LUCASA notícia caiu como uma bomba. Todo o esforço em manter nossa relação fora dos holofotes havia sido em vão, e agora Claire estava exposta de uma forma que nunca imaginei. Aquilo não era um simples ataque contra mim; eles sabiam o quanto ela significava para mim e usaram isso para me enfraquecer.Claire ficou em silêncio por um longo tempo, olhando para o celular com os olhos brilhando de lágrimas contidas. Ela sempre soube que o relacionamento conosco traria desafios, mas enfrentar a exposição pública daquela maneira era algo que ela não esperava.— Claire... — chamei, minha voz baixa, tentando alcançar sua mão.Ela finalmente ergueu o olhar, a dor evidente em seu rosto.— Eu sabia que poderia haver problemas, Lucas, mas não imaginava que chegariam a esse ponto — disse, a voz embargada. — Nunca quis que minha vida fosse exposta dessa forma. Nunca quis que meu passado fosse usado contra nós.O peso da culpa me atingiu em cheio. Eu deveria ter protegido melhor Claire, ter previsto
LUCASA carta do Conselho queimava em minhas mãos como um aviso definitivo. Cada palavra estava cuidadosamente escolhida para soar formal e imparcial, mas era evidente que a intenção era clara: queriam minha cabeça. Minha primeira reação foi de raiva, mas logo essa emoção foi substituída por uma determinação fria. Eles não iriam me vencer assim tão facilmente.Voltei ao meu escritório, respirando fundo para controlar o turbilhão de emoções que me consumia. Sabia que a única maneira de sair dessa situação era com um plano sólido e uma estratégia infalível. Precisava de aliados. E, mais do que isso, precisava de provas — evidências de que tudo aquilo não passava de uma armação, de uma tentativa desesperada de meu pai para se manter no controle.Passei o restante da manhã em ligações discretas, contatando pessoas influentes na empresa e fora dela. Sabia que alguns dos diretores poderiam estar de meu lado, especialmente aqueles que já haviam se mostrado desconfortáveis com a liderança con
LUCASA sala do Conselho estava mais cheia que o habitual, cada membro sentado com uma expressão tensa e expectante. O ar estava carregado, e o silêncio era quase ensurdecedor. Todos sabiam que aquela reunião era decisiva. Assim que entrei, senti os olhares de cada um sobre mim, avaliando, esperando minha reação. Meu pai, sentado na extremidade da longa mesa, mantinha uma expressão impassível, mas eu conseguia perceber a satisfação oculta por trás de seus olhos calculistas. Ele acreditava que aquela era a última jogada, o xeque-mate.Com Claire ao meu lado, dei um passo à frente e respirei fundo, sentindo a energia dela me fortalecer. Eu tinha as provas necessárias para desmascarar meu pai, e estava preparado para enfrentar qualquer retaliação.— Obrigado por terem vindo — comecei, minha voz ressoando pela sala. — Imagino que todos já sabem o motivo dessa reunião. Então, serei direto. Nos últimos meses, tenho enfrentado ataques pessoais e profissionais, rumores que questionam minha ca
LUCASO silêncio na sala do Conselho era ensurdecedor. Minhas palavras ainda ecoavam, e eu podia sentir a tensão em cada rosto à mesa. Meu pai manteve sua expressão impassível, mas a leve contração em sua mandíbula denunciava sua irritação. Eu sabia que tinha mexido em algo profundo, e isso era apenas o começo.— Lucas, suas acusações são sérias — começou um dos diretores, o senhor Almeida, tentando soar neutro. — No entanto, estamos aqui para discutir sua capacidade de liderar, não para resolver conflitos pessoais.Respirei fundo, mantendo o tom controlado.— Concordo, senhor Almeida. E é exatamente por isso que estou trazendo isso à tona. O Conselho precisa entender que, enquanto vocês se deixam influenciar por rumores e jogadas pessoais, a empresa está perdendo foco. Se não conseguimos resolver isso internamente, o impacto será devastador.Os murmúrios começaram novamente, mas desta vez, o senhor Almeida se inclinou para frente, interessado.— E o que você sugere, Lucas?Antes que
Houve um momento de silêncio enquanto os membros do Conselho examinavam os relatórios. A sala parecia sufocante, com a tensão quase palpável. Claire se mantinha ao meu lado, calma e atenta, como sempre. Eu podia sentir seu apoio, mesmo sem palavras. Seu olhar era firme e seguro, e o jeito como ela se posicionava ao meu lado me dava a confiança necessária para seguir em frente. Às vezes, a presença de alguém é mais valiosa do que qualquer palavra de encorajamento.— Estes números são impressionantes — comentou a diretora Sílvia, ajustando os óculos enquanto folheava as páginas. — Não há como negar que houve progresso significativo.Outros diretores começaram a murmurar em concordância, mas eu sabia que isso não seria suficiente para convencer a todos. Meu pai permanecia impassível, observando o desenrolar da situação como um jogador de xadrez avaliando o próximo movimento. Ele estava em silêncio, mas eu podia ver o cálculo em seus olhos. Ele nunca se deixava enganar por números frios;
LUCASA tensão na sala parecia aumentar à medida que as palavras do meu pai pairavam no ar. Os membros do Conselho trocavam olhares discretos, claramente divididos entre o progresso inegável e as dúvidas plantadas pelas palavras cuidadosamente escolhidas dele. Eu sabia que este era o momento decisivo. Não bastava mostrar os resultados; era necessário enfrentar a questão implícita que todos estavam pensando, mas ninguém ousava dizer em voz alta.Meu pai se inclinou levemente para frente, colocando as mãos sobre a mesa com um ar de superioridade.— Lucas, não estou questionando sua competência financeira, mas sim se a sua liderança reflete os valores que esta empresa sempre defendeu. A conexão entre a sua vida pessoal e profissional... não pode ser ignorada.A referência indireta a Claire era clara. Ele estava jogando baixo, tentando usar nosso relacionamento como arma para me desestabilizar.— A minha vida pessoal nunca interferiu na minha gestão da empresa — rebati, mantendo a voz fir
LUCASO silêncio que se seguiu à reunião era quase tão ensurdecedor quanto a tensão que preenchera a sala minutos antes. Eu caminhei em direção ao meu escritório, sentindo cada passo mais pesado do que o anterior. Claire me seguia de perto, mas não disse nada, respeitando o turbilhão de pensamentos que certamente percebia em mim.Ao fechar a porta atrás de nós, finalmente deixei escapar um suspiro longo, como se estivesse segurando o peso do mundo nos ombros.— Eles estão determinados a me derrubar, Claire. Especialmente meu pai — comentei, esfregando o rosto com as mãos.Claire, sempre calma e centrada, se aproximou e colocou uma mão reconfortante no meu ombro.— Eles não têm argumentos sólidos contra você, Lucas. Tudo o que têm são insinuações e rumores. Você apresentou os fatos, e ninguém pode negar os resultados.Olhei para ela, e por um momento, senti a segurança que sempre encontrava em sua presença. No entanto, havia algo diferente em seus olhos, uma hesitação que raramente via
LUCASO dia parecia interminável. As palavras de Claire, tão simples e rápidas, ecoavam na minha mente. "Nada." Mas o tom de sua voz e o jeito que ela desviou o olhar contavam outra história. Havia algo ali, algo que ela estava tentando esconder, e, por mais que eu quisesse ignorar, minha intuição não me deixava em paz.Claire saiu do meu escritório logo após nossa breve conversa, alegando que precisava finalizar alguns relatórios urgentes. Fiquei sozinho, encarando os números em uma planilha que já não faziam sentido algum. Meus pensamentos estavam fixos nela.Decidi que precisava de uma pausa. Talvez um pouco de ar fresco me ajudasse a clarear a mente. Peguei meu casaco e desci para o estacionamento da empresa, onde um silêncio quase reconfortante me recebeu.Mas o conforto durou pouco. Enquanto caminhava até o carro, ouvi risos e conversas próximas ao lado do prédio. Quando me aproximei, vi dois funcionários trocando mensagens no celular e rindo. Normalmente, não prestaria atenção,