Capítulo 122
— Beba, se quiser. — Sussurrou Isabela, depositando o copo de água na mesa ao lado.

Mergulhado em seu próprio silêncio, Sandro permaneceu imóvel. No fundo da alma, já sentia falta de contemplá-la adormecida, com aquela serenidade que sempre o encantava.

— Aceito sim. — Respondeu ele com voz rouca, sentindo a garganta em brasas.

Com gestos delicados, Isabela tomou o copo nas mãos e aproximou o canudo dos lábios dele. Gole após gole, Sandro bebeu vagarosamente, como quem degustava um conforto há muito esquecido. O alívio veio, ainda que modesto.

— Meu rosto... Está estranho, não está? — Indagou ele, com olhos que imploravam ajuda. — Você poderia limpá-lo para mim?

Embora já tivessem tratado os cortes na testa, restavam ainda marcas de sangue e do medicamento. Ver-se naquele estado lamentável era uma raridade para ele. Movida por compaixão diante do paciente fragilizado, ela não resistiu.

— Não tem toalha nem bacia aqui no quarto para fazer isso direito. — Explicou ela, já se encaminhando
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