vez escolheram um restaurante recém-inaugurado, pequeno e romântico, e decidiram sentar na área da penumbra.Depois de muita conversa, um jantar delicioso, e alguns copos de vinho, os comentários se tornaram mais provocantes, os beijos mais intensos e as carícias cada vez mais ousadas. Marina quase pulou ao perceber a mão de Marcelo embaixo de sua saia enquanto trocavam um beijo.— Ninguém vai notar, aqui é bem escuro — sussurrou ao ouvido dela.— Mas...— Só vou fazer carinho, não se preocupe. Meus dedos não vão tirar sua virgindade. Deixe, amor...É claro que ela sabia que carícias não iriam desvirginá-la, mas fazer algo tão íntimo em público... era tão transgressor! No entanto, viu-se desejando sentir Marcelo tocá-la. Sim, sabia que estavam indo rápido demais, mas não queria parar.Marcelo trouxe seus lábios junto aos dela, num beijo doce, sexy e longo.Ela entrecerrou os
Aquela semana Marcelo estava trabalhando de ótimo humor. A lembrança do rosto de Marina alcançando o clímax o deliciava. Aguardava ansioso o momento de reencontrá-la. No entanto, após a explosão de sensualidade entre eles, notara uma ligeira retração em Marina. Imaginou que deveria ir mais devagar, senão a assustaria. E estava com o pé no freio. Comportara-se bem todos os outros dias após aquele doce orgasmo, resumindo os encontros a beijos, conversas e carinhos inocentes. Contudo, já estava desesperado por um pouquinho mais de intimidade novamente. Talvez esta noite...Uma policial fardada aproximou-se dele no momento em que examinava alguns papéis. Anita estava na polícia havia mais tempo do que ele, era durona, respeitada e muito observadora. E não desperdiçava uma chance para opinar em qualquer assunto que julgasse pertinente, sempre de fora útil. Marcelo gostava dela, portanto quando ela parou diante dele, e baixou o tom de voz, ouviu-a com muita atenção:— Marcelo, eu estou preo
Quando Marina, Lorena e o restante do elenco saíram do teatro, após mais uma noite de ensaios, Marcelo já estava esperando, encostado em seu carro. Ele cumprimentou a amiga da namorada:— Lorena, quer que a gente te deixe em casa?— Não, obrigada, Marcelo. Dessa vez vou com o Tiago e o pessoal comer alguma coisa, depois eles me deixam em casa. Bom passeio para vocês! Aproveitem! ─ Ela deu um tchauzinho para ele antes de se afastar com os outros atores.— Pode apostar que vamos. — Deu um beijo em Marina. — Está com fome?— Um pouquinho.— Pensei em comprarmos um lanche para viagem. Quero te levar a um lugar bem bonito que eu conheço.— Por mim, tudo bem.Compraram os lanches e Marcelo dirigiu até um local íngreme, aonde não havia construções próximas. Depois que a ladeira findava havia uma área aberta, onde estacionaram o carro. Do plano mais alto era possível ver uma grande parte da cidade embaixo, com suas milhares de luzinhas brilhando. Acima deles descortinava-se um magnífico céu
Marcelo sacudiu a cabeça, meio descrente do que havia acontecido com ele. Olhando para baixo, passou a mão na parte da frente das calças.— Não consegui me segurar e gozei. Na cueca. Que merda...Marina deu uma sonora gargalhada e ele acabou rindo também.— A culpa é sua, mulher.Ela riu ainda mais.Marcelo esperou que ela ajeitasse a blusa, arrumou o banco e deu a partida no carro.Quando a deixou na porta de casa, o detetive avisou:— Amanhã coloque uma blusa menos complicada, amor. Essa de hoje estava muito difícil de tirar. E nem pensar em usar calça comprida.Marina ficou boquiaberta:— Você tem muita coragem e muita cara de pau para falar isso!Marcelo ignorou o protesto, e, com um sorrisinho provocativo a enlaçou pela cintura, unindo seus corpos num abraço caloroso. Inclinou a cabeça para que seus rostos ficassem ainda mais próximos e beijou-a suavemente. Marina esqueceu completamente a indignação que estava sentindo.— Amanhã venho por volta das sete horas. Que tal comermos alg
Marina havia passado todo o dia ansiando para rever Marcelo, e as horas pareciam se arrastar. Pensar nele a deixava em brasa, relembrar as sensações das noites anteriores era atordoante.Os dias pareciam um suplício, a rotina de sempre era entremeada com pensamentos para o namorado.Decorando o texto da peça.Pensando em Marcelo.Exercícios vocais.Pensando em Marcelo.Ensaio geral.Pensando em Marcelo.Exercícios de relaxamento.Pensando em Marcelo.Finalmente eram sete da noite. Quando o interfone tocou, ela ficou agradecida por Marcelo ser um alucinado por pontualidade.Ela estava se tornando refém do relógio. E por causa de Marcelo.— Já está pronta?— Já, mas estou comendo uma pizza com a Lorena. Quer subir e comer com a gente?Pizza e mulher bonita? Quem poderia recusar?— Agora mesmo.***Ele sentou-se no sofá servindo-se da pizza.— Aonde vocês dois vão hoje? — perguntou Lorena.— Ao cinema.Lorena o encarava.— Você mora sozinho?— Moro.— Você ganha bem? Marina resolveu
Quando Marina voltou para sala, trouxe gelo e refrigerantes:— Você ainda está tentando se dar bem em cima da Lorena? — Ela brincou. Mas então notou a testa franzida dele. — O que foi?— Estou com uma impressão muito ruim sobre esse homem que vocês procuraram. A Lorena acabou de falar que ele parece obsceno. Ele adivinhou que você é virgem! Que tipo de gente é essa que vocês têm conhecido? Vocês por acaso deram o seu endereço para este cara? As duas se entreolharam, com ar culpado. — Sim. Temos que preencher um tipo de cadastro com a secretária antes de entrar para consultar o cigano.— Pelo amor de Deus, garotas! Vocês não devem passar o seu endereço e nem o seu telefone a desconhecidos. Isso é perigoso. Vocês são duas moças morando sozinhas! Há algumas coisas muito estranhas acontecendo na cidade. Prometam que não vão mais fazer isso.Elas voltaram a se olhar com cumplicidade e culpa. Marcelo se impacientou, e sua voz soou ainda mais severa:— Prometam que não vão mais pas
— Por que você escolheu esse filme? — Marina não estava satisfeita com a escolha dele. Não devia ser a única a achar o filme uma má escolha, afinal a quantidade de bancos vazios na sala de projeção já dizia o bastante.— Porque é chato.— Você me trouxe para assistir um filme bosta?— Sim, assim o cinema fica praticamente vazio — Marcelo respondeu prontamente, sorrindo.Marina o olhou, surpresa.— Você...Marina entendeu. A intenção dele era poder namorar em um local público, mas sem despertar muita curiosidade alheira. Por isso a escolha de um cinema vazio.— Se você quer saber, eu já namorei dentro de um cinema.— E o que você fazia?Ela o beijou apaixonadamente. Quando o soltou, ele ainda estava com os olhos fechados. Abriu-os bem lentamente.— Certo... Você é muito boa em beijar e abraçar, e reage muito bem aos meus avanços, mas não é muito generosa.— Sou, sim.Ele estalou a língua:— Então por que nas noites passadas minhas mãos e minha boca fizeram todo o serviço, sem a sua aju
Abraçaram-se na portaria do edifício de Marina para um beijo de despedida:— Amanhã não poderei vir. Vai sentir saudades?O rosto dela expressou a decepção.— Por que não poderá?— Amanhã vou cobrir o turno de um colega, então não sairei antes da meia noite.Marina se apertou a ele, afundando o rosto em seu peito.— Quero ver você amanhã, Marcelo.Marcelo ergueu o rosto dela com a ponta dos dedos.— Eu também quero ver você, amor, mas precisarei dormir. — O semblante dele tornou-se maroto: — A não ser que você tenha algo melhor a oferecer do que apenas uma boa noite de sono.Ela abanou a cabeça negativamente, sorrindo.— Nada? — Ele fez um muxoxo. — Seu poder de barganha não é muito bom.— Por que não posso simplesmente ir para a sua casa e ficar com você lá? Ainda não conheci seu apartamento.Marcelo fixou o olhar azul na namorada.— Você quer dizer, dormir no meu apartamento? Somente dormir?— É. Para ficarmos juntos.Ele moveu levemente o rosto, erguendo as sobrancelhas:— Você ach