— Já vamos pousar em alguns minutos — ele anuncia, olhando para mim com um sorrisinho de lado. — Quase consigo me enganar contigo dormindo. Parece um anjo.
— Não se engane.
— Não me atreveria. Eu disse quase — diz sorrindo fraco, e eu solto um pigarro. Esse Valentin quase… fofo me intimida mais do que o intragável, babaca e arrogante que sempre faz questão de me irritar de propósito.
Quando o piloto anuncia o pouso, meu chefe fecha seu notebook e o guarda na case de novo. Afivela o cinto e aponta para o meu, que está solto. Eu o prendo também, meio sonolenta ainda, e ajeito meus cabelos que deixei soltos, que se bagunçaram na minha soneca.
Valentin me observa, sem disfarçar, e solto um pigarro, sem graça, porque ele está me encarando mais do que o normal. Será que está tramando algo maligno? E se es
Não sei se foi uma boa ideia ter trazido Nicole comigo nessa viagem. Em um primeiro momento, pareceu a melhor decisão. Não menti para ela quando disse que é uma das poucas pessoas naquela empresa que me traz problemas já com as soluções. Sei que ela é bem paga para isso, mas Nicole sempre faz além do que recebe para fazer.Lidar com ela quando se trata do trabalho, ignorando as trocas de farpas, claro, é fácil. A sua competência me ajuda, e acho que por isso que a segurei até onde pude como minha secretária. Mesmo sabendo que é um cargo muito pequeno para ela, meu lado egoísta não quis abdicar tão cedo de tê-la junto de mim.Mas sei que a hora de a liberar para que se desenvolva cada vez mais está chegando, e pensar nisso não deveria me causar tristeza. Vou sentir falta dos dias movimentados, das suas falas ariscas e das provo
— Que proposta? — Nicole questiona,— Uma trégua. Estamos em um lugar legal, com um clima gostoso, com ótimos lugares turísticos para conhecer e prestes a fecharmos dois contratos milionários, então não tem motivo para que a gente não se dê bem. Depois, se quiser, a gente volta ao normal.— Vai parar de ser babaca? E arrogante? E mandão? E…— Tudo bem, tudo bem, já entendi. Vou tentar. É mais forte que eu. É difícil mudar a personalidade, senhorita língua afiada.— Ok — ela concorda, rindo, bem mais leve do que costuma ficar no escritório. Tenho medo de essa versão de Nicole ser ainda mais hipnotizante do que as outras, não vou negar. — Assumo que não sou fácil. Podemos tentar. Vou tentar também, pelo bem desses cinco dias.— Temos um acordo, senhorita
Eu vou negar todos os acontecimentos dessa viagem até os últimos dias da minha vida. Jamais vou admitir para ninguém que me diverti um dia inteirinho ao lado de Valentin Salvatore. Se me perguntarem, direi que fui abduzida e trocada por outro ser humano.Não tem a menor condição de esse homem ser divertido! Recuso- me a aceitar que ele me fez rir de verdade durante a tarde que passamos juntos. Estou colocando culpa na tal trégua, mas não senti vontade de mandá-lo ir tomar no cu nem uma vez sequer! Isso é uma grande vitória para nossa relação.Enquanto chegamos no hotel, já anoitecendo, depois de conhecermos vários museus na cidade, um zoológico e um jardim botânico, eu me sinto feliz e leve como não me sinto há muito tempo. Estou falando que não está normal! Passei o dia com meu chefe e estou me sentindo bem. Que porra de universo paralelo é esse?— O dia escureceu e eu nem percebi — ele fala, sorrindo de um jeito charmoso, porque posso estar louca, mas senti que Valentin flertou comi
Retribuo o sorriso, e ele volta a focar no computador. Olho vez ou outra e o pego me encarando, sem disfarçar. Noto quando fecha a tela e se levanta, vindo até mim.— Arriscando soar pretensioso, uma mulher como você não deveria comer sozinha.— Quem disse que estou sozinha? — pergunto faceira, e o vejo hesitar por alguns — Um cavalheiro acabou de chegar para me fazer companhia.Quando entende a minha cantada barata, o homem vestido de maneira formal também sorri e se senta na cadeira em frente à minha. Ele se apresenta como Charles Bianchi e segura meus dedos de forma galante, beijando a ponta deles. O homem é mais velho, bonitão, e eu me sinto em um filme. Ouso sonhar que faço parte desse mundo. Digo meu nome pouco antes de recolher minha mão.— O que te traz aqui, Nicole?— Nada muito divertido. Apenas trabalho.— E quem disse que o trabalho não pode ser divertido? Veja só, no meio dele, acabei encontrando você.O homem é bom. Ele flerta em um tom respeitoso e brincalhão, e eu me d
Puta que pariu! Eu fodi com tudo!Estraguei o que consegui evitar por anos em apenas um dia. Por causa de um único maldito dia. Se serve de justificativa, foi um memorável, em que conheci um lado de Nicole que eu tinha certeza de que existia, mas foi a primeira vez que ele apareceu por minha causa. Ela estava alegre, leve e brincalhona por mim.Eu flertei com ela, ela se fingiu de doida, mas não me rechaçou. Não teve contato físico, mas foi gostoso como se tivesse tido. Não precisei disso para me sentir excitado por estar na companhia da minha secretária. Aí, em minutos, jogo tudo pelo ralo por causa de um caralho de um ciúme descabido.Odiei vê-la sorrindo para aquele filho da puta como sorriu para mim mais cedo. Odiei ver que Nicole não demorou nadinha para encontrar em outro o que neguei a ela. Eu me arrependi de ter dito não para o convite para jantar,
— Porque eu quis tirá-la para descobrir o que tinha por debaixo naquele instante — respondo sem titubear, e ela se surpreende, prendendo o ar e se remexendo, inquieta como costuma ficar quando a encaro como estou encarando agora.— Por que nunca fez?— Porque eu respeito você, como profissional e como mulher. Não queria que pensasse que estava me aproveitando do meu cargo para te coagir. Também não queria deixar escapar uma pessoa com um currículo tão brilhante, então meu desejo por você ficou em segundo plano.— Você sabe… — constata depois de um tempo me olhando. Prende o choro, apertando o lábio inferior entre os dentes com força. Uso meu polegar para fazer com que ela pare, deslizando-o pela pele macia. — Sobre meu antigo trabalho...Apenas aceno em concordância e observo a força que ela faz para não cho
Eu transei com meu chefe.Meu chefe odiado, mandão e controlador, a quem, apenas algumas horas atrás, eu não queria ver nem pintado de ouro. Onde foi que tudo desandou? Ah, sim, foi no beijo no elevador. Se eu for sincera comigo mesma, vou responder que foi antes disso, mas agora, estou preferindo mentir para mim também.Escuto a risadinha de Valentin ao meu lado, mas não vou perguntar o motivo dela. Estou confusa no momento. Não sei o que pensar em relação a ter sentido tesão o suficiente a ponto de sentar nele. E foi gostoso, ainda por cima. Gostei de sentar no meu chefe! Meu Deus, eu sou mesmo uma vadia!Valentin se mexe ao meu lado e se levanta. Eu me permito levantar apenas o suficiente para espiá-lo. Caramba, o corpo dele é muito mais bonito do que sequer poderia imaginar. Ele tem músculos nos lugares certos, sem excesso, é todo grande, grosso. Todo mesmo! Nunca fui de achar paus bonitos antes, mas o de Valentin me faz querer babar nele todinho, por todos
Sinto minha boceta pingar de tão molhada, assim como sinto a língua fazendo um excelente trabalho em lamber tudo. Ele bebe de mim com uma sede inesgotável. Intercala entre o lento e o rápido, entre o duro e o delicado. É uma mistura deliciosa. Quando desço meus olhos, vejo que está me estudando, testando minhas reações.Ele abre meus grandes lábios e os massageia, chupando meu clitóris com a força necessária para me fazer gozar forte, de forma inesperada. Gemo alto e acho que chamo seu nome, ou xingo, não me lembro. Sei que meu corpo vai para uma dimensão nunca alcançada por mim antes, como se fosse uma espécie de limbo. A boca segue me chupando até que eu esteja sensível demais para continuar a aguentando ali.— E então? Mudou a sua impressão do oral? — pergunta, ficando em cima de mim e esfregando a barba melada com meu líquido no meu rosto.— Você foi bonzinho — minto, e Valentin abre um sorriso de quem não acredita em mim por um segundo.Claro que ele sabe que é bom. Não precisa de