Votem!
Iara LaurenPerco as forças de minhas pernas, Joaquim percebe e logo vem ao meu socorro. Perder a loirinha, a garotinha que tem o meu coração, e eu o dela, a que eu aprendi a amar. Fecho os olhos não querendo saber da possibilidade. Sento ao sofá atordoada, minha cabeça gira, em poucos segundos, estou a levar um copo d'água a boca, mal consigo com as mãos tremidas.-Como assim? -levo novamente o copo aos lábios. -Por favor, me explica essa história. Eu não posso ficar sem ela, você entende isso?-Eu sei branquinha, fica calma. -pega uma de minhas mãos, juntando a sua. -É por isso que eu não queria que soubesse assim, sabia que teria essa reação.Balanço a cabeça, perdendo-me em pensamentos. Eu fiz tantos planos para gente, mesmo que minha mente me julgasse, eu não queria saber de quem ela nasceu, ela era minha, e continua sendo.Mantenho-me em silêncio, o fantasma do medo me domina. Eu não sabia como era bom ser mãe de alguém. Quando me permiti, pude ver o quanto é bom, a sensação de
Encarar a mulher que quer roubar o direito que pela primeira vez a vida me deu, esquenta meu corpo. Ser mãe, aprendi que é bem mais que financeiro, antes, eu achava que tudo se comprava, hoje vejo que estava errada, e amor maternal, vem de dentro, não se compra.—Eu sei que deve estar muito ocupada.—Sim. —atravesso sua fala. De braço cruzados, dou alguns passos adiante. —Eu tenho muito o que resolver. —aponto para a pilha de folhas em minha mesa.—Ah, perdão, desculpe insistir. Eu quero muito sua ajuda amiga, não sabe o quanto. —a convidado para sentar ao modesto sofá.Ando até minha mesa e derramo a água sobre o copo. Minha vontade é de cuspir no mesmo, minha classe e não disperdício de saliva, não permitem.—Eu vou direto ao ponto. —bebe um pouco, logo que a ofereço. —Eu sou estilista também, não como você é claro, mas segui a mesma profissão. —sorri, gesto o qual não retribuo. —Preciso de um emprego.Junto as sobrancelhas, fui pega desprevenida. Quando Madison disse que Liandra us
Uma casa nova.Se passaram alguns meses, depois do que aconteceu no hospital. Minha pressão caiu, e acabei ficando por lá mesmo por um dia inteiro em observação. Essa data foi importante, refleti muita coisa, e uma delas é que não quero nunca mais me afastar das pessoas que amo, a não ser para pequenas viagens de trabalho.Então decide convidar minha mãe para morar comigo, ainda mais agora, que está em tratamento, precisa de cuidados, e a presença de Gabriela a deixa mais saudável. Percebi que meu apartamento era pequeno demais para todos nós, resolvi comprar uma casa. Para manter o orgulho de macho, Joaquim abdicou o pouco de patrimônio que ainda lhe restava e me ajudou em algumas parcelas da mansão.Abaixei muito o preço, omiti o fato que custou alguns milhões, se impressionou por ser um lugar tão bom, de uma residência nobre, e custar tão pouco. A casa é linda e extremamente confortável. Piscina enorme, um canto para as flores, e o principal, muito amor e carinho.Acordei ao lado do
-Eu não acredito! Como o senhor me achou? -O envolvo pela terceira vez, como um polvo grudando como posso, afinal, não é todo o dia que vejo meu pai.-Aquele funcionário. -beijo sua bochecha. Seguro suas mãos cerrando os olhos. Como sempre subornando os meus contra mim.-O senhor aqui! Quanto tempo...Minha mãe abraça seu velho amigo. Não sei em quais pernas andam a relação dos dois. Quando saí da casa dos Johan, creio que o convívio não chegou a ser abalado.-Minha eterna brasileirinha.Sorrio pelo apelido dado. Lembro que sempre a chamava assim, quando a senhora Geane não estava por perto.-Quem é esse?O olhar mal encarado, não engana a tensão formada na sala. Mantenho a mão dele baixa, um tempo depois de termos aberto a porta, ergueu o revólver não sabendo de quem se tratava. Foi um custo confirmar que conhecia a todos.-Esse você conhece, ou pelo menos já ouviu falar.Coço a testa, não sabendo lidar com meu ex e atual a mesma sala. Rick está ao olhar arregalado, por detrás da jov
-Estamos aqui pela primeira audiência de guarda da menor Gabriela Trevor Lavgne, queiram sentar-se, por favor.Disfarçada na última fileira, puxo minimamente o cabelo a esconder o rosto. Mordo meus lábios controlando-me para não levantar e sentar ao lado do meu marido ao corredor inicial. Joaquim olha por cima dos ombros com visível olhar assustado, força, é o que digo sem emitir ruído, ele assente e se volta para a juíza.Meu coração mal sossega quieto, a apreeensão está estampada em meu rosto, não posso perdê-la.As testemunhas entram, aliso a testa quando uma mulher típica dondoca como Liandra, diz que a mesma cuida muito bem da filha, uma mãe exemplar, bufo rolando os olhos. Creio ter sido um pouco alto, pois a juíza na mesma hora olha em minha direção, escorrego ao banco.Os minutos vão passando. Repuxo os meus cabelos quando as testemunhas de Liandra são questionadas sobre a reação de Joaquim perante sua filha. Todas, exatamente todas dizem que a pequena sofre maus tratos em suas
O jantar foi servido, macarrão ao molho de camarão, limão e molho de ervas. Limão é lei em quase tudo como vocês sabem. A aparência estava esplêndida, o cheiro nem se fala, e mesmo assim duas garfadas foram suficientes, para eu parar de comer. Joaquim não chegava, não costumo deixar comida ao prato mas isso estava tirando meu apetite. Afastada das duas, liguei para seu número, chamava, o pior era isso, ele não atendia.Olhei ao relógio, marcava dez horas, horário para criança está dormindo. Cadê que ela conseguia? Sem as histórias do pai era impossível, então fomos as duas para a sala de cinema. Rei leão, foi nossa pedida. Aconcheguei a minha filha e a mesma se encolheu em meus braços, lutava contra o sono esperando pelo pai, porém a metade já estava dormindo.Quando acabou o filme, a peguei no colo e andei em direção ao seu quarto. Cobri minha bebê, liguei o abajur, deixei um beijo a bochecha e a olhei pelo menos três vezes antes de fechar a porta.-Boa noite meu anjo.Coço os olhos e
Boa leitura ❤️O amanhecer chegou, mostrando a eternidade que fiquei sentada ao colchão, vendo Joaquim arrumar suas malas, e uma bolsa cheia de coisas de Gabriela.Eu tento dizer a mente para se conformar, se acalmar pois já vivi essa situação antes, algo que eu deveria estar acostumada, não é mesmo? As pessoas me abandonarem. Impossível controlar, as lágrimas me desobedecem e continuam a jorrar como cachoeiras.Meus olhos ardem, o sono, talvez seja o motivo. Nem de longe soa a vontade de dormir. Bato as coxas, cansada dessa situação, levanto e reunindo coragem, ando até ele.-Me diz. Eu sei que há algo acontecendo, você não é assim. -tento tocar seu braço, desvia. Seu olhar é baixo, impotente de fitar os meus. -Joaquim, pense, juntos nós podemos resolver qualquer eventualidade, separados nos tornamos fracos. -subo as mãos em uma súplica para ter calma, e não atropelar a gente. -Ouça, seja o que for que aconteceu, eu estou com você.Alisa a nuca aos olhos fechados.-Quem disse que eu
-Iara, filha, acorda.Aos poucos desperto. O chão frio e duro são sentidos no meu corpo, acordei com ele bastante dolorido e gelado, com um calafrio por todo a carne.-Porquê acordou aqui? Pode pegar um resfriado. Anda levante, passei um café e está quentinho te esperando.Ponho a mão a cabeça. Dói muito, é como se eu tivesse levado uma porrada bem forte, uma pancada que não há remédio que alivie a dor.Saio do chão. Minha mãe continua falando, não ouço uma palavra que sai de sua boca, minha única vontade ao momento, é morrer.Arrasto meus pés até o banheiro. Olho a mulher sob o espelho, a cara inchada, os olhos fundos, não me reconheço. Eu lembro muito bem o que aconteceu ontem, e quem foi o causador dessas marcas a face.O desespero atinge em cheio, meu choro volta com tudo. Eu o perdi. Soluços altos e glutinosos invadem todo o ambiente, como eco. Abraço meu corpo tentando confortar-me, como forma de proteção, como se isso pudesse amenizar um pouco a tristeza, impossível, a dor está