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Fabiene narrando

Eu comprei a passagem usando um documento falso para o primeiro lugar que eu vi na rodoviária, era uma pequena praia, um pouco distante do Rio de Janeiro, eu estava com sangue nos olhos, com raiva dele, com tanto ódio de Imperador.

Eu sempre fui apaixonada por ele, a gente era amigos de infância e depois nos apaixonamos até que nos entregamos para o sentimento, quando seu pai morreu, fui sua companheira, estive do seu lado, não larguei sua mão quando assumiu o morro, o que era ao contrário do que sonhava para minha vida, agarrei sua mão, abracei o morro junto dele e o apoiei em tudo, ajudei ele, para no fim, ser tratada por ele que nem um lixo, para ser deixada de lado da forma que ele me deixou , que ele me traiu , que ele me enganou.

Sentada na praça com os olhos cheios de lagrimas, eu continuo vendo aquele vídeo, dela tocando nele, reconhecia de longe ele, até mesmo de olhos fechados.

— Está tudo bem com a senhorita? – eu olho para frente vendo um policial, olho para ele de cima a baixo e ele me encara – A senhorita está bem? Está perdida? – eu fico em silencio – nunca te vi por aqui, você é muda? Tem documento?

— Eu fui traída pelo meu noivo – eu falo para ele e ele me encara – eu morava com ele, larguei minha vida por ele, meus sonhos, sonhava em ser uma confeiteira de grande sucesso e agora, eu sou uma corna que foi traída – ele me olha com os olhos arregalados – preciso d euma pousada barata, você sabe me indicar?

— Eu sinto muito , com certeza ele não deveria saber a mulher linda que tem ao lado dele – ele fala

— Você está me cantando? – eu pergunto limpando as minhas lagrimas – acredito que você não seja pago para isso – ele abre um sorriso de canto.

— Existe uma pousada no final da rua , suas bagagens, quer ajuda com elas?

— Tenho somente minha mochila. Te agradeço – eu respondo – até mais.

— Espera – ele fala – como você se chama?

— Fabiene – eu respondo

— Se precisar de alguma coisa Fabiene, estou a disposição – eu olho para o seu nome na farda.

— Obrigada Eduardo Lopes – eu falo para ele.

Saio andando procurando a pousada, ainda perdida em meus pensamentos e em tudo, eu só conseguia sentir raiva do Imperador nesse momento.

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Fabiene narrando

Alguns meses depois....

Por curiosidade abro uma pagina que era fechada da Rocinha mas tinha uma conta que não usava mais ainda logada lá e lá postavm várias fotos do baile e vejo uma foto do Imperador com aquela vagabunda da Samanta, o que poderia esperar dele?

Isso me deixou tão puta, porque mudei minha vida por ele, desisti dos meus sonhos, da minha faculdade de gastronomia para estar lado a lado dele no morro, porque entendia que como sua mulher não poderia ter uma vida dupla.

Não sai do morro de mão vazia, tinha dinheiro e acesso a contas de laranja e limpei tudo, montei minha pequena confeitaria aqui, estava grávida de sete meses de um menino, que se chamaria Miguel.

Abro um sorriso quando vejo Eduardo entrando na confeitaria.

— Achei que não iria vir aqui hoje – falo sorrindo – já estava esfriando seu café.

— Me atrasei – ele fala – mas não poderia começar meu dia sem te ver – ele fala sorrindo.

Eduardo se tornou um amigo, mas eu evitava as suas investidas por ele ser policial, até porque eu era cria de morro, mas faz seis meses que estou aqui e seis meses que ele está aqui comigo, me ajudando, me aconselhando e sendo meu ombro amigo, enquanto eu evito dar uma chance para minha felicidade porque sofro pela traição do Imperador, ele está lá com outra, outra não, com várias.

— O que você acha de sair hoje a noite? – ele pergunta – você só trabalha.

— Você sabe daqui a pouco terei que ficar algumas semanas parada quando Miguel nascer, sou bem dizer sozinha aqui.

— Porque você quer – ele fala – você sabe que eu me caso com você e crio Miguel junto com você.

— Eduardo não é tão simples assim – eu falo

— Você mesmo disse que o pai de Miguel não quis saber de você grávida, te traiu, te enganou – ele fala – sei que você deve o amar ainda – eu o encaro – mas você precisa dar uma chance para você ser feliz Fabiene, não dá para ficar parada no tempo sofrendo por alguém que talvez nem esteja pensando em você.

Eu olho para ele e abro um sorriso fraco, suas palavras foram doloridas mas ao mesmo tempo verdadeiras.

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