Após o filme terminar, Enrico se espreguiçou, alongando os braços acima da cabeça. Ele olhou para Aurora, que ainda estava recostada contra os travesseiros, distraída mexendo no controle remoto.
— Preciso de um banho — anunciou ele, passando a mão pelos cabelos.
Aurora deu de ombros, sem desviar os olhos da tela.
— Então vai tomar um banho, não precisa anunciar.
Ele ignorou o comentário e levantou-se, pegando o celular do criado-mudo.
— Vou até meu quarto. Você vem comigo? — perguntou, lançando-lhe um olhar casual, mas claramente provocador.
Ela arregalou os olhos, indi
Antes do filme terminar, Aurora já estava dormindo novamente. Enrico a observou por um instante, uma expressão preocupada tomando seu rosto. No dia seguinte, ele tinha uma pequena viagem programada para visitar uma possível aquisição. Como poderia ir e deixá-la sozinha? Além de ter prometido que não a abandonaria, estava genuinamente preocupado com sua segurança. Poderia deixar alguns de seus seguranças na porta do quarto dela, mas tinha certeza de que ela jamais aceitaria isso.De repente, uma ideia lhe ocorreu. Poderia pedir a seu irmão, Leonardo, para fazer-lhe companhia. Deixaria Matteo resolvendo as questões urgentes no escritório, enquanto Leonardo ficaria ao lado de Aurora. A ideia não lhe era totalmente agradável, mas a verdade era que Leonardo era a única pessoa em quem podia confiar par
Aurora fechou a porta do quarto com um suspiro pesado. Mal teve tempo de se virar quando ouviu a voz de Enrico atrás dela.— Se divertiu bastante hoje? — O tom era ácido, quase sarcástico.Ela franziu a testa e virou-se para encará-lo.— Do que você está falando?— Do seu dia com Leonardo — Ele cruzou os braços, encostando-se à parede. — Passearam, riram, pareciam muito confortáveis um com o outro.Aurora revirou os olhos.— Pelo amor de Deus, Enrico! Você não tem motivos para ter ciúmes.Ele bufou, descrente.
Aurora saiu do hotel determinada a ir embora. A discussão com Enrico havia sido a gota d’água. Ela precisava se afastar daquele homem e de tudo que ele representava. Com sua mala em mãos, caminhou pelas ruas movimentadas da cidade, tentando afastar a sensação incômoda de estar sendo observada.O que ela não sabia era que Enrico, apesar da discussão, não estava disposto a simplesmente deixá-la partir. Assim que soube de sua partida, ordenou que um de seus seguranças a seguisse de longe, garantindo que nada lhe acontecesse.Poucas quadras depois, um homem alto e de feições duras interceptou seu caminho.— Aurora Vidal? — Sua voz era fria e calculista.Ela sentiu um c
Enrico caminhava de um lado para o outro em seu quarto, a mente em ebulição. A situação com Tommaso Ricci era um beco sem saída. Ele poderia simplesmente romper os negócios da Villa e cortar laços com aquele homem repugnante, mas aquilo não significaria que Aurora estaria segura. Tommaso parecia obcecado por ela, e Enrico sabia que ele era do tipo que não aceitava um "não" como resposta. O desgraçado iria atrás dela até o inferno, se fosse necessário.Depois de tê-la trazido de volta para o hotel, Enrico a deixou em seu quarto, protegida por um de seus seguranças, enquanto decidia o que fazer. Ele precisava de tempo para pensar, para elaborar um plano que garantisse sua segurança de forma definitiva. Nenhuma decisão parecia satisfatória, e a raiva que sentia por Tommaso cresci
Aurora estava sentada na beira da cama, os joelhos dobrados e os braços envolvendo o próprio corpo. Desde que Enrico a mandara para aquele quarto, prometendo encontrar uma saída para a situação, sua mente não descansava um segundo. O dia tinha sido um pesadelo. Primeiro, a tentativa de rapto. Depois, a constatação de que Tommaso Ricci estava realmente atrás dela. E agora, o que viria a seguir? O que Enrico faria?Ela não gostava da ideia de depender dele. Mas, no fundo, sabia que estava encurralada. Não podia continuar fugindo para sempre. O som de batidas na porta a fez sobressaltar-se. Antes que pudesse responder, uma voz soou firme do outro lado.— Senhorita, o senhor Mansini quer vê-la em seu escritório.Ela hesitou p
Aurora estava sentada na beira do sofá no escritório de Enrico, os braços cruzados e a expressão carregada de desconfiança. A proposta de casamento ainda martelava em sua mente, e agora, diante dele, tudo parecia ainda mais surreal.— Se vamos fazer isso, então precisamos estabelecer algumas regras. Ela disse, quebrando o silêncio.Enrico, que estava encostado na mesa com os braços cruzados, arqueou uma sobrancelha, claramente interessado no que viria a seguir.— Eu exijo que seja discreto. Nada de alarde, nada de cerimônia grandiosa. Isso tem que ser rápido e sem atrair atenção — continuou Aurora, mantendo a voz firme.Ele inclinou levemente a cabeça, avaliando-a.<
A cerimônia foi tudo o que Aurora pediu: rápida, discreta e sem qualquer resquício de romantismo. O juiz de paz fez seu trabalho em poucos minutos, e logo os dois estavam oficialmente casados. Não houve troca de votos emocionados, nem um beijo simbólico para selar a união. Apenas a frieza burocrática de um acordo selado no papel.O juiz os casou no escritório da grande mansão de Enrico, que ficava na melhor área de Las Vegas. Naquela manhã Aurora juntou seus poucos pertences e seguiu o segurança até o carro que os levaria a casa de Enrico. Estava longe de estar bem com aquele acordo, mas precisava ser fria e calculista, aquela era de longe a sua melhor chance.Aurora observou a aliança simples em seu dedo, sentindo o peso daquilo que tinha acabado de fazer. Ela agor
Enrico se recostou na cadeira de couro escuro do escritório, iluminado apenas pela luz suave que vinha da janela, criando um ambiente sombrio, refletindo o clima da conversa. Seu olhar estava fixo nos papéis que Lucius havia colocado sobre a mesa, como se já estivesse antevendo a vingança se concretizando diante de seus olhos. Ele esfregou as mãos, uma sensação de prazer quase palpável nas pontas dos dedos.Lucius, por outro lado, parecia cada vez mais desconfortável, os óculos escorregando sobre o nariz enquanto ele tentava não demonstrar a crescente indignação. Sabia o quanto Enrico era capaz de fazer para atingir seus objetivos, mas aquilo ia além de qualquer coisa que ele já havia imaginado. O tom de voz de Enrico era calmo, mas havia um gelo nas palavras que deixava claro que a decisão estava tomada. No fundo, Lucius também sabia que seria tolo em tentar dissuadi-lo, mas o peso da ética ainda o incomodava.— Eu entendo que você esteja arrasado por tudo o que aconteceu, Enrico. Ma