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Claire

Os dias no hospital começaram a se arrastar como semanas. Lucas ainda não se lembrava de mim ou de Gabriel. Cada visita era um teste para a minha paciência, para minha esperança. Mesmo quando ele olhava para nós com um vago sorriso educado, era como se um abismo se abrisse entre o homem que ele era agora e o homem que eu amava.

Gabriel, por outro lado, parecia encarar a situação com a inocência de seus quatro anos. Ele não entendia por que o pai não o abraçava com a mesma empolgação de antes, mas ainda assim tentava. Cada vez que entrávamos no quarto de hospital, Gabriel levava um de seus desenhos ou um brinquedo favorito, como se algo familiar pudesse reacender as memórias de Lucas.

Naquela manhã, a sala de Lucas estava especialmente quieta. As máquinas emitiam seus sons regulares, e a luz do sol filtrava-se pelas cortinas. Ele estava sentado na cama, os olhos fixos em um livro que Giulia havia trazido, mas, ao me ver, fechou-o com cuidado.

— Bom dia, Claire — disse ele, com a
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