Cap 3

Giulia

De repente, sinto as minhas mãos molhadas e olho para baixo e acabo percebendo que, o aperto que eu fazia questão de dar na mão do tal homem, chegou até mesmo a arrancar um pouco de sangue, por causa do detalhe que eu tinha no meu anel, como se um pingente com a lateral cortante

GIULIA - MEU DEUS, DESCULPA! NÃO SABIA QUE ESTAVA TE APERTANDO ASSIM TANTO.

ENRICO - Anda, vamos voltar para dentro.

GIULIA - Para dentro? Mas nós não estamos dentro do hotel?

Agora, neste momento, percebo que posso ter fugido para um futuro desconhecido. Olho sem entender para o homem, sombrio à minha frente, no meu coração, acredito que ele é o meu cavaleiro de armadura brilhante, mas também não sei no que me estou prestes a me meter e isso também é assustador.

Enrico: - Temos de voltar para Itália, onde eu mando e posso te manter em segurança.

Giulia - Não, Itália não, o meu pai e este meu... como posso dizer, ex noivo, vivem lá. Eles podem me pegar, o meu pai tem dinheiro e ontem, me disse que está trabalhando com a máfia. Por favor.

Ele sorri um sorriso ainda mais sombrio, e a sua voz estrondosa se volta para mim.

Enrico: - Giulia, é esse o seu nome, não é mesmo? Não falo duas vezes, como pode ver, nem sequer sei por que estou fazendo isto, mas ao meu lado, você ficará em segurança, posso garantir. E quanto ao teu pai e a este merda do Victorio, espero que não goste muito deles, porque eles não vão ficar muito mais tempo neste mundo. Se eles trabalham para a máfia, fique sabendo de uma coisa, Eu sou a Máfia."

O que eu tenho a perder? Ou é isso ou é isso, é só o que tenho no momento, então, foda-se, eu já estou na merda mesmo

Percebo que já não há medo nem arrepios no meu corpo, apenas a preocupação de estar fazendo a coisa certa neste momento, pelo menos uma vez

Giulia - Ei, qual é o seu nome mesmo? Tenho de ir buscar as minhas malas ao meu quarto

Enrico - Não é preciso, o Luigi, meu motorista, já as levou e estão no meu carro, agora vamos embora

Vejo ele respirar fundo antes de terminar a frase

Enrico - Por favor – acho que essa última parte ele não tinha muito o costume de dizer - ... e o meu nome é Grecco, Enrico Grecco!

Se eu pensava que a minha família tinha dinheiro, ali percebi que nunca tivemos nada, não comparado ao que eu via na minha frente. O carro que nos conduzia tinha massagem no banco do condutor, a porta abria apenas com a aproximação e comando da pessoa cadastrada no sistema e de quebra, ainda é muito confortável. Mais calma do que antes, posso olhar para o homem que me salvou, ele é tão bonito. “Máfia... ele me disse que era da máfia e ele parece mesmo ser... eu o vi dar um murro na cara do Victorio sem dificuldade. Oh, meu Deus, talvez não seja uma boa decisão ir com ele, mas ao mesmo tempo sinto que é, e quero acreditar nisso. Agora não tenho mais tempo para pensar nisso, estou aqui com ele, para o melhor e para o pior”

Giulia - Eu sou o tua prisioneira?

Enrico - O quê?

Giulia - Você me salvou e te agradeço muito por isso, mas agora, o que é que acontece?

Enrico - Prisioneira?

Mais uma vez, o silêncio e o sorriso provocaram medo nos meus músculos, consigo sentir isso.

Enrico - Acha que preciso de uma prisioneira? Acha que preciso de mais problemas do que a Máfia me dá? Já te disse, não gosto de repetir as coisas, e já disse que não sei o motivo de estar, frequentemente, te explicando as coisas, mas de uma coisa eu sei, você estará em segurança ao meu lado

Giulia - O que é que você vai fazer comigo?

Enrico - Diabos, foda-se, eu não sei...

Oh, é hora de ficar calada, eu percebi. Se o homem que é a própria Máfia em pessoa não sabia o que estava fazendo, imagina eu, como é que eu podia saber? Porém, os meus pensamentos não me deixavam em paz

“Ter cuidado e fica com ele. Ok, eu posso fazer isso, posso viver com isto. Eu estou perdida mesmo, sem um puto para chamar de meu, um vintém para me manter segura fora de casa ou até mesmo, para pensar em uma nova vida, pelo menos, não o suficiente, eu nem mesmo sei como sair para procurar um emprego, nunca fiz isso antes, então sim, pelo menos isso eu posso fazer, ficar ao lado de um homem desconhecido que a única coisa que sabe falar é que vai me manter segura. É temporário, isso, melhor pensar assim, é algo temporário, depois, não sei quando, mas depois, vou ter que erguer minha cabeça e ajeitar a minha vida. Por agora, estou presa ao Enrico e ao seu jeito estranho, presa... mas estranhamente, me sentindo livre”

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