Camila narrando
O sol já entrava pela pequena janela que tinha em cima da cama, dava para ouvir a agitação que estava no lado de fora, vozes, galinha cantando, passos, não deveria ser muito tarde, acredito eu. As dores no meu corpo já passaram e eu já conseguia me mecher com facilidade.
Escuto passos na porta , e quando abre, dou de cara com ele,ele estava segurando a bandeja que acredito que seja o meu café, e uma sacola.
- É educado dizer bom dia. - Ele diz colocando a bandeja encima da mesa.- A próxima vez que você tiver um pedido assim para fazer, você não precisa pedir para chamar a Marina, pode pedir para me chamar. - Ele diz me entregando a sacola, que tinha a Pirula do dia seguinte. - Você tem até a tarde para tomar, porque o prazo é 48he vê se toma. - Ele diz parando na minha frente com as mãos no bolso.
- E você acha que eu seria louca de não tomar? - Digo encarando ele.
- Está corajosa. - Ele diz rindo. - É melhor você tomar logo isso, antes que eu resolva que a melhor vingança é seu pai ter um neto no qual eu sou o pai. -Ele diz tirando o sorriso do rosto, e me deixando assustada.
- Não, obrigada. - Digo já olhando para a caixa. -Eu vou tomar.
- E tem mais uma coisa que preciso te falar. - Ele diz ficando na minha frente. - A próxima vez que você me m****r o dedo do meio, eu quebro todos eles, você entendeu? - Ele diz puchando o meu cabelo. -ENTENDEU ? - Dessa vez ele dá um grito, que eu tento dar um pulo para trás, mas as suas mãos em meus cabelos me faz pender para a frente contra o seu corpo.
- Sim, entendi. - Digo soluçando. E ele me joga com força contra a cama. Ele tira o relógio do pulso e joga na cama. E sai pela porta.
Pela primez vez desde que eu estou nesse quarto eu reparo que a porta não abre com chaves e sim com codigos ,ele apertou tão rapido os números que eu não consegui ver quais eram. Peguei o relogio que ele deixou ali e vi as horas eram 8:30 da manhã, eu acho que em toda a minha vida eu nunca acordei tão cedo assim.
As horas se passaram e na agitação do momento eu esqueci de tomar a pirula. Mas ai, quando peguei a caixa para tomar, me veio uma ideia, totalmente louca, mas me veio.
Eu decidi que não vou tomar a pirula, se eu engravidar de um filho dele, a vingança contra o meu pai será a minha gravidez, e ele não irá mais me machucar. Mas o plano tinha que sair perfeito, peguei abri a caixa da pirula em frente a camera, abri a cartela do remedio e coloquei na boca, fingi que tomei água. Dei dois minutos e fui para o banheiro, tirei o remedio intacto da boca e joguei no ralo do banheiro, agora era esperar.
Já era umas 16h, quando Marina entrou no quarto.
-Tomou o remedio Camila? -Ela disse sentando na minha frente.
-Sim,tomei. - Digo assentindo com a cabeça.
- Voce esta melhor dos machucados?- Ela pergunta com um olhar de pena.
- Sim estou sim. Posso te fazer uma pergunta? - Ela me olha e assente com a cabeça. - Você é tao bonita e parece ser tão legal, porque está nesse mundo? - Ela deu risada da minha pergunta.
- Não estou nessa vida porque eu quero não, mas é oque sobrou para mim. - Ela diz me entregando uma sacola. - Aqui tem algumas coisas que vai te distrair, livros , um diario, vai te ajudar a passar o tempo. - Ela diz me mostrando as coisas. - Eu prometo que vou tentar que o meu irmão não te machuque mais.
-Isso vai ser dificil, seu irmão é um monstro.
- Ele não foi sempre assim,acredite.
- Oque vocês estão falando de mim? -O demonio aparece na porta me dando um susto.
-De voce? Mas voce é muito convencido mesmo. -Disse Marina rindo.
-Oque é isso? - Ele diz apontando para a sacola que a Marina me deu.
-Eu trouxe uns livros para ela ler. - Ela diz se levantando. - Tchau Camila. -Ela diz saindo do quarto.
- Você tomou o remedio? -Ele diz me encarando.
-Por acaso você não viu pelas cameras?
- Ta abusada em. - Ele diz sentando na cama na minha frente, e eu vou para tras, o maximo que eu posso até que eu bato na parede e levo um susto.
-Por favor não me machuca. - Digo baixo, minha voz sai tremula, e ele da uma risadinha de lado.
O telefone dele toca, e ele atende, parecia ser uma ligação bem importante.
- Me espera, que eu volto. -Ele diz saindo e andando ate a porta , ele digita o codigo e a porta abre, eu consegui ver que ele digitou 2x o número 3 e que sao 6 números, eu pego o pequeno bloco que a Marina me deu e anoto, uma hora eu vou descobrir todos os números, agora falta só 4.
Cah narrando:Já era noite e o relógio marcava 20h , já estava tudo quieto, já não se ouvia agitação que tinha durante o dia, poucas vozes e poucos passos. Estava sentada na cama lendo o livro que a Marina me deu, quando vejo a porta se abrir, era Diogo, ele estava com uma cara séria de mais, parecia preocupado com alguma coisa.- O chef mandou te levar lá para cima. - Ele diz me olhando, escorado na porta. - Vamos logo. - Ele diz um pouco mais grosso. Levanto da cama e vou em sua direção.- O que ele quer comigo? - Pergunto para ele, que balança a cabeça em sinal de negação.Subimos algumas escadas, e passamos por um corredor que tinha muitas portas, uma delas estava aberto e consegui ver que era cozinha e era enorme, tinha algumas mulheres lá dentro trabalhando.Subimos mais algumas escadas, até chegar em mais um corredor enorme, só que esse era bonito, tinha vários quadros p
CAH NARRANDOTive a noite toda pesadelos com a noite anterior, com aquele homem me tocando, o olhar do Henrique . Acordei assustada e me dei conta que eu estava de volta ao quarto do porão, como cheguei aqui ou quem me trouxe eu não sei, eu vestia uma camiseta que deveria ser do Henrique e nada mais, em um canto do quarto estava o meu vestido e as minhas roupas íntimas, eu estava com dor pelo corpo todo e minha cabeça doía muito mais. Com muita dificuldade, consegui levantar e ir até o banheiro, tomei um banho e consegui vestir um shorts e uma blusa. Ainda estava no banheiro, quando a porta se abriu.- Camila? - A voz do Diogo soou pelo quarto. Eu andei até a porta e abri ela, aparecendo no quarto. - Aqui eu trouxe comida e remédio. - Ele diz deixando a bandeja e a sacola de remédio encima da mesa, e logo depois digita o código e vejo que tem o número 2 também. Agora falta só mais 3 números, e estou decidida a fugir desse inferno antes que eles me matem
CAH NARRANDOHoje faz dois dias que o Henrique não aparece aqui, e eu agradeço por isso. Hoje já acordei melhor, não sinto mais tanta dor e os roxos do meu corpo sumiram, está tudo muito calmo para o meu gosto.A senhorinha da aquele dia, vem todos os dias me trazer comida acompanhada do Mane, que toda vez fica me encarando, e isso me dar muito medo.Meus pesadelos vem só aumentando, e toda noite acordo assustada , a sensação de estar sendo observada o tempo todo por ele através das câmeras está me deixando louca, e talvez seja isso que ele queira, me enlouquecer a cada dia que passa.A Marina também sumiu e o Diogo também, não apareceram mais por aqui.No canto do quarto estava a sacola que a Marina me deu e lá tinha uma agenda , e para passar o tempo comecei a escrever os meus momentos aqui, minhas angústias e o meu medo, depois de escrever escondia o caderno atrás
Camila narrando:Falta só tres numeros para tentar abrir a porta desse quarto, eu tinha ate agora o "332" , e anotei no meu caderno para não esquecer de jeito nenhum.Estou sentada dentro do banheiro escrevendo, é a unica hora que me sinto bem nesse lugar, é quando escrevo, quando coloco todas as minhas angustias, os meus medos, em cada folha desse caderno.-Camila, você esta ai? - Escuto uma voz feminina, e na hora reconheço que é da Dona Nina, é uma outra senhora que trabalha aqui também e que de vez enquando vem me trazer comida.-Sim, estou. -Digo saindo do banheiro. - A onde mais eu estaria.- Digo dando um sorriso fraco.- Eu fiz o bolo de cenoura que você me pediu. - Ela diz me mostrando ele na bandeja. -Mas não conta para ninguem que eu fiz especialmente para você.- Obrigada Dona Nina, você é um amor. -Digo e ela me abraça.- Eu sin
Henrique NarrandoEstou deitado, pensando no que acabou de acontecer, por um minuto eu senti pena dela, eu senti que eu não deveria fazer aquilo tudo com ela, mas ai eu lembrei de Maria, do que o pai dela fez com ela, dos vídeos, das fotos que eu recebi, nada do que ele fez é comparado com oque a filha dele está passando.O pior é que ela achou que iria conseguir me enganar, ela acha que eu e nem os meus homens iriam ver que ela estava cuidando para descobrir a senha da porta. Ela é muito burra.Meu telefone toca me tirando dos meus pensamentos. Era número desconhecido, só pode ser Lucas.- Alo.- Eu quero a minha filha de volta. - Ele diz no outro lado da linha.-Eu também queria Maria de volta e você à matou.- Eu te dou oque você quizer,mas nã
Camila narrandoAcredito que faz já 2 mês e meio que eu fui sequestrada. Igual aquela noite nunca mais aconteceu, mas pelo menos 3x por semana ele me mandavam me buscar, obrigava a transar com ele e depois me mandava de volta para o quarto, pelo menos a violência diminuiu um pouco, e eu nunca mais fiquei no estado que tinha ficado aquelas noites.Fazia alguns dias que a Marina não aparecia mais aqui. Nesse momento estou sentada no banheiro com a porta trancada escrevendo na agenda, fazia alguns dias que eu não escrevia nada, e então hoje eu tinha muita coisa para escrever.Essa noite passada Henrique me chamou lá para cima, ele estava estranho e inquieto mas ele fez a mesma coisa de sempre, só que uma hora ele me empurrou contra a cama e machuquei o meu braço, agora ele está doendo muito.Guardo o meu caderno atrás da pia e volto para o quarto, pego a escova de cabelo e começo a pentear meu ca
CAH NARRANDOEncaro o teste por alguns minutos e resolvo fazer ele.Agora tenho que esperar 3 minutos até aparecer o negativo ou o positivo.-E ai já deu? - Escuto as batidas na porta e voz do Henrique.- Já estou saindo. - Grito de volta.Na minha cabeça passava um turbilhões de sentimentos. As palavras deles estão na minha cabeça, ele ia esperar o bebê nascer para me matar, e o meu filho ia crescer na mal desses malditos.Enfim o resultado sai no teste, e na hora penso que vou ter um ataque no coração de tão nervosa que eu fiquei, não teve como não chorar. Sequei as minhas lagrimas, e sai pela porta.- E ai? - Os três perguntaram junto. Eu apenas estiquei o teste e Marina pegou da minha mão.- E ai Marina? - Henrique pergunta
Cah narrandoComo eu não posso sair desse lugar, Marina me trouxe outro teste do Clear Blue para ver com quantas semanas eu estou agora, pelas nossas contas eu estaria de 12 semanas, eu ainda não fiz o teste novamente, eu estou trancada escrevendo uma carta para o meu filho/filha ler quando ele crescer.Eu tinha pedido para a Marina para pedir ao Henrique para colocar um espelho no quarto,para que eu conseguisse ver quando a barriga começasse a crescer, e ele deixou que colocasse o espelho no banheiro. Eu ficava ali todos os dias me olhando para ver se tinha algum sinal de barriga,porinquanto apenas uma bolota em um canto da barriga. Sinto uma batida na porta e me tira dos meus pensamentos, guardo o caderno com tudo.- Camila você está ai? - A voz dele soa do outro lado da porta.Eu abro a porta rápido.- Sim estou sim. - Digo olhando para ele.