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Boa leitura ❤️O amanhecer chegou, mostrando a eternidade que fiquei sentada ao colchão, vendo Joaquim arrumar suas malas, e uma bolsa cheia de coisas de Gabriela.Eu tento dizer a mente para se conformar, se acalmar pois já vivi essa situação antes, algo que eu deveria estar acostumada, não é mesmo? As pessoas me abandonarem. Impossível controlar, as lágrimas me desobedecem e continuam a jorrar como cachoeiras.Meus olhos ardem, o sono, talvez seja o motivo. Nem de longe soa a vontade de dormir. Bato as coxas, cansada dessa situação, levanto e reunindo coragem, ando até ele.-Me diz. Eu sei que há algo acontecendo, você não é assim. -tento tocar seu braço, desvia. Seu olhar é baixo, impotente de fitar os meus. -Joaquim, pense, juntos nós podemos resolver qualquer eventualidade, separados nos tornamos fracos. -subo as mãos em uma súplica para ter calma, e não atropelar a gente. -Ouça, seja o que for que aconteceu, eu estou com você.Alisa a nuca aos olhos fechados.-Quem disse que eu
-Iara, filha, acorda.Aos poucos desperto. O chão frio e duro são sentidos no meu corpo, acordei com ele bastante dolorido e gelado, com um calafrio por todo a carne.-Porquê acordou aqui? Pode pegar um resfriado. Anda levante, passei um café e está quentinho te esperando.Ponho a mão a cabeça. Dói muito, é como se eu tivesse levado uma porrada bem forte, uma pancada que não há remédio que alivie a dor.Saio do chão. Minha mãe continua falando, não ouço uma palavra que sai de sua boca, minha única vontade ao momento, é morrer.Arrasto meus pés até o banheiro. Olho a mulher sob o espelho, a cara inchada, os olhos fundos, não me reconheço. Eu lembro muito bem o que aconteceu ontem, e quem foi o causador dessas marcas a face.O desespero atinge em cheio, meu choro volta com tudo. Eu o perdi. Soluços altos e glutinosos invadem todo o ambiente, como eco. Abraço meu corpo tentando confortar-me, como forma de proteção, como se isso pudesse amenizar um pouco a tristeza, impossível, a dor está
Joaquim TrevorEra para ser uma manhã especial. Acordei com o corpo extasiado, envolvido por uma espécie de frenesi deixando-me inquieto, e com a insônia a mil. Os cabelos de Iara tapavam minha face, seu perfume era gostoso, como sempre. Morangos frescos. Visualizei sua silhueta nua enquanto dormia, ousei a levantar os dedos, e deliniar sua coluna. Meu amor, minha mulher.Arranhei sua cintura em um aperto forte, acordou, seu sorriso preguiçoso quando virou, foi a primeira coisa a ser vista. Como é linda minha garota.Tomamos banho juntos, aproveitei cada segundo com seu corpo colado ao meu, ensaboando, beijando, tocando em todas as pequenas partes que minha mão alcançavam. Sua entrega veio plena, em poucos segundos nos derramamos um ao outro, deixando claro a quem pertencíamos.A troca de olhares enquanto vestíamos nossas roupas, podia ser visto de longe o quanto nos amávamos. Ela não precisava de palavras para que eu soubesse que mesmo não falando, me amava, tanto como eu a ela. Suas
—Senhor, por favor.Olho transtornado ao garçom parado a mesa. Sinto-me sufocado, mexo ao colarinho tentando aliviar um pouco o aperto. Quero logo sair daqui e correr para os braços de Iara.—Está tudo bem. —Liandra diz feliz, balançando seus brincos de argola dourada. —Ele só teve um dia diferente. Um pouco conturbado, está nervoso, compreenda. —Pisca para o pobre coitado.Assente. Sobre um olhar curioso, nos deixa a sós.—Olha. —repõe uma mecha do cabelo ao lugar. —Não foi difícil arrancar informações dele, tá legal? Pensa Joaquim. Marco nunca gostou de mim, sempre nos colocando um contra o outro, botando em sua cabeça que eu lhe fazia mal? E-estou errada?Automaticamente nego. Eles nunca se deram bem, desde o começo, desde o princípio do meu casamento. Marco não compareceu ao civil, algo que me magoou muito naquele dia. Quase ninguém que eu conhecia apareceu na verdade, minha família também me virou as costas. Eu sempre soube que meu amigo era contra, dizia que Liandra não era a mul
Iara Lauren—Eu vim, porque não acreditei em uma palavra que saiu de sua boca ontem. —ando alguns passos, confesso, um pouco vacilantes. —Fala a verdade Joaquim. Eu realmente não fui nada em sua vida?Em sua poltrona confortável de couro, eleva as mãos a face. Esfrega toda extensão dos olhos, caminha a têmpora, e volta ao meio, passando ao nariz. Não sei se com isso, quer dar a idéia de que esteja irritado com minha presença. Não vai funcionar. Eu conheço muito bem esse homem para saber, que tudo menos minha presença o incomodará.—O que eu tinha pra dizer, eu disse na noite passada. —balança a caneta desinteressado entre os dedos. —Eu tenho muitas coisas pra fazer, planilhas, pagamentos, enfim. —solta uma lufa de ar. —Se não enxergou, estou sem tempo Iara.Eu sendo franca, rendida, subjugada em sua frente, e ele nem ao menos tendo a capacidade de arquear a face a minha, olhar em meus olhos.—Seu tempo antes era só meu. —digo com pesar. Abaixo os olhos focando em qualquer canto que não
Marco e Amanda me consolaram toda a tarde. Ofereceram-me hospedagem, para pelo menos não voltar para casa e sentir a presença de Joaquim ali, nem de minha filha. Não quero esquecer da minha bebê. É muita maldade separar um filho de uma mãe, mesmo não sendo biológica, dei meu máximo para ser uma mãe boa para Gabriela. Tentei, fiz o que eu pudi, e de verdade não sei como vou viver sem ela.Saí da casa onde Marco e Amanda moram. Isso mesmo. Eles estão juntos pra valer, compraram uma charmosa residência, e logo mais irão se casar, fico imensamente feliz por eles. Queria que tudo tivesse acabado bem assim comigo, não foi possível.—Filha... Te esperei por um bom tempo. Como você está?Péssima.—Ótima. —a abraço. —Por favor, vá fazer seus afazeres, não se prenda a mim mamãe, estou bem.—Não está, dá para ver sua cara de choro. —Iara... Não irei lhe deixar sozinha nessa casa enorme, precisa de amparo, venha e não discuta comigo.Graças a Deus eu tenho minha mãe. A única coisa boa que sobrou e
Fecho os olhos a sentir uma pontada em minha cabeça. Meu corpo dói, eu sei porque. Passei a noite toda com Rickson, primeiro ao sofá, depois aos corredores, e ao final nós paramos em minha cama.Olho para o lado. Elevo a mão a boca quando o vejo dormindo sereno, nu ao meu lado. Ele realmente está aqui. Estive com meu noivo de anos atrás, voltei a ser o que eu era, ou o que nunca deixei de ser segundo Joaquim Trevor. Apenas uma amante.Tiro os lençóis de meu corpo. Ando até ao banheiro. Como estou nua, vou direto para o box, deixo a água rolar por meu corpo.Lavo os cabelos. Estou pensativa. Eu sei que não deveria ter feito o que fiz, traído aquela mulher que foi tão sincera e que me recebeu com a maior boa vontade. Fiz porque eu queria, não vou ser puritana, não me arrependi, somente fico mal por ter sido com Melissa, ela é uma mulher boa.Confesso que quase gastei toda a água do planeta. Demorei quase uma hora creio eu. Enxugo, e enrrolo a toalha. Volto ao quarto, Rickson está do mes
—Fui pega de surpresa.—Eu vi a grande surpresa. —abre os braços em questionamento. —Agora que ele saiu, nós podemos conversar. Que desgosto minha filha... —Mãe...—Não tem mãe, nem meio mãe. Isso foi errado. Essa não foi a criação a qual eu te eduquei, tentei pelo menos. Eu sinto pena... Desgosto da mulher que se tornou. Eu vi vocês duas conversando naquele dia. Iara! Não tem nem ao menos vergonha na cara. Abraçou aquela mulher, jogou conversa fora a tarde toda, e ao longo do dia também. Terminaram como se fossem amigas. Tem a noção de como isso é horroroso?—Mamãe...—Vergonha da minha própria filha. Isso que estou a sentir. —fungo o nariz a ouvindo com tristeza. Não vou retrucar, ela está certa. —Eu sonhei tantas coisas boas pra você filha, uma vida decente, com um marido bom, filhos.—Eu também. —susurro sem emitir som. —Preferiu agir errado. Se Joaquim não foi homem suficiente, o problema foi dele, arcaria com os problemas dali para frente. Agora querer retribuir o que fez deit