(Leandro)Eu já acordei imaginando o que a Letícia iria aprontar, afinal ela sempre dava um jeito de se infiltrar na minha cabeça de alguma forma, me obrigando a aceitar a presença dela na minha vida.Na noite anterior não foi nada fácil vencer a carne mais uma vez, o meu pênis demorou a amolecer, e estava sendo cada vez mais difícil comandar o meu corpo, e nem a oração estava mais servindo.Não estava mais existindo espaço pra pensamentos santificados, tudo em mim era pecado, e as palavras dela afirmando que eu estava sendo fiel a algo que eu não nasci pra ser, reverberou na minha mente.Eu fiz a minha higiene matinal, tomei o meu bom e velho café, coloquei a minha batina e tentei seguir com a minha rotina, mesmo sabendo que eu estava sendo um grande hipócrita, falando das coisas de Deus, e fazendo exatamente o que ele abominava.Por incrível que pareça, o dia passou e a Letícia não apareceu pra me atormentar, e das vezes que eu saí na rua, eu não a vi, o que era bem estranho. Não s
(Letícia)O cara bem na minha frente parecia ser mais jovem do que eu, porém era bonito, malhado, mas não tinha tanto corpo quanto o Leandro.Ele estava conversando com mais dois caras, mas os outros não eram tão bonitos. Eu caminhei em direção a ele, e não demorou muito pra ele notar minha presença, ele cochichou algo pros outros caras e os três ficaram babando enquanto eu chegava mais perto.O fato deles babarem não era nenhuma novidade pra mim, esse era o efeito que eu causava nos homens.— Oi? Os cumprimentei com um sorriso inocente no rosto, enquanto ele olhava pros meus peitos, os outros dois esticaram o pescoço pra olhar pra minha bunda.— Eu me chamo Letícia, eu cheguei a alguns dias na cidade, mas não conheci ninguém ainda.— Oi, eu me chamo André, e esses são o Thiago e o Félix.Eu dei um beijinho no rosto dos três.— Muito prazer!André: O prazer é todo nosso! Eu fiz contato visual com ele, e os outros dois perceberam que estavam sobrando, pois eu fiz questão de demonstra
(Leandro)O sorriso de vitória logo sumiu do meu rosto, eu comecei a cortar os legumes enquanto lembrava da língua do André entrando na boca da Letícia e no quanto ela estava gostando daquilo tudo.— Ai inferno!Gritei ao cortar o meu dedo.Eu corri pra pia e coloquei o dedo de baixo da água e depois fui até o quarto fazer um curativo.Eu não queria admitir pra mim mesmo que tudo o que eu estava sentido era ciúmes, pois eu achava impossível que alguém que eu conhecia a apenas alguns dias, fosse tomar conta do meu coração de forma tão repentina. Eu sempre falei em meus sermões sobre os desejos da carne, eu tinha o dever e a obrigação de fugir desses encantos, mas eu já não tinha tanta certeza que eu queria fugir.A verdade era que as minhas atitudes demonstravam o quão fraco eu estava e que talvez eu devesse mesmo buscar ajuda, mas se eu fizesse realmente isso, eu iria ter que me afastar das minhas funções por um tempo, e recuperar a minha comunhão com Deus.Eu já tinha cometido tanto
Quando a missa acabou, eu falei com todos, abençoei um por um e cada um foi pra suas casas, inclusive a Letícia e o novo namoradinho dela.Eu fui pra casa preocupado com a Santa Missa, pois ela iria acontecer no sábado, e eu teria que abençoar a hóstia e as entregar, mas eu não poderia fazer isso estando em pecado, isso seria uma afronta a Deus, e por mais que eu não tivesse chegado as vias de fato, a minha mente estava pecaminosa. Eu já não estava nem raciocinando mais com clareza, eu estava demonstrando o meu desagrado diante de todo mundo, e faltava bem pouco pras pessoas começarem a desconfiar.— O que eu estou fazendo com a minha vida?Eu tomei um banho, me vesti, escovei os meus dentes e depois fui comer, eu fiz um copo de vitamina, preparei um sanduíche e fui pra cadeira de balanço no quintal, mas antes que eu pudesse dar a primeira mordida no sanduíche ou beber um gole da vitamina, eu ouvi o som da cerca se abrindo e virei a cabeça imediatamente. Já era de se esperar que a
(Letícia)Se tem uma coisa que a vida me ensinou, foi escapar ilesa dos problemas em que eu me metia, e o Leandro havia acabado de criar um pra mim.Quando a minha mãe entrou em casa, ela pegou um cipó que estava perto do sofá e eu já sabia qual era a intenção dela.Todos nós temos algo do qual nos envergonhamos ou nos arrependemos, inclusive a minha mãe, e eu sabia onde o calo dela apertava.Ela esperava que eu fosse correr e me trancar no quarto como da última vez, mas eu me mantive imóvel, esperando ela dar passos sofridos em minha direção, mas antes que ela me alcançasse, eu usei o que eu tinha de melhor, a manipulação. — Antes que a senhora venha me bater, eu quero lembrá-la de três coisas, a primeira é que você não me criou, não trocou minhas fraldas, não me levou na escola, não fez nada que uma mãe deveria fazer por uma filha, então você não tem direito nenhum de me bater, segundo que você me deixou pra trás pra curtir a sua vida, e com certeza nessa curtição toda você fez co
Depois de ter sido interrogada e humilhada na frente de todos, o que me restou foi pedir desculpas na força do ódio pro bendito padre. No fim da missa o Leandro foi falar com as pessoas e eu saí junto com a minha mãe e o André, ela estava fugindo do padre.Mãe: Desde que você chegou aqui, eu não tive mais paz Letícia, todo dia você arruma um jeito de me constranger, custava ficar em casa já que estava atrasada?Eu preferi ficar calada, afinal eu estava esgotada de tanto bater boca com ela.O André me deu um beijo no rosto, na tentativa de sustentar a história de sermos apenas amigos e foi embora, e a minha mãe foi fofocar com a vizinha. Eu entrei em casa, jantei, escovei os dentes, depois tirei a roupa de Santa e coloquei a roupa do demônio, passei um batom nos lábios e saí de fininho enquanto a minha mãe estava de costas.Eu fui fazer o padre pagar a mal criação dele, mas o que eu achei foi um homem sexy, e com o olhar hipnotizado no meu corpo. Eu fui atrás dele pra tirar satisfaç
(Leandro)Eu fiquei olhando os pedaços da Nossa Senhora no chão do meu quarto e me ajoelhei em meio a eles.— Me perdoe minha mãe, eu só não sei o que fazer pra me livrar desse sentimento que está começando a nascer dentro de mim, e ele cresce sem controle, ao ponto de manipular minhas atitudes, a ponto de me fazer pecar e eu estou me sentindo o pior dos pecadores, e agora eu terei que lidar com as consequências dos meus atos de forma vergonhosa e isso me trará grandes sofrimentos. Eu deixei algumas lágrimas caírem, eu sempre levei muito a sério o meu relacionamento com as coisas de Deus, eu jamais pensei em agir em discordância com aquilo que Ele entregou a mim. Eu levantei do chão, caminhei até a área de serviço, peguei a pá e a vassoura e foi recolher os restos da Santa.Aquilo doeu na minha alma.Eu havia ganhado a Santa da minha mãe antes dela morrer em um trágico acidente de carro, deixando pra trás uma mansão e uma riqueza que nunca preencheu o meu coração, algo que eu havia
(Letícia)Voltar pra casa da minha mãe foi ainda mais difícil, a minha vontade era de pegar um taxi, ir pro aeroporto e ligar pro meu pai comprar uma passagens de emergência, eu não entendia como eu havia me deixado levar por algo tão sem noção como aquilo. — Se apaixonar por um padre? É sério Letícia? O que você esperava? Que ele fosse abandonar tudo por você?Falei pra mim mesma enquanto caminhava em direção a casa da minha mãe.Toda a minha marra, toda a minha auto confiança e autoestima haviam evaporado.— Eu me arreganhei todinha pra ele pra nada!Mãe: Você fez o quê Letícia?Eu dei um pulo enorme quando ouvi a voz da minha mãe atrás de mim, ela parecia uma alma, sempre estava surgindo do nada.— Ai mãe, que susto!Mãe: Você se arreganhou todinha pra quem?O olhar dela era ameaçador, e eu não sabia o que falar pra sair dessa saia justa.— Eu não falei isso mãe, a senhora tá ouvindo coisa, vamos entrar, já está tarde.Mãe: Exatamente por isso que eu ainda estou na rua, eu estava