Os sentimentos confusos acompanharam Jonathan durante toda a sua vida. Por todo esse tempo, a única certeza que ele já teve foi sobre música. O grande e inabalável amor da sua vida, o que era imutável, independente de qualquer coisa que pudesse acontecer. No entanto, ele se via constantemente em situações onde precisava agir, ou ter algum tipo de escolha impossível a se fazer.Ao entrar na Empire, esperava que todas essas situações não o perseguissem, porém, na primeira semana, se viu desesperado para conseguir a aprovação de seu chefe absurdamente frio e arrogante, além de perceber que um dos maiores clientes da empresa tinha um interesse especial nele.O tempo não tornou tudo mais fácil ao perceber que seus sentimentos por Elliot haviam se intensificado de maneira consideravelmente assustadora. Mas por outro lado, sua relação com Harry parecia estável, pelo menos até agora.Toda a confusão que houve foi o suficiente para causar uma nova bagunça em sua mente, que se sobrecarregava co
No banheiro, Jonathan encarava o grande espelho à sua frente. Observava seu reflexo levemente distorcido, analisando sua imagem criticamente. Não sabia se estava satisfeito com o que via ou se suas ações eram tão condenáveis assim. Histórias de romances em escritórios, especialmente com chefes, eram comuns, mas Jonathan não se considerava como as outras pessoas. Sentia desconforto ao pensar que seu ato impensado poderia prejudicá-lo. Embora seu trabalho fosse a melhor coisa que já conquistara em sua vida, a forte atração entre duas pessoas adultas era difícil de ser contida quando ambos estavam livres para viver o que sentiam, apenas sendo impedidos pela hierarquia de uma empresa. Isso parecia antiquado para ele.Ele tentou afastar os pensamentos negativos que o consumiam, mas, nesse ponto, já deveria estar acostumado a perder o controle para sua ansiedade, que o enchia de pensamentos intrusivos e incômodos, criando cenários catastróficos que sequer existiam.Ainda ofegante, ele senti
Após saírem do trabalho, Eric e Jonathan enfrentaram um leve engarrafamento enquanto voltavam para casa. No caminho, Eric estava contando uma história antiga sobre um cliente problemático que tiveram, mas Jonathan estava completamente distraído, sua mente preocupada impedindo-o de se concentrar. Seu dia inteiro havia sido assim, e ele ainda não sabia como lidar com o que acontecera entre ele e Elliot. Ele se questionava se deveria conversar com Elliot, verificar a situação deles ou se teriam problemas para conviver depois disso. Mesmo que os indícios de que algo pudesse acontecer entre eles fossem poucos, a paranoia em sua mente tornava insuportável a espera para vê-lo novamente e discutir o que sentiam.Embora fosse óbvio que ambos compartilhavam sentimentos, nenhum deles havia discutido como seguir em frente ou se realmente existiria um “nós” entre eles. Por enquanto, Jonathan e Eric estavam passando a semana na casa de Hugo, que insistira muito para que eles se mudassem para seu ap
Ali, aguardando Elliot dizer suas palavras, Jonathan custou a acreditar que ele estava realmente presente. Era estranho vê-lo fora do trabalho, mas de um jeito agradável bom. Queria que fosse assim mais vezes e esperava ansioso que ele pensasse da mesma forma. Ver que ele se importou em procurá-lo pessoalmente foi uma grata surpresa, já que Jonathan sempre imaginava que significava menos para as pessoas do que dava extrema importância. Teria que se acostumar, afinal, Elliot não tinha o costume de tratar nada com simplicidade ou indiferença. Era uma pessoa intensa, que gostava de demonstrar através de ações e palavras o quanto cada um importava em sua vida. O mais difícil era encontrar alguém por quem ele se importasse de tal maneira.“Não tem problema algum,” ele sorriu. “Eu só queria conversar. Eu sei que as coisas foram corridas hoje e não tivemos mais tempo juntos.”“Que bom que quer conversar, eu senti necessidade disso o dia inteiro. Mas não quis te interromper, você parecia muit
Jonathan passeou com suas mãos por todo o corpo de Elliot, ansioso para conhecer cada detalhe em sua extremidade perfeitamente esculpida. Suas costas estavam completamente arranhadas, e seu pescoço exibia as marcas que registravam por onde a boca do mais velho havia passeado, chupando sua pele com toda a vontade que tinha. Por um momento, se esqueceram de que estavam na sala, já quase completamente despidos, até se darem conta de que Eric e Hugo poderiam voltar a qualquer momento.Uma vez que começavam a se tocar, era difícil controlar toda ansiedade que surgia para que explorassem mais e mais um do outro. Foram interrompidos ao ouvir o barulho da porta, e por sorte, já estavam completamente vestidos. Ao olharem em direção à porta, viram Eric e Hugo, completamente tímidos enquanto aguardavam olhando através da brecha.“Desculpa interromper vocês,” Eric falou, envergonhado. “É, estava muito frio lá fora,” Hugo completou, aquecendo suas mãos uma na outra. Ambos sorriam ao ver os braços
Pode-se dizer que o apartamento de Hugo acordou especialmente animado na sexta-feira. Tomaram um café da manhã longo e demorado, sem precisar se preocupar com o horário para pegar o transporte público. Jonathan pôde tomar banho sem que Eric o apressasse o tempo todo, se arrumando com calma e tranquilidade. O dia havia começado ótimo, e a expectativa era que a noite fosse igualmente boa.Hugo e Eric estavam eufóricos por não precisarem trabalhar na sexta-feira, o que definitivamente os fez gostar ainda mais de Elliot do que antes. Animados, decidiram acompanhar Jonathan em sua missão de encontrar algo que gostasse. No entanto, sabiam que essa tarefa poderia ser cansativa. Portanto, planejaram aproveitar ao máximo o dia e decidiram almoçar antes de experimentar todas as roupas de todas as lojas possíveis.Durante o almoço, Jonathan ficou entretido mexendo no celular. Seus dias se resumiam a olhar o feed das redes sociais e trocar mensagens quentes com Elliot. Era perceptível como ele fi
O telefone vibrava em sua mão, e ele encarava o aparelho, sentindo-se nervoso sem sequer identificar os possíveis motivos. Em sua mente, surgiu a imagem de Elliot possivelmente decepcionado por vê-lo encontrar Harry pelas costas. Mesmo sabendo que não estava fazendo nada de errado, ele não queria magoá-lo. No entanto, ele precisava agir de acordo com suas próprias convicções. Nunca agira pensando em outra pessoa, e não começaria a ser submisso agora apenas por gostar de Elliot.Para Jonathan, era crucial manter sua individualidade e seus valores, independentemente do que alguém pudesse pensar sobre suas ações, e mesmo que estivesse em um relacionamento. Ele tinha sua própria personalidade, ideias e valores, que não seriam ignorados apenas para agradar outra pessoa. Sabia que não seria uma situação simples de contornar, mas sentia que valia a pena tentar. Ele pensou nisso como se fosse um problema em sua própria família, com um irmão ou primo que precisasse de ajuda, e imaginou que gos
É difícil entender por que coisas-ruins acontecem com pessoas boas. Talvez não exista um motivo; seja apenas o destino cuidando para que tudo aconteça da maneira que deve acontecer. Alguns acreditam em carma, outros em castigo divino. Jonathan pensava que a vida era imprevisível e que, por melhor que você seja em suas ações e com as pessoas ao seu redor, nunca pode se dar por convencido ao imaginar que nada de ruim vai atingi-lo.Seus pensamentos podem parecer macabros e pessimistas, mas era o que ele via diariamente: pessoas sofrendo após serem boas durante a vida, adoecendo e morrendo de maneira trágica, às vezes sem nem poder aproveitar tudo o que a vida pode oferecer de melhor.Ao mesmo tempo, ele acreditava firmemente que tudo o que se faz, se colhe depois, sejam ações boas ou ruins. Uma hora a conta chega. Para todos. Conversando com Harry, ele conseguiu ver de maneira clara que toda a história possui dois lados, assim como as duas faces expostas de um baralho.Era frustrante, d