Klaus já estava de volta em casa e todos ficaram cuidando dele. Clarice às vezes o olhava com aqueles verdes nebulosos que clareavam lentamente quando ele segurava sua mão e puxava para perto dele.- Não fique assim, minha ruiva. Eu amo tanto você.- E mesmo assim...O choro de Clarice era ouvido pelos filhos e por quem mais estivesse no apartamento de acordo com o teor da conversa entre eles. Ele se sentia pequeno nessas horas. Sabia que era um sofrimento profundo com todas aquelas lembranças povoando a sua cabeça. Nunca parou para pensar nos efeitos colaterais.Então ela chorava de soluçar até adormecer com a cabeça sobre o peito de Klaus.- Pai, quer comer?- Traga só um suco. Não quero acordar a sua mãe. - O que houve? Dava para ouvi-la da sala soluçando. - Tem coisas erradas que eu fiz e que ela nunca irá esquecer. Não a acorde. - Tudo bem. Mas vocês estão bem?- Sim. Estamos muito bem. Só passando por um momento tumultuado por ca
Klaus parecia não conseguir destravar o maxilar e tirar aquele sorriso besta da cara. No hotel, durante o registro, o gerente pediu a identidade de Clarice para confirmar a idade. Ela parecia muito nova, mais já tinha mais de vinte e um e era advogada formada.- Motivo da viagem?- Lua de mel.- Quero sempre uma bandeja com frutas no quarto. Clarice gosta muito e ela sempre fica com fome depois de...- Klaus!- Senhora Klein, está ficando vermelha.- Você não precisa contar certas coisas.- Desculpe, Senhora Klein. Foi a felicidade falando mais alto.- Eu sei.O gerente deu uma olhada nela e deu um sorriso de lado. Ela era a mulher mais linda que ele havia visto naquele hotel e entendia todo entusiasmo de Klaus em iniciar a lua de mel.- Senhor Klein, o senhor é médico? - Cirurgião cardíaco.- E sua esposa?- Advogada de litígio. Divórcio. - O quarto está pronto.- Iremos almoçar e fazer outras refeições no quarto hoje.- Sim, senhor.- Vamos, Sra. Klein.Klaus puxou Clarice para per
Era estranho olhar para Clarice após tantos anos e observar que pouco mudou.Apesar de sua pele branca demais, era muito bem cuidada e nao tinha rugas. Os cabelos ainda nao exibiam fios brancos. O corpo trabalhado com luta, natação e dança.- O que foi?- Você é a mulher mais linda que eu conheci na minha vida.- Sei...- Eu estou falando sério. Você sempre foi a mais bonita. Sempre foi.- Hum... O que você está querendo com tanto elogio?- Dizer que eu te amo. Só isso.- Está doente? Pé na cova?- Não, minha Ruiva gostosa. Eu só queria dizer que te amo.- Não começa, Klaus. Eu ainda vou viajar com Levy.- Eu sei. Vou ficar com o Guilherme, mas Rebecca vai com você. Clarice? O que houve?- Uma tonteira repentina.- Clarice, grávida de novo?- Me ajude! Eu vou desmaiar.- Meu Deus! Guilherme, socorro!- O que houve?- Clarice desmaiou. Ajeite ela aqui na cama. Feche a janela e ligue o ar condicionado. Tire as sandálias dela e passe um pouco de álcool. - Ela tem comido tão pouco. Está s
Era a primeira vez que Clarice era chamada para depor no processo que havia sido movido contra ela pelo tio após ser preso por questionar o acidente.Ela chegou chamando atenção de todos, principalmente do homem que movia a ação mesmo sem nunca tê-la visto. Estava linda naquele vestido preto abaixo do joelho e saltos, óculos escuros, luvas brancas curtas e uma bolsa Chanel que havia sido presente de sua sogra. - Sra. Clarice Cohen?- Sim.- Este é o meu cliente, o....- Eu não me importo com o nome de seu cliente. A única coisa que me interessa é o motivo da ação. - Está disposta a fazer um acordo?- Claro que não! Qualquer que seja o motivo, eu nem deveria estar aqui. Esse é o meu marido, Klaus Klein, e os meus filhos. A menina foi raptada pela sua sobrinha. E como pode ver, meu marido está usando uma bengala, o impossibilitando de trabalhar no centro cirurgico. O que o seu cliente deseja?- Vamos esperar o seu advogado?- Eu sou advogada,
Clarice estava sentada na cadeira ao lado de Catarina na praia enquanto Felipe conversava com Klaus ninando o filho nos braços. Cecília conversava com Guilherme à beira mar enquanto Rebecca se mantinha deitada e lendo, demonstrando ainda estar aborrecida com Paulo por alguma coisa. - Rebecca?- Eu estou lendo.- Eu não fiz nada.- Mentiu.- Eu não menti.- Vai continuar com isso? Você disse que iria para casa e você foi encontrar com ela. A garota que todos sabem que gosta de você. Fala sério, Paulo! Você dá margem para ela agir assim.- Ela não fez nada de mais, Rebecca.- Não? Essa foto não diz isso.- Droga, Rebecca! Não é o que parece.- Onde estão as suas mãos? Paulo ficou calado e observou a foto com atenção. As mãos estavam a princípio nos ombros dela, mas na foto seguinte a mão desceu até a bunda dela. Não havia percebido e o desespero veio em seguida.- Os convites já foram entregues, Rebecca.- Grande coisa! Eu vou começar avisar amanhã que não ira ter casamento coisa nenhu
Levy ligou de madrugada para avisar que Páris havia tido complicações e o bebê havia nascido natimorto a deixando em depressão. Klaus resolveu viajar com os outros filhos, Rebecca e Guilherme, após trancarem a faculdade. Era algo pesado demais para Levy passar sozinho. Precisava de apoio e a mãe estava ficando sobrecarregada.- Rebecca, eu soube o que aconteceu. Precisa de algo?- Eu não queria isso para Páris, Paulo. Eu sei que o meu irmão está passando, mas sei o quanto Páris está sofrendo.- Eu sei, Rebecca. Mas precisa ser forte para apoiá-los. Você quer que eu vá com você? - Paulo, eu não posso pedir nada disso à você. - Você pode me pedir qualquer coisa. Qualquer coisa, Rebecca.- E a outra?- Nunca existiu nada com a outra, Rebecca. Eu sei que não acredita. Mas eu só estava cuidando para que ninguém fizesse mal a ela. Ela estava no limite achando que todos haviam a abandonado.- Nunca transou com ela?- Não. Admito que saí com ela algumas vezes, mas eu já gostava de você. Eu j