Era a primeira noite que Jonathan passaria na casa de Elliot. Aliás, a primeira noite que passaria na casa de alguém que realmente gostava.Sentado no sofá, ele sentia suas mãos suarem de maneira irritante. Suas pernas se balançavam de maneira nervosa, e o barulho de seu all star preto batendo no chão de porcelana chamou a atenção de Elliot.O loiro estava na cozinha, e observou Jonathan, que parecia tenso de maneira repentina.Ele ainda não havia se acostumado com suas mudanças inesperadas, quando se via de uma pessoa tranquila e engraçada para alguém fechado e tenso em questão de segundos. Mesmo assim, isso não o causava irritação ou até mesmo o fazia se afastar.Pelo contrário, ele buscava fazê-lo se sentir seguro.Queria que ali fosse um espaço agradável, e que o moreno sentisse o quanto o mais velho se importa
A relação construída entre pais e filhos pode ser complicada.A construção de um relacionamento deve ter como base a confiança. Tanto para relacionamentos amorosos, quanto de amizades ou familiares. Uma criança, quando nasce, necessita de segurança. Precisa saber que aquele ser humano responsável irá prover tudo que for necessário para sua sobrevivência, prover amor, carinho, cuidado e respeito.Algumas famílias conseguem ter êxito em exercer sua função na hora de servir de alicerce no desenvolvimento de crianças e adolescentes, já outras, não cumprem sua função muito bem. Não por serem desleixados ou irresponsáveis. Muitas vezes, o reflexo de uma criação retrógrada e conservadora serve de base para as gerações futuras, gerando um ciclo infinito de pessoas que não conseguem lidar com os próprios sentimentos, não sabem expressá-los ou fazem questão de tão coisa.O bom e velho ensinamento a base de pancadas, gritos e humilhações está presente na maioria das famílias. E com Jonathan e El
Mesmo sendo de família rica e privilegiada, a vida de Elliot não foi tão fácil como alguém que o conhece superficialmente talvez possa imaginar.Sua criação foi extremamente regrada, sem qualquer tipo de liberdade para ter lazer ou algo que lhe proporcionasse prazer.Ele não havia se aprofundado com Jonathan sobre todos os detalhes que ainda o perturbavam após tanto tempo, mas mesmo assim, não foi necessário. O mais novo era uma pessoa extremamente sensível, e conseguia observar na expressão entristecida do loiro o quanto os assuntos sobre família mexiam com ele de maneira considerável.Era difícil saber que ele havia sofrido tanto, e para Jonathan era triste que tivessem isso em comum.Foram vivências diferentes, no entanto, ambos sentiam dificuldade de lidar com assuntos familiares.Jonathan se via perdido em um limbo, sem saber como lidar com a relação que deveria levar com seus próprios pais, mas, ao mesmo tempo, se sentia ingrato ao não ver que ele pelo menos tinha uma família.
“Algo me diz que você ia gostar tanto quanto eu.” Jonathan respondeu à provocação do mais velho, levando a mão até o pescoço de Elliot, a enfiando por baixo de sua blusa, arranhando suas costas.O loiro sentiu seu corpo arrepiar ao sentir as unhas de Jonathan cravadas em sua pele.Era incrível como um mínimo toque já era o suficiente para fazer seu corpo esquentar.“Seu toque é delicioso.” Elliot sussurrou delicadamente no ouvido do mais novo, que se contorceu ao sentir os lábios quentes do loiro tocarem sua orelha, a mordendo levemente.O mais velho desceu sua boca até o pescoço, mordendo suavemente sua pele arrepiada pelo contato quente.“Eu amo sentir sua boca em mim, Elliot.” O mais novo arfou ao sentir a suavidade com que a língua de Elliot percorria sua pele sensível.“Você é delicioso.” Elliot respondeu, completamente em transe pelo envolvimento de seus corpos.A conexão entre duas pessoas é construída e definida de muitas maneiras. Com Jonathan e Elliot, se deu início por meio
Elliot estava parado em frente ao seu computador já havia longos minutos. Estava completamente aéreo e sem qualquer ligação com a realidade, exibindo um sorriso fraco em seu rosto enquanto seus olhos se fixavam em um ponto aleatório da sala levemente iluminada. Ele recordava com carinho dos momentos que passara com Jonathan no final de semana.Ficaram juntos durante todo o tempo desde que saíram pela primeira vez, e a experiência que ele antes temia ser constrangedora ou até mesmo tediosa, por ser acostumado a estar sozinho, foi algo mais prazeroso do que ele poderia imaginar. Era quase assustador pensar que a sensação familiar e aconchegante é tão agradável, que ele temia vê-la como um vício ao sentir a constante necessidade de ter outros momentos assim com o mais novo.Há um tempo, seria difícil para ele se imaginar um dia construindo uma relaç&atil
Elliot voltou para a sua sala tentando esconder o sorriso largo que ocupou seu rosto após ouvir as palavras do mais novo. Se sentia como um adolescente novamente, com as borboletas ocupando seu estomago e o frio na barriga toda vez que encontrava o mais novo o observando com seus lindos olhos negros.Era uma sensação deliciosamente confusa, assustadora. Ele precisava conversar sobre Jonathan com alguém, expor as sensações avassaladoras que acometiam seu corpo todos os dias ao vê-lo surpreendentemente bem-arrumado, de maneira proposital.As roupas que ele usava fazia Elliot estremecer por completo. Era difícil lidar com alguém tão atraente que não tinha medo de abusar da sensualidade que exibia, ainda que de maneira elegante.Jonathan combinava suas roupas de maneira inteligente, sobrepondo tecidos e abusando da transparência sutil que deixava o loiro completamente louco ao vê-lo todas as manhãs.Seu hobby favorito era passar na sala de Elliot de maneira inocente e observar sua reação
Namorado. A palavra se repetiu na mente de Jonathan várias e várias vezes, e toda vez que ele dizia para si, com a voz baixa, sentindo medo, parecia irreal.O homem que ele desejou e admirou por tanto tempo, agora era seu namorado. E por mais que fosse ótimo sentir que seus desejos estavam se materializando através da vida perfeita que sempre imaginou, ele sentia um pouco de medo pelo fato de tudo estar indo tão bem.No fundo, as pessoas se acostumam com a quantidade exorbitante de problemas que surgem dia após dia, sentindo dificuldade ao permitirem que o mínimo de felicidade e satisfação se instale de maneira duradoura. Mesmo assim, ele não podia negar. Era mais do que havia imaginado um dia. E por mais que sua mente viciada em criar imagens de autossabotagem desejasse, ele tinha a confiança no pleno sentimento de Elliot.Suas ações e palavras de amor, ditas de maneira t&atild
Enquanto preparava o jantar que havia escolhido com tanto carinho, Jonathan ouviu seu celular tocar repetidamente. Acreditando não ser nada importante, continuou focado no que lhe interessava, até que perdeu a paciência ao perceber a quantidade de mensagens que estava recebendo.Para a sua surpresa, era Elliot entrando em contato. Logo, ele ficou preocupado, pensando que pudesse ter acontecido algo grave para que ele insistisse tanto em falar com ele de maneira tão rápida. Então ele discou o número do mais velho, torcendo para que ele atendesse quanto antes.Após alguns segundos chamando, o loiro finalmente atendeu, cessando todas as dúvidas de Jonathan sobre o seu contato.“O que ouve, Elliot? Está tudo bem?” o mais novo perguntou, se sentindo ligeiramente nervoso.“Não precisa se preocupar, meu bem. Só queria falar com você antes de eu embarcar.” Ele disse de maneira calma.“Embarcar? Como assim?” o moreno perguntou, curioso.“Vou precisar ir até a Paris resolver alguns problemas da