Rebecca acordou preguiçosamente às nove horas da manhã, percebendo a movimentação vindo da sala.Levantou.A sala estava repleta de flores. Girassóis, rosas amarelas e cor-de-rosa, flores do campo e violetas. Passou a mão sobre cada uma, caminhando descalça pela sala com os olhinhos brilhantes, de camisola e com os cabelos presos num coque alto e bagunçado por dois pauzinhos japoneses. Nem percebeu que era observada por alguém que se encontrava sentado na varanda.- Pensei que fosse hibernar.- No verão? - Bem, o quarto estava bem frio.- Foi no meu quarto?- Queria saber se estava dormindo ou de preguiça. Dorme que nem um bebê agarradinha ao ursinho... Ei! Eu lhe dei aquele ursinho. Achei que não gostasse de mim.- Mãe?- Eu fiquei curiosa. Os seus irmãos foram para a praia. Você não quer ir?- Não. Quero ficar de preguiça em casa.- Nem quer dar uma voltinha?- Não. Quero ficar de preguiça o dia todo. Nada de saidinha. Já avise
O almoço de aniversário de Rebecca teve poucos convidados. A avó paterna Norma, a mãe, os irmãos, Cecília, Catarina, Rodrigo e Anna, os avós maternos e Paulo. O pai e Felipe estavam no centro cirúrgico e só chegariam à noite.O clima foi de leveza. Muitas gargalhadas com histórias engraçadas na companhia de Rebecca. Rebecca acordando assustada no meio da aula por causa de um monstro de duas cabeças, gritando no cinema durante algum filme de terror, colocando sal no bolo e açúcar no peixe, correndo pela casa com lençol branco dizendo ser o Gasparzinho. No geral, era uma garota doce e que tinha uma uma voz maravilhosa. Paulo apertou sua mão quando se sentaram no sofá. Catarina havia feito seu famoso pudim de leite. Rebecca não puxou a mão de volta e, quando todos foram embora para se encontrarem mais tarde para o jantar, ela deixou que ele a beijasse no rosto antes de ir embora com a sua irmã, mãe e sobrinhos.O buffet chegou lá pelas cinco. Rebecca ainda dormia um p
Finalmente Klaus parecia em paz com o crescimento de sua família. Clarice havia deixado o escritorio de advocacia mais uma vez e, embora os filhos mais velhos a ajudassem bastante, foi necessário contratar uma babá.Os gêmeos se desenvolviam rapidamente no meio daquela agitação toda. O garoto, Samuel, dormia bastante preferindo o colo de Guilherme que saía cada vez menos ao do pai ou do Levy. Enquanto a menina, Sophia, gostava de dormir coladinha com a mãe. O interessante é que os gêmeos viam em Rebecca a continuação da mãe e por vezes a chamavam de "mamã" fazendo todos rirem muito.Saber disso fez Paulo rir muito e, embora Rebecca não quisesse vê-lo, aparecia sempre com a mae desculpa de que ela queria ver os bebês que começavam a andar.- Anna, não veio?- Ela ainda não chegou? Ela e Catarina deveriam estar aqui.- Eu não sei. Acabei de acordar. Os dentes estão nascendo e estamos enlouquecidos. Eu nem fui à escola.- Onde eles estão? - N
Os gêmeos já tinham quase três anos e riam das brincadeiras promovidas pelos irmãos mais velhos e de dançar com a irmã na sala no final de cada dia enquanto a mãe preparava o jantar. E foi aproveitando esse clima que Paulo apareceu com Catarina e Cecília. Rebecca estava linda naquele vestido longo de laise branca com Sophia em seu colo dançando uma música cantada pela Angela Ro Ro. Paulo ficou no canto as observando. Gostava de admirar a namorada com a irmãzinha no colo.Talvez, por imaginar que um dia a criança pudesse ser filha deles.- Paulinho!- Oi, princesa. - Dança com a Becca! Tô cansada.Paulo se aproximou de Rebecca depois que a pequena foi para o chão, correndo para a cozinha para beber água. - Senti a sua falta.- Eu também. Estava ajudando a mamãe. - Eu sei. Só consegui fugir da mamãe agora.- Adoro essa música. - Também quero devorar você. - Acho melhor você se comportar. Temos platéia. - Nem nos meus sonhos ma
A ligação deixou a secretária do Dr. Cohen pai nervosa o suficiente para entrar no escritório gritando.- Pegaram a Sophia. Pegaram a Sophia.- Por favor, quem está falando?- Aqui é da escola onde os gêmeos estudam. Alguém esteve aqui se passando pela babá e levou apenas a Sophia. Alguém liberou e eu ja chamei a polícia, mas a babá acabou de chegar com a Catarina e a Rebecca e Rebecca desmaiou. Precisamos do Dr. Klaus.- Ele está num congresso fora do país. Eu nao fazia ideia que a segurança dessa escola fosse tão ruim pelo dinheiro que é pago. Estou indo para aí com o meu advogado e seguranças. Gustav socou a mesa com força e deu ordens para a secretária entrar em contato com Klaus sem dar maiores detalhes. Não queria que o filho infartasse novamente.Rebecca ainda se encontrava trêmula com todos todos os outros filhos a sua volta quando o sogro chegou intimidando a todos parecendo uma mafioso alemão. Ao lado trazia dois homens grandes e fortes vestid
Na sala, enquanto conversavam calmamente apesar de toda a tensão, dava para ouvir os gritos de Guilherme e de Cecília. Era uma DR daquelas apesar da ausência de algo que poderia ser considerado um relacionamento amoroso.Por mais de uma vez Felipe quis ir até lá e tirar a filha daquele quarto, mas Catarina o impediu o lembrando das brigas deles no tempo de namoro.Isso o assustou ainda mais.- Eu espero que não tenho dito isso para me acalmar.- Deixa de ser velho, Felipe!- Gostaria que se lembrasse de uma coisa: como a gente acabava as nossas brigas?- Ah... Mais você não teve comigo nenhuma consideração. - Eu não me lembro disso não. Para mim eu sempre tive muita consideração com você. - Bobo!- Abriram a porta. Guilherme, onde está Cecília? - Estamos no sétimo andar, pai. Onde acha que ela está? No quarto. Só vim pegar água e alguma coisa doce. Ela sempre quer doce quando fica com raiva.- O que você fez, Guilherme?- Felip
Klaus havia preparado o café da manhã com a ajuda de Guilherme e Levy, perguntando se havia algo na escola importante. Não queria vê-los separados. A proposta era ficarem juntos o resto da semana. Ninguém os julgaria por isso e eles estavam começando a buscar um local para irem quando Felipe ligou.- Vamos para Cabo Frio? Cecília e Catarina passaram a noite acordadas. Elas não querem ficar aqui no Rio. Já liguei para os meus pais.- Por mim, tudo bem. Acredito que os meninos irão gostar, mas as mulheres aqui vontinuam dormindo.- Assim que elas acordarem me avisa. A intenção é almoçarmos lá. - Ligo assim que resolver.- Ok.Clarice acordou e foi ao banheiro lavar o rosto e pentear os cabelos. Percebeu as olheiras e quis disfarçar com maquiagem, mas achou que ficou ainda pior. Lavou novamente o rosto e foi ver Sophia que dormia enroladinha no meio da cama. Sorriu.- Minha princesinha. Mamãe lhe ama tanto.Na cozinha já havia havia um movimen
Quando se conheceram Clarice tinha dezoito, mas logo fez dezenove e Klaus não se sentia obrigado a se manter distante dela. Deixou evidente que estava longe, mas que eram namorados e ela se manteve a sua rotina de estudos quando ele se foi.Apesar do Paulo querer firmar um compromisso, Rebecca achava que aquilo tudo era exagero. Por mais que ela não quisesse que isso acontecesse, sentia que toda aquela pressão poderia trazer problemas futuros e o mandou seguir a sua vida como homem solteiro e sem amarras.- Tem certeza disso, Rebecca? Quer mesmo me deixar solto por aí? - Eu não vou colocar algemas em ninguém. - Algemas? Rebecca, essa analogia pode ser perigosa. Eu posso começar a imaginar...- Não imagine! Não imagine nada!- Eu quero beijar você agora.- Não faça isso! Não faça isso!- Sinto muito. Paulo a puxou e a beijou, colocando-a contra o armário da cozinha. Ele a abraçou e era difícil para ela se soltar dos braços dele.- Me be