Clarice estava sentada na cadeira ao lado de Catarina na praia enquanto Felipe conversava com Klaus ninando o filho nos braços. Cecília conversava com Guilherme à beira mar enquanto Rebecca se mantinha deitada e lendo, demonstrando ainda estar aborrecida com Paulo por alguma coisa. - Rebecca?- Eu estou lendo.- Eu não fiz nada.- Mentiu.- Eu não menti.- Vai continuar com isso? Você disse que iria para casa e você foi encontrar com ela. A garota que todos sabem que gosta de você. Fala sério, Paulo! Você dá margem para ela agir assim.- Ela não fez nada de mais, Rebecca.- Não? Essa foto não diz isso.- Droga, Rebecca! Não é o que parece.- Onde estão as suas mãos? Paulo ficou calado e observou a foto com atenção. As mãos estavam a princípio nos ombros dela, mas na foto seguinte a mão desceu até a bunda dela. Não havia percebido e o desespero veio em seguida.- Os convites já foram entregues, Rebecca.- Grande coisa! Eu vou começar avisar amanhã que não ira ter casamento coisa nenhu
Levy ligou de madrugada para avisar que Páris havia tido complicações e o bebê havia nascido natimorto a deixando em depressão. Klaus resolveu viajar com os outros filhos, Rebecca e Guilherme, após trancarem a faculdade. Era algo pesado demais para Levy passar sozinho. Precisava de apoio e a mãe estava ficando sobrecarregada.- Rebecca, eu soube o que aconteceu. Precisa de algo?- Eu não queria isso para Páris, Paulo. Eu sei que o meu irmão está passando, mas sei o quanto Páris está sofrendo.- Eu sei, Rebecca. Mas precisa ser forte para apoiá-los. Você quer que eu vá com você? - Paulo, eu não posso pedir nada disso à você. - Você pode me pedir qualquer coisa. Qualquer coisa, Rebecca.- E a outra?- Nunca existiu nada com a outra, Rebecca. Eu sei que não acredita. Mas eu só estava cuidando para que ninguém fizesse mal a ela. Ela estava no limite achando que todos haviam a abandonado.- Nunca transou com ela?- Não. Admito que saí com ela algumas vezes, mas eu já gostava de você. Eu j
Rebecca não havia falado muito desde o ocorrido. Estava silenciosa e distante e Paulo apenas se perguntava o que havia feito de errado. Será que havia a machucado?Quando se sentaram no avião eles se entreolharam e ele a viu abriu a boca mais de uma vez sem dizer nada.Por fim, depois de três horas de vôo e uma troca de aeronave, Paulo segurou sua mão e se aproximando um pouco mais dela, perguntou:- Eu a machuquei?- O que?- Eu a machuquei?- Não exatamente. Eu não sabia que era tão grande. Fiquei com medo.- Por isso, você se afastou? Porque foi ruim?- Eu não diria ruim, mas ficou doendo depois. Agora que passou um pouco. Tive muita cólica, mas não foi menstrual.- É normal. Foi a primeira vez. Você não quer mais?- Acho que preciso de descanso por enquanto.- Eu entendo. Mas estamos bem?- Acho que sim. Deve ter sido uma droga para você, não? - Não foi.
Klaus estava sentado perto da janela quando Clarice acordou. Parecia que todos aqueles acontecimentos haviam sido suportados por tempo demais e agora ela não conseguia se levantar da cama, fazendo os gêmeos e Guilherme a cercarem de cuidados.- Como se sente, amor?- Cansada. Ver Páris na companhia de Rebecca me deu um descanso, Klaus. Achei que ela fosse morrer. Deu uma pena enorme. Um sentimento de fracasso.- Ela vai ficar bem. Eu vi todos os exames e ela está bem. O lado psicológico vai demorar um pouco, mas ela está reagindo.- Percebi.- Clarice, tem mais alguma coisa lhe aborrecendo? Eu nunca vi você arrasada assim.- Talvez porque você não estava presente quando eu perdi o bebê. Estava com a vagabunda. Só isso. - Eu sinto muito. Eu vou passar o resto da minha vida pedindo desculpas.- Fazer o que?- Quer que eu traga o seu café da manhã agora?- Quero. Eu não quero sair hoje do quarto.
Clarice respirou fundo e virou-se na cama. Um filme era passado em sua cabeça e ela teve vontade de gritar. Era um absurdo! Como ela havia perdoado aquele homem ao seu lado.- Clarice, achei que já tivéssemos passado desta fase.- Diz isso que é muito fácil para você. Eu perdi um filho enquanto você estava com a sua amante. Se eu tivesse vergonha na cara, nunca teria voltado para você. - Clarice, meu amor, eu realmente sinto muito por tudo o que lhe fiz sofrer. Por todo sofrimento mesmo. Mas eu a amo, Clarice. Ver você assim, tão triste, acaba comigo. Se eu tivesse coragem sumia, mas eu te amo, Clarice. A ideia de ficar sem você acaba comigo e...Alguém bateu na porta e Clarice se ajeitou para que o marido abrisse a porta.- Mamãezinha, viemos trazer o seu café da manhã. Sophia apareceu toda arrumadinha antes que Guilherme surgisse carregando uma bandeja recheada de coisas que a mãe gostava de comer, sendo seguido pelos filhos
Dizem que a pior hora do dia é quando todas as tarefas estão prontas e temos tempo para pensar. Clarice tomou café, conversou com a filha e ficou analisando a sua trajetória até ali e, apesar das coisas terem saldo positivo, as ações de Klaus haviam deixado marcas profundas que assombravam a advogada.Quando Klaus chegou do passeio com os filhos estava abatido. Os olhos denunciavam que ele havia chorado e o medo que ele sentia era dela o deixar.- Onde está Clarice?- No quarto. Ela ainda não saiu de lá. Acho que ela está dormindo.- Vou falar com ela.- Pai, ela está muito sensível. Pega leve!Klaus sorriu meio sem jeito enquanto Rebecca levava os gêmeos para tomar um bom banho.- Acordada?- Sim.- Você vai me deixar?- Eu acho que não. Estou muito triste. Muito mesmo.- Clarice, se você me deixar eu vou morrer.- Duvido muito. Duvido muito mesmo. Aposto que encontraria rapi
Klaus estava em completo silêncio quando chegaram a um hotel nao muito distante da casa de sua avó. Eles desceram do carro e caminharam até o hotel. Fizeram o check-in e foram para o quarto onde tinha uma bela vista da praça. - O que houve?- O irmão de vocês faria aniversário hoje. Ela fica revoltada nessa época. Ela lembra das mentiras, das brigas, de todas as mudanças. Clarice era tão doce e suave...- Ainda gosta dela?- Eu a amo. Eu sempre a amei, mas eu a magoei demais. Talvez seja melhor eu ir embora.- Tem certeza disso?- Claro que não! Eu passaria a minha vida beijando os pés de sua mãe e fazendo amor com ela. - Qual é o problema com os pés da mamãe? - São perfeitos! Lindos!- Talvez o problema de vocês seja esse. Você a adora demais. Ela não é uma santa! Talvez ela queira que você só faça sexo. Com a amante você colocava para quebrar e com ela é essa mosca morta...- Eu não posso.
Clarice estava com o rosto vermelho e suado assim como o resto de seu corpo, com a respiração tensa, olhando para o médico que estava exausto ao seu lado.- Está se sentindo bem?- Sim. Você é um safado!- Eu sei. Acha que pode suportar outra rodada?- Agora?- Não! Nem eu aguento mais nada agora.- Talvez. Você pegou leve comigo ou é sempre assim?- Sempre assim. - Hum... Um tempo atrás acreditei que gostava de ser comandado, mas agora...- Eu gosto, Clarice. Eu fico louco quando você manda. Só que você criou histórias na sua cabeça de que com ela era melhor.- Você gosta de se exibir?- Ela gostava. Confesso que é muito excitante, mas isso não significa que quero fazer o mesmo com você. - Não? - Você é só minha, Clarice. Eu não suportaria ver as pessoas lhe observando.- Você não mudou muito nestes últimos anos. Continua o mesmo safado de sempre.