Edward acordou com uma dor de cabeça terrível, desejando apenas afundar na cama e dormir mais um pouco ou simplesmente sumir da face da terra por algumas horas antes de enfim enfrentar o caos que provavelmente o esperava fora do seu quarto como sempre. Mas o cheiro de massa de panqueca fez seu estômago roncar desesperadamente, o fazendo finalmente despertar por completo. Respirou fundo, juntando toda sua coragem que ainda lhe restava, e olhando para o lado se deu conta que havia, além de seus remédios diários, um comprimido para dor de cabeça ao lado de um copo de água, então agradeceu aos céus pelo remédio, estava precisando. Esticou a mão para pegar os remédios e tomá-los todos de uma vez, pouco se importando se aquilo lhe faria mal algum dia. Deu-se conta de que havia curativos em suas mãos e joelhos e foi só então que lembrou da fatídica noite de surto onde havia agarrado sua secretária e chorado como um bebê em seu colo. Arregalou os olhos a cada memória muito bem vivida que ron
Haviam se passado três dias desde o ocorrido daquela noite chuvosa. Edward observava cada passo que sua secretária dava dentro e fora do escritório procurando uma brecha para que pudessem falar sobre o assunto, era nítido para qualquer um que os dois estavam tensos com alguma coisa, mas muitos achavam que era devido ao novo contrato bilionário da Phoenix Games que estava prestes a ser assinado na próxima semana, ao menos era isso que Elizabeth achava. Rebecca estava cansada de ficar digitando o dia todo, não passava das quatro da tarde, suas costas doíam, seus olhos estavam ardendo por estar forçando e suas pernas já dormentes por estar sentada o tempo todo. Levantou-se para ir até a cozinha e pegar mais café, talvez a cafeína ajudasse a mantê-la acordada até o fim do expediente. Terminava de colocar o café quente na xícara quando recebeu uma ligação, com uma das mãos pegou o celular e com a outra o seu café. O nome de James bem iluminado a fez sentir dor de cabeça e por um momento p
Como sempre a semana foi corrida e Rebecca quase não teve chance de descansar, ao menos seu chefe havia aliviado um pouco seu trabalho de digitação, assim sua mão ia melhorando aos poucos, quase não sentia dor ou qualquer incômodo da queimadura. Depois daquela noite em que Rebecca se abriu para o seu chefe, mal conseguiu olhar em seus olhos sem pensar no papel patético que havia feito ao, de certa forma, desabafar para ele. Mas sentia que agora estavam quites, ela sabia o segredo dele e ele sabia o dela, ou pelo menos ele sabia a ponta do gigantesco iceberg que era o seu segredo e ela sentia que era o mesmo para ela com relação a ele. Tom entrava em contato com sua mãe quase todos os dias a noite, fosse por mensagem ou por videochamada. Rebecca sentia o peito arder toda vez que ouvia as palavras "mamãe, estou com saudades" sair da boca do seu filho. Era tão doloroso estar longe do seu filho, mas no momento era necessário, em um futuro muito próximo ela teria seu filho ao seu lado no
— Tom! — Rebecca se abaixou abrindo os braços esperando o filho que ia em sua direção correndo. O corpo pequeno da criança se chocando com o da mãe em um abraço apertado carregado de carinho era simplesmente a melhor sensação que havia. Rebecca transbordava de felicidade e saudades ao mesmo tempo. — Mamãe, você está tão linda. — Tom se afastou para olhar o rosto da mãe e fazer carinho em seu cabelo. — Sabia que eu estava com muita saudade de você? — Oh, meu amor, mamãe também sentiu muito a sua falta. — Rebecca se sentia muito mais leve, seu peito estava tão calmo, era como se não houvesse problemas e preocupações na vida da mais velha, como se o mundo pertencesse apenas a ela, ao filho e a felicidade deles. — Quer tomar um sorvete? Imediatamente os olhos de Tom brilharam e ele concordou animado com o convite. Rebecca se levantou e pegou na mão do filho. Tom escolheu seu sorvete e tomou lentamente para aproveitar o momento com sua mãe, mesmo tendo apenas seis anos sabia muito bem
— Tire o Arthur do país. — Edward entrou na sala agitado pegando sua mãe desprevenida. — Tire o Arthur do país até setembro. Você tem três meses para fazer isso, convença ele a sair do país! IMEDIATAMENTE! — Como? Por que eu deveria fazer isso? — Elizabeth deixou a revista de lado e devolveu a xícara para a mesa de centro da sala antes de se levantar para se aproximar do filho. — Você parece angustiado, o que aconteceu? — Victoria Stewart aconteceu. — Disse irritado, vendo sua mãe arregalar os olhos levemente sua raiva só aumentou. — Victoria está pensando em voltar para Dallas em setembro para a nomeação da nova embaixadora. — Elizabeth pigarreou e desviou o olhar tentando disfarçar. — Mãe, você sabe muito bem o que essa mulher fez para o Arthur, você ainda quer nomeá-la embaixadora da Vintage Cosmetics, você tem noção disso? — Você não está se preocupando demais? — Elizabeth voltou a se sentar e pegar seu chá. — Victoria é uma das modelos mais famosas do mundo, não seria estranho
— Gostaria de comer algo? — Rebecca perguntou assim que entraram na grande casa, ela ainda o seguia enquanto ele evitava ao máximo olhar em seus olhos. — Posso me trocar rapidinho e preparar algo para você caso ainda não tenha comido. — Huh..., sim, por favor, mas não algo muito pesado, sinto meu estômago estranho. — Comentou enquanto massageava a barriga por cima da camisa social. — O que está sentindo? — Rebecca colocou sua bolsa e seu casaco em cima do sofá e se aproximou do chefe. Levantou uma das mãos e encostou na testa do mais novo que estava levemente corado. Seus olhos ainda estavam levemente avermelhados devido ao choro recente, o coração da loira acelerou pela proximidade e o rosto começou a esquentar. — Como se fosse uma queimação, às vezes sinto isso, mas raramente. Não é algo que eu deva me preocupar seriamente. — Franziu o cenho observando atentamente o que a secretária estava fazendo. — Você está um pouco quente, talvez seja febre. — Se afastou pegando as coisas n
— Clifford, na minha sala, agora. — Edward passou pela mesa da mais velha sem a olhar diretamente, indo em direção a sua sala de forma apressada. Rebecca se levantou não entendendo o porquê do chefe estar tão sério, mas o seguiu em silêncio, e ao entrarem na sala ele fez um gesto para que ela fechasse a porta e se sentasse a sua frente. A pasta em sua mão por um momento a fez estremecer, afinal, não era muito difícil descobrir que ela era mãe. Arregalou os olhos por um momento e prendeu a respiração, e se ele a tivesse seguido na noite anterior? Mas isso não explicaria o abraço e nem aquela aproximação na cozinha, o beijo, ele provavelmente teria surtado no exato momento em que a viu chegar. — Você está escondendo algo, não está? — Rebecca empalideceu diante da frase direta do chefe e perdeu a voz. — Eu... — Não sabia o que dizer, sentia que seria demitida na próxima frase dita pelo chefe, sentia seu corpo tremer e o desespero tomou conta, mas manteve-se em silêncio não sabendo o
Como tinha sido previsto, não tardou muito para a senhora GreenWood entrar em contato com Clifford. Um mês havia se passado e nada de tão sério e estranho havia acontecido, as expectativas da mulher estavam altas para essa nova secretária. Rebecca estava nervosa, não por estar perdendo dinheiro ou por ter que enfrentar a mulher em si, mas sim por medo do que isso poderia resultar mais futuramente no relacionamento de mãe e filho dos GreenWood. Um suspiro saiu de seus lábios enquanto estava distraída, o alarme no celular a despertou do seu devaneio e então ela se levantou, pegou a bolsa e o casaco e caminhou até a sala do chefe para avisar que iria se encontrar com a mãe dele. — Certo. — Edward juntou as mãos e apoiou a cabeça nelas e então encarou a loira. — Por favor, não deixe que minha mãe lhe insulte, conheço a figura... Tenho medo que ela xingue até sua quarta geração. — Deu um leve riso se levantando e caminhando até a mesma. — Qualquer coisa, peça para que ela venha diretamen