Quando chegamos de mãos dadas, vejo os olhos de Helena se arregalarem, claramente surpresa com nossa entrada. Mas o que realmente me faz sentir uma mistura de nervosismo e felicidade é o momento em que ela nota o anel em meu dedo. A boca dela se abre lentamente, sem palavras, e a tensão no ar fica palpável.Fechamos a porta atrás de nós, e a realidade nos envolve. O escritório está repleto de tarefas urgentes, e a rotina nos puxa de volta. Eu me sento, concentrada, preenchendo contratos de prestação de serviço enquanto a máquina do trabalho continua a girar. Ozan permanece ao telefone, sua voz grave cortando o ambiente, antes de se focar nas plantas que Helena traz para ele, esperando aprovação. Cada vez que ela entra, me observa, e eu percebo aquele sorriso travesso se desenhando em seu rosto, uma mistura de curiosidade e diversão.O tempo voa como um borrão. As horas passam sem que eu perceba, e quando o expediente finalmente chega ao fim, Ozan se aproxima de mim. Nos despedimos com
Minutos depois, me encontro sozinha com o papel que meu pai preparou. Ele escreveu todos os detalhes do casamento, e, ao ler, meu estômago se aperta. É um plano tão sufocante e rigoroso que quase me engasgo. O ritual que ele descreve não é simples, e estou começando a duvidar de que posso encaixar tudo isso na minha vida.Além da tradicional dança Kalamatiano, onde nós dois, noivos, precisamos estar unidos por um lenço enquanto nossos convidados se juntam – algo que parece uma valsa, mas com mais intensidade – há a quebradeira de pratos, um símbolo de boa sorte, e depois, no jardim, um ferro é lançado no telhado ou dentro de casa para trazer força e união. Depois, devemos esmagar uma romã com os pés, símbolo de fertilidade.Pensa que acabou?Não!As lembrancinhas serão as koufetas: amêndoas glaceadas.O convite será com motivos florais e pétalas secas, o buquê leva ervas aromáticas, o bolo é feito com mel, sementes de sésamo e marmelo.Minha família e a de Ozan então jogarão dinheiro
Ozan coloca o telefone de volta e me olha, um brilho travesso em seus olhos.— Onde paramos mesmo? — Ele pergunta, com um sorriso que me derrete.Eu sorrio também, abraçando-o forte, mas ele me afasta suavemente, segurando meu rosto com as mãos. Então me beija novamente, um beijo suave, gostoso, mas cheio de promessas.A fome que sinto por ele cresce, e tomo sua boca com uma paixão avassaladora, aprofundando o beijo. Ozan responde com a mesma intensidade, e meu corpo pega fogo. Eu estou no meu limite... Eu o quero tanto.Eu o abraço apertado, e, olhando nos olhos dele, não consigo mais segurar o que sinto.— Ozan... eu quero você. Por favor. Se você disser que quer esperar, eu juro que te mato — digo, rindo nervosamente, mas com a voz carregada de desejo.Ele ofega e sorri, os olhos agora mais escuros, carregados de desejo.— Eu também te quero. Muito — ele diz rouco, e eu sinto cada palavra ecoar em mim.— E então? — Eu questiono, meu corpo tremendo de antecipação.— Acredito que não
Gemo alto quando me sinto pulsar na sua mão.—Ozan!Que gostoso....Tremo dos pés à cabeça, pulsando agora por algo a mais que desconheço. Enrosco minhas pernas em sua cintura sem nem ao mesmo saber que estou fazendo e o trago mais para mim. Ozan ofega parecendo entender meu pedido silencioso.Ele se afasta.— Não se mova!Eu ergo meu rosto sem entender. Ozan abre a carteira e pega algo.Camisinha!Deus! Eu tinha até me esquecido disso!Ele retorna, se move junto de minhas pernas e eu o envolvo sua cintura. A expectativa do que irá acontecer começa a dominar cada célula do meu corpo. Fecho os olhos, entrando em uma atmosfera desconhecida.Agarro os lençóis macios com toda a minha força esperando o ato. Ozan me penetra, mas não é como eu esperava. Dói. E eu o breco. Empurro sua cintura para baixo.—Sim dói, mas é só no começo depois irá gostar.Eu assinto para ele, ainda relutante. Ozan vai se aprofundando dentro de mim.Deus! Ele é muito grande.Eu o seguro novamente.—Tem algo de err
Ozan pediu macarrão à bolonhesa com frango. Algo simples, mas gostoso, como ele mesmo.Durante o almoço, o silêncio reinou entre nós. Não o silêncio desconfortável, mas aquele cheio de paz. Entre uma garfada e outra, trocávamos olhares e sorrisos suaves, satisfeitos com a companhia um do outro. Ozan terminou primeiro e limpou os lábios com o guardanapo. Seus olhos me buscaram, carregados de curiosidade.— Por que saiu da casa do seu pai? — Ele perguntou, com uma voz calma, mas firme.Senti um aperto no peito. Nunca é fácil falar sobre isso, mas com Ozan, parece que as palavras simplesmente encontram um caminho.— O dinheiro — começo, soltando um suspiro. — Quando se tem muito, ele se torna uma maldição. E foi assim comigo. Meu pai tinha medo de que eu me envolvesse com a pessoa errada. Então, ele começou a me apresentar homens que julgava serem “bons” para mim. Ricos, bem-sucedidos, inteligentes... mas nenhum deles me tocava aqui dentro. — Coloco a mão sobre o coração, tentando explic
OzanVoltamos ao trabalho, mas minha mente estava longe. As memórias do nosso momento de amor inundam meus pensamentos, e meus olhos teimam em buscá-la a cada minuto. Sofia.Cada vez que a vejo, um sentimento profundo e certeiro ecoa dentro de mim: ela é a mulher da minha vida. Não existe espaço para dúvidas. Quero passar todos os meus malditos dias ao lado dela.Confesso que tudo começou por conveniência. O casamento era uma necessidade urgente — um movimento calculado, frio, quase egoísta. No entanto, Sofia... Sofia entrou no meu mundo como uma tempestade e, de alguma forma, tomou conta de tudo. A admiração que sinto por ela cresce em cada detalhe, em cada olhar, em cada sorriso. Agora, a pressa de me casar não vem mais da obrigação; vem do desejo. Do mais puro e verdadeiro desejo.Talvez por isso não tenha lhe contado sobre o testamento. Eu me recuso a permitir que um pedaço de papel manche o que estou sentindo. Não estou me casando por causa dele. Estou me casando porque eu a amo.
SofiaOzan tem uma capacidade impressionante de lidar com as situações mais complicadas e encontrar soluções para tudo. Meu pai tentou impor tantos obstáculos, mas Ozan... Ele contornou cada um como se fossem apenas meros detalhes.Ainda assim, a pressa dele para o casamento me incomoda mais do que eu gostaria de admitir. Talvez seja um excesso de cuidado da minha parte. Talvez seja apenas o medo de estar mergulhando fundo demais em algo que ainda não sei se entendo completamente.A noite se estende, Ozan permanece para o jantar, e o clima é surpreendentemente leve. Ele é encantador. Um verdadeiro príncipe grego moderno sentado à mesa do meu pai. Seu olhar atento, suas palavras cuidadosas... Ele se comporta como se já fosse da família. Até meu pai, que normalmente é mais reservado, está completamente à vontade. Ozan não apenas o impressiona, ele conquista.O jantar passa entre conversas sobre negócios e algumas risadas discretas. Minha atenção, porém, está toda nele. No jeito como ele
O dia de nosso casamento no cartório.O vestido rosa desliza suavemente pelo meu corpo, como se tivesse sido feito para esse momento, para esse dia. O tecido leve e delicado me abraça, e quando me olho no espelho, mal acredito na mulher que vejo refletida. Há algo diferente em mim hoje. Um brilho nos olhos, uma felicidade tímida que transborda. É o meu casamento.Desço as escadas e entro na sala, o coração batendo tão forte que parece que todos ao redor podem ouvi-lo. E então eu o vejo.Ozan se levanta do sofá, imponente em seu terno negro impecável. A gravata escura forma um contraste perfeito com a camisa branca, e ele parece ainda mais lindo do que eu me lembrava. Seus olhos, porém, são o que mais me prendem: eles me olham como se eu fosse a única coisa que importa no mundo.Por um instante, o tempo para. Eu só vejo ele.— Você está deslumbrante, — ele diz com uma voz suave, como se estivesse falando algo sagrado.Meu sorriso surge sem esforço, pequeno, tímido, mas verdadeiro. Ozan