CLAIREOs meses que se seguiram ao nascimento de Gabriel foram cheios de alegria e desafios. Lucas e eu estávamos mais unidos do que nunca, enfrentando juntos as dificuldades da paternidade. No entanto, a sombra de Isabella ainda pairava sobre nós, mesmo que de forma sutil.Uma tarde, enquanto estava em casa cuidando de Gabriel, recebi uma mensagem anônima no meu celular. Abri a mensagem e, para minha surpresa, eram fotos de Lucas e Isabella juntos em um café. Meu coração disparou. As fotos mostravam os dois conversando de forma íntima, e uma delas parecia capturar um momento em que Isabella tocava o braço de Lucas de maneira carinhosa.Senti uma onda de emoções me dominar: raiva, tristeza, traição. Não sabia o que pensar. Lucas tinha me assegurado que Isabella não significava nada para ele, mas essas fotos contavam uma história diferente.LUCASNaquela mesma tarde, Isabella havia me enviado uma mensagem pedindo para nos encontrarmos novamente. Relutante, mas querendo resolver qualque
CLAIRECom a chegada de Gabriel e a rotina estabelecida, decidi retomar meus planos de abrir uma academia de dança. Minha paixão pela dança sempre foi uma parte fundamental de mim, e queria compartilhar essa paixão com outras pessoas. Lucas apoiou minha decisão e começou a me ajudar a planejar os detalhes.Durante esse processo, reencontrei um velho amigo de infância, Rafael. Rafael e eu crescemos juntos, compartilhando a mesma paixão pela dança. Ele sempre me apoiou e me incentivou a seguir meus sonhos. Quando nos reencontramos, ele estava entusiasmado em me ajudar com a academia.Começamos a passar muito tempo juntos, discutindo planos e ideias para a academia. Nossa amizade era forte e natural, mas percebi que Lucas estava começando a ficar desconfortável com a proximidade entre Rafael e eu.LUCASÀ medida que Claire se envolvia cada vez mais com Rafael na preparação da academia de dança, comecei a sentir uma pontada de ciúmes. Sabia que eles eram amigos de longa data, mas a proxim
CLAIREA abertura oficial da academia de dança foi um sonho tornado realidade. As paredes, pintadas de um tom suave de azul, refletiam a serenidade que eu desejava para o espaço. Os espelhos alinhados em uma das laterais da sala amplificavam a luz natural que entrava pelas janelas amplas. Eu podia sentir a energia positiva daquele lugar, mas, ao mesmo tempo, não podia ignorar a ansiedade que se escondia por trás do meu sorriso.Os primeiros dias foram emocionantes, mas também desafiadores. O número de alunos inscritos não era tão alto quanto eu esperava, e a notícia de que um novo estúdio de dança havia aberto na região rapidamente chegou aos meus ouvidos. A concorrência era inevitável, mas eu não podia deixar de sentir uma pontada de preocupação. Enquanto Rafael e eu analisávamos estratégias para atrair mais alunos, percebi que Lucas estava cada vez mais ausente das discussões. Sua ajuda inicial havia sido crucial, mas agora ele parecia distante, preso em seus pensamentos.Uma noite,
CLAIREA academia florescia a olhos vistos. Cada aula trazia novos desafios, mas também reafirmava o motivo de eu ter escolhido esse caminho. O espetáculo "Dançando Sonhos" estava se aproximando, e a energia no estúdio era eletrizante. Rafael e Amanda haviam se tornado peças fundamentais para o sucesso do evento, enquanto eu tentava equilibrar minha atenção entre a academia, Gabriel e Lucas.Mas nem tudo eram flores. Lucas e eu continuávamos a enfrentar as consequências de nossas escolhas individuais. Apesar de ele ter decidido aceitar o projeto de consultoria, percebia que o trabalho estava consumindo boa parte de seu tempo e energia. As conversas que antes fluíam com facilidade agora pareciam forçadas, como se ambos estivéssemos evitando algo mais profundo.Uma noite, enquanto ensaiava sozinha no estúdio, Rafael entrou carregando um notebook. Ele parecia animado.— Claire, preciso te mostrar isso – disse, apontando para a tela. — Amanda e eu trabalhamos em um conceito visual para o
CLAIREA vida é um jogo de equilíbrio, pensei, enquanto observava Gabriel correr pela sala com seu dinossauro de brinquedo favorito. O riso dele iluminava o ambiente, mas minha mente estava a mil. O espetáculo "Dançando Sonhos" estava a poucos dias de acontecer, e eu ainda não havia terminado de ajustar os detalhes. Entre os ensaios finais e as preocupações sobre o impacto disso no meu casamento, comecei a questionar se estava realmente no controle.Lucas entrou na sala com duas xícaras de chá e um sorriso tranquilo que contrastava com minha inquietação.— Aqui está, para você relaxar um pouco – disse ele, entregando-me a xícara.Sorri em resposta, mas algo em mim não conseguia se entregar àquele momento de paz. Sentia que havia uma desconexão entre nós, como duas linhas paralelas que nunca se encontram. Apesar de todo o esforço de Lucas para se reaproximar, algo ainda faltava.Naquela noite, enquanto revia as coreografias, Amanda me chamou a atenção.— Claire, você precisa descansar.
CLAIREA academia de dança finalmente estava estabilizada. O fluxo de alunos crescia, os espetáculos eram bem recebidos, e a equipe estava em harmonia. Mas, ao mesmo tempo, algo parecia escapar pelas frestas da minha vida. Apesar de todos os nossos avanços, Lucas e eu ainda enfrentávamos dificuldades em ajustar nossos papéis dentro da dinâmica familiar.Gabriel, nosso filho, estava cada vez mais atento ao que acontecia ao seu redor. Ele começava a fazer perguntas que nem sempre eram fáceis de responder. Uma tarde, enquanto eu tentava ajudar com sua lição de casa, ele me encarou com uma seriedade que não combinava com seus sete anos.— Mamãe, por que você e o papai sempre discutem quando estão sozinhos?Minha respiração ficou presa por um momento. Como explicar a uma criança que, embora o amor ainda estivesse lá, as circunstâncias eram mais complicadas do que ele podia entender? Decidi que a honestidade seria a melhor escolha.— Gabriel, papai e eu nos amamos muito, mas às vezes os adu
CLAIREAs semanas que se seguiram foram marcadas por um tipo de calmaria que há muito não experimentávamos. Não era apenas a ausência de conflitos, mas um novo tipo de equilíbrio que Lucas e eu havíamos construído juntos. A terapia continuava, mas agora não apenas como um espaço para tratar feridas antigas, mas também para fortalecer nosso entendimento e respeito um pelo outro.Gabriel parecia absorver essa mudança de energia em nossa casa. Sua curiosidade natural o levou a questionar mais sobre meu trabalho na academia e sobre os projetos de Lucas. Percebi que ele também estava aprendendo com o exemplo, vendo que mesmo os adultos podem cometer erros, mas que também podem trabalhar para consertá-los.Uma noite, enquanto eu revisava algumas coreografias para uma apresentação especial na academia, Gabriel se aproximou.— Mamãe, posso ajudar? — ele perguntou, com um brilho nos olhos.Surpresa, mas feliz com sua iniciativa, entreguei a ele um bloquinho para fazer anotações enquanto eu exp
CLAIREA vida finalmente parecia estar entrando nos eixos. Com a academia estabilizada e nossa família em sintonia, começamos a sonhar novamente, algo que parecia distante há alguns meses. Um dia, durante o café da manhã, Lucas sugeriu:— E se tirássemos umas férias no final do ano? Algo para comemorar tudo que conquistamos.Olhei para ele, surpresa, mas animada com a ideia.— Isso seria maravilhoso! Gabriel adoraria. Talvez possamos ir à praia ou explorar um lugar novo.Gabriel, que estava saboreando seu cereal, ergueu os olhos com entusiasmo.— Quero ir para um lugar com piscina! E sorvete!Rimos juntos, e a ideia de planejar uma viagem nos deu uma nova energia. Além disso, percebi que esses momentos de descontração eram essenciais para manter nosso equilíbrio emocional.Enquanto Gabriel corria para pegar seus brinquedos, Lucas continuou:— Pensei em algo que seja relaxante, mas também divertido para todos. Você sabe, algo que nos conecte ainda mais como família.— Concordo completa