4. Sangue

O mundo conspira a favor daqueles que lutam dia e noite para conseguir os seus objectivos e metas, e não para aqueles que só vivem esperando o dia de amanhã e fazer a mesma rotina. Quando eu tinha 9 anos, meu pai sempre me dizia "o mundo não é só dos vivos, mas pra quem é vivo " com essas palavras sábias eu pude aprender que o mundo não para os fracos... é para os fortes.

Que aqui a jornada é longa, dura e árdua, que estamos sujeitos a amar, odiar... a receber e a perder quem mais amamos.

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Entrei para o meu dormitório e eram 11 da noite e a luz estava apagada, me sentei na cama revivendo todo o momento, tudo que aconteceu, eu vacilei, eu matei novamente, respirei fundo passando as minhas mãos no cabelo.

- Sempre pulando a cerca? - perguntou Liz que ainda estava acordada deitada na cama de barriga pra cima. Fingi que não ouvi ela, me levantei da cama e comecei a me despir para ir dar um duche, peguei na toalha e amarrei em volta do meu corpo - Quem você matou dessa vez ? - Liz perguntou olhando para as manchas de sangue seco em minhas mãos - Takeshi vai adorar saber que ainda não tens controle de sua raiva.

- Ele vai adorar mais quando eu encher a sua cara de hematomas  - fixei os olhos nela, e ela se pós a rir em voz alta que quase acordava as outras meninas.

- É melhor descansar - ela usou a ironia - já que levou uma grande porrada do Simon, hoje o dia não foi fácil né ?

Engoli em seco pra me manter calma, porque o plano dela é sempre me tirar do sério, e dessa vez eu não posso ceder a essa raiva.

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E mais uma vez nos levantamos com o despertador do sino a mesma hora de sempre e com a mesma rotina, cada menina no dormitório levantava para arrumar a sua cama e umas conversavam uma com as outras. Eu fiquei dobrando o lençol da minha cama.

- Bom dia Kate - disse Giselle se aproximando de mim, ela é uma das raparigas do dormitório e uma nerd completa, entende tudo sobre informática - Ontem não vi você no jantar.

Giselle era muito anti-social e tímida mas sempre tentava manter uma comunicação comigo, sempre gentil e muito irritante.

- Bom dia Giselle - respondi.

- Como você está? - Perguntou ela estando um pouco nervosa.

- O que o meu rosto diz?

- O de sempre « não estou bem, não me incomoda » - ela sorriu.

- Então não faça isso.

- Olha ... eu estou muito nervosa sabe? ontem eu fui escalada para uma missão que irá decorrer amanhã.

- Não seria a primeira.

- Só que, está será em campo, e eu não estou acostumada, o habitual era eu ficar sentada frente ao um computador e nos comunicarmos.

- Tá miúda, agora não entendo o que eu tenho a ver com isso  - dito isso, me ausentei da presença dela.

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Estávamos todos no refeitório tomando o nosso pequeno-almoço e cada um sentava onde queria e com quem estar, eu estava numa mesa cheia de gente que eu nem tinha intimidade e eles faziam muito barulho, a uma distancia estava Liz e o seu querido amigo colorido Gregor, o rapaz que  tem relações sexuais as escondidas com ela , e do outro lado numa só mesa estava a Giselle sozinha que ao invés de comer estava lendo,  cada dia ela lia um livro diferente, ela era considerada o QI da academia, não é muito de técnicas de artes marciais, sabe o básico mas só com um laptop ela destrói a vida de qualquer um, e mais para o lado da parede distante de todos que estavam no refeitório, estava o Simon sem ninguém ao lado e sempre com a cara trancada, o colega que todos temiam e o que deu uma surra. Me levantei e saí do refeitório, e bem na porta eu me deparo com Takeshi me encarando sério.

- No meu escritório, agora! 

E prontos... aí vem encrenca.

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Ele sentou, e eu permaneci de pé com os braços cruzados e a nossa frente apenas uma  mesinha que nos separava, e ele começou:

- De quem era o sangue nas suas mãos? - Ele parecia zangado, e logo percebi que aquela rapariga havia feito queixas.

- A queridinha do mestre já fez fofoquinha né? - Fui irónica.

- Katherine - ele gritou - Quem você matou ontem a noite?

- Não se preocupe, eram vilões.

- Eu não quero saber. Eu treinei e treino vocês para fazerem justiça e não derramar sangue, assim como eu posso te ajudar a ter a sua vingança?

Respirei fundo.

- O mestre não gosta de sangue derramado, mas é o que mais derrama.

- Você sabe que eu já me puni disso, eu achava que matando estaria fazendo a melhor vingança, mas não! Por isso eu quero que vocês se tornem numa versão melhor do que eu era, não quero que cometam os mesmos erros que eu cometi - engoli em seco e revirei os olhos - Katherine - continuou - Eu me orgulho de ti, eu ainda me lembro quando resgatei você, e tudo que eu sentia era ... a sua dor, eu te entendo. Mas você precisa superar.

- Você não pode me pedir isso - minha voz ficou tremula.

- Você foi um dia o Raphael, você sempre foi uma menina forte, mas lembre-se daquela criança ...

- Não, volte, a mencionar este nome - disse com os olhos já todos vermelhos quase se encharcando de lágrimas - Raphael era uma pessoa fraca, Katherine é a sobrevivente.

- Não! Aquela criança foi a sobrevivente, e a Katherine aprendeu muito com o seu eu do passado. E eu não quero que tu percas esse teu lado, tu és valiosa Kate - caiu uma lágrima no meu olho e eu limpei logo tentando disfarçar, olhei pra ele - Não jogue tudo que te foi ensinado pra fora, use como estratégia para  beneficiar na sua jornada com a Katherine, você terá o seu propósito realizado, você vencerá, eu acredito que sim.

- Eu prometo que será diferente a partir de agora - disse convicta.

- Fico feliz. Porque amanhã você será activada para uma missão.

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