CLAIREDepois do ataque da noite anterior, a sensação de segurança que eu tentava manter para Gabriel foi profundamente abalada. A presença de Juliette não era mais uma ameaça abstrata; ela havia se tornado muito real, como uma sombra que se recusava a desaparecer. Enquanto Lucas e eu discutíamos como fortalecer nossa proteção, Emma ligou com uma novidade que poderia mudar o jogo.— Claire, o jornalista conseguiu revisar parte dos documentos. Ele encontrou provas concretas de evasão fiscal e suborno, além de indícios de que Juliette está envolvida em um esquema de lavagem de dinheiro. Ele quer uma entrevista exclusiva para conectar os pontos — disse Emma, sua voz carregada de empolgação, mas também de cautela.— Isso é uma ótima notícia, Emma. Mas como vamos garantir que Juliette não interfira antes da publicação? — perguntei, tentando manter o foco.— Ele sugeriu fazer uma transmissão ao vivo, algo que não possa ser censurado ou interrompido. Mas isso significa que precisamos planeja
CLAIREA agitação na mansão de Lucas era palpável. Depois dos eventos explosivos da noite anterior, mal consegui pregar os olhos. Minha mente estava sobrecarregada, revirando cada detalhe do que Juliette dissera durante a entrevista. Algo não fazia sentido, algo estava fora do lugar, e eu sabia que precisava descobrir o que era.Lucas, por outro lado, estava focado em outra frente. Seus contatos na máfia haviam trazido informações preocupantes: Juliette não estava agindo sozinha. Ela tinha aliados, pessoas influentes que a apoiavam e financiavam suas ações. Ele sabia que a luta seria longa e perigosa.— Claire, precisamos falar — disse Lucas, entrando no quarto sem cerimônia. Ele estava com o semblante tenso, mas seus olhos suavizaram ao me encontrar sentada na beira da cama, com uma xícara de chá nas mãos. — Temos um problema maior do que imaginávamos.Ergui os olhos para ele, tentando mascarar o cansaço no meu rosto.— Eu sei. Juliette não está sozinha. Vi isso nos olhos dela. Há al
CLAIREEnquanto descíamos para verificar a invasão, meu coração disparava. A mansão de Lucas, que sempre pareceu um lugar intransponível, agora não era mais um santuário. Eu não sabia o que encontraríamos lá embaixo, mas tinha certeza de que isso era apenas o começo de algo maior.Lucas caminhava ao meu lado, os passos rápidos e determinados. Mesmo naquele momento tenso, ele exalava controle. Em contraste, minha mente estava um turbilhão. Não conseguia deixar de pensar em Juliette, "Os Invisíveis" e a forma como nossa relação parecia um alvo constante.Ao chegarmos à entrada principal, um dos seguranças veio correndo. Ele parecia ofegante, mas sua postura ainda era firme.— Senhor Donovan, encontramos dois intrusos. Eles estão presos no galpão da parte norte. Nenhum deles está armado.Lucas assentiu, seus olhos se estreitando.— Vamos interrogá-los imediatamente. Certifiquem-se de que estão contidos e que ninguém mais tenha acessado a propriedade.Olhei para ele, hesitante.— Lucas, i
CLAIREEu observo Lucas enquanto ele organiza os papéis espalhados pela mesa de jantar. O olhar dele está focado, mas o franzir de suas sobrancelhas denuncia o peso das preocupações. Desde que descobrimos o envolvimento de Ricardo na sabotagem, nosso mundo virou de cabeça para baixo.— Alguma novidade? — pergunto, tentando manter a calma, mas a ansiedade cresce dentro de mim como um vulcão prestes a entrar em erupção.Ele levanta o olhar, os olhos intensos, como se buscassem o conforto que só eu posso oferecer.— Ainda não. Minha equipe está investigando, mas Ricardo é mais esperto do que eu imaginava. Cada vez que chegamos perto de uma pista sólida, ela desaparece como fumaça — responde ele, frustrado.Decido mudar o foco, mesmo que por um momento. A tensão entre nós tem sido tão palpável que chega a ser sufocante. Aproximo-me, sentando ao lado dele, e coloco minha mão sobre a sua.— Precisamos de um momento para respirar, Lucas. Isso está nos consumindo — digo, minha voz suave, mas
CLAIREA manhã seguinte chegou envolta em uma atmosfera de incerteza. Lucas estava ao telefone logo cedo, discutindo os próximos passos com sua equipe. Eu o observava da cozinha, enquanto preparava café, sentindo o peso do que havíamos enfrentado na noite anterior ainda pairar sobre nós.Meu olhar se desviou para a janela, onde o jardim, banhado pela luz do sol, parecia um contraste cruel com o caos que agora fazia parte da nossa realidade. Enzo entrou na sala, trazendo consigo a gravidade de quem tinha más notícias.— Precisamos conversar — ele disse, olhando para Lucas.Lucas desligou o telefone e assentiu, indicando que Enzo continuasse.— Recebemos informações de que Ricardo está planejando algo grande. Ele não vai parar no ataque de ontem. Isso foi só o começo — Enzo afirmou, sua voz carregada de preocupação.Lucas respirou fundo, esfregando a mão no rosto. Eu sabia que ele estava tentando processar tudo, mas também que cada novo detalhe parecia colocar mais peso sobre seus ombro
A manhã começou com um ar de inquietação. Apesar das medidas de segurança intensificadas, a sensação de perigo parecia palpável em cada canto da casa. Lucas estava na sala de reuniões, discutindo estratégias com sua equipe, enquanto eu tentava me concentrar em um projeto para a academia de dança.Mas minha mente não conseguia se desvencilhar do bilhete ameaçador que Ricardo havia deixado. A mensagem ecoava em minha cabeça, um lembrete constante de que estávamos sendo observados, perseguidos. A ideia de que ele poderia nos atingir a qualquer momento era sufocante.Lucas saiu da reunião parecendo ainda mais determinado. Ele se aproximou, passando uma mão pelo meu ombro.— Preciso que você fique aqui hoje. Enzo e mais dois homens vão te acompanhar para onde quer que vá, mas quero que evite sair, se possível — ele disse, sua voz firme, mas carregada de preocupação.— Lucas, não posso me esconder para sempre. Tenho uma vida, e Ricardo não vai tirá-la de mim — rebati, tentando soar mais con
CLAIREA tensão dentro da mansão parecia ter atingido seu ponto máximo. Após a revelação da carta de minha mãe, Lucas imediatamente começou a rastrear os nomes mencionados. A possibilidade de contar com aliados inesperados trouxe uma nova energia ao ambiente, mas também aumentou a urgência. Ricardo não esperaria, e sabíamos disso.Lucas estava no escritório, cercado de papéis e mapas. Seu rosto estava marcado pela concentração. Eu o observava da porta, admirando sua determinação, mas também preocupada com o peso que ele carregava.— Alguma novidade? — perguntei, entrando devagar.Ele levantou os olhos para mim, sua expressão suavizando por um breve momento.— Dois dos nomes mencionados na carta ainda estão na cidade. Enzo está verificando os outros. Parece que sua mãe sabia mais sobre esse mundo do que imaginávamos — disse ele, gesticulando para que eu me aproximasse.Sentei-me ao seu lado, olhando os papéis sobre a mesa. Um dos nomes me chamou a atenção.— Giovanni Mancini... Esse no
CLAIREA manhã seguinte começou com uma tensão palpável na mansão. O sol mal havia surgido no horizonte, mas Lucas já estava de pé, coordenando sua equipe. Os dias se tornaram uma rotina exaustiva de planejamento e antecipação, e eu podia sentir o peso disso em seus ombros.Enquanto ele conferia relatórios no escritório, decidi fazer algo que pudesse aliviar um pouco da tensão. Preparei um café da manhã simples, mas com toques especiais: as frutas que ele mais gostava, pão fresco, e uma xícara do café forte que ele sempre pedia. Levei a bandeja até o escritório e bati suavemente na porta antes de entrar.— Pensei que poderia precisar de uma pausa — disse, colocando a bandeja na mesa ao lado dele.Lucas levantou os olhos do monitor, e um sorriso cansado apareceu em seus lábios.— Você é um anjo, Claire. Não sei como consegue pensar nessas coisas em meio a toda essa confusão.Sentei-me na cadeira ao lado, observando enquanto ele tomava um gole do café. Sua expressão suavizou, e por um m