Zuline ainda estava no meio do caminho entre sua primeira e segunda parada quando o crepúsculo caiu, e Bara já se preparava para o seu ritual diário que, por mais doloroso que pudesse parecer – graças ao “mago parasita” – também era o que lhe dava mais prazer.
– Se preparando para encontrar-se com o seu namorado? – disse Acnarepse enquanto a observava.
– Namorado?! – questionou Bara parando o que fazia – Que namorado? De onde tirou essa Ac? – tentava ela disfarçar.
– “De onde tirou essa”, sei. Tenho de observado menina! E você... está apaixonada. Seus suspiros a denunciam... Sem mencionar esta sua alegria quando a lua se aproxima, mesmo com o risco de se deparar com aquela praga do tal de Dark Yami.
Não encontrando palavras para contra argumentá-la de modo eficaz, Bara sentou-se sobre a cama e acenou para que Acnarepse fizesse o mesmo. Mordeu os lábios por alguns instantes enquanto a ama a observava, e começou:
– Ac... acho qu
Sem hesitar, Zuline montou Flamechante e começou a acompanhar aquele soldado. O Rei ainda se preparava para tomar o café da manhã e prosseguir com seus afazeres quando a notícia da chegada de Zuline alcançou os seus ouvidos. – Uma mensagem para a minha filha? – Sim majestade. – respondia o servo que lhe trouxe a notícia. – E Bara já foi avisada? – Acredito que sua ama, Acnarepse, já esteja lhe transmitindo a informação. – Certo, compreendo. Irei pessoalmente receber Zuline. “Ainda mais depois de tudo que Bara me contou...” – completava Mahotsukai em pensamentos. Já na Torre Kendrada... – Então Zuline chegou finalmente! – “Chegou finalmente”? Você já sabia que Zuline estava vindo para cá, Bara? – Sim! Sabia Ac, e ela não é a única. – Mas hein!? Que quer dizer minha filha? – Hum... A senhora poderia pedir para que preparassem... quatro quartos de hospe
Aquela pergunta surpreendeu Bara. Ela não esperava por uma dúvida dessas, tanto que começou a folhear o seu guia para conferir se algo assim já havia sido tentado. – Eu vou ser honesta majestade, não sei se o que me pede é ou não possível. Acho que nenhuma de minhas antecessoras chegaram a tentar algo assim. – explicou Bara ainda conferindo seu pequeno livro. – Se isso for algo possível, nós duas seriamos as primeiras a tentá-lo. Você está me pedindo isso para poder conversar de verdade com o Nemuru, não é? – Compreendo... – Jõo suspirava – Mas... Podemos tentar não? Hoje à noite? – Bem, se a senhora de fato está disposta a tentar algo pouco... cientifico. Não vejo porque não. – respondeu Bara, confirmando que realmente as duas seriam as primeiras a tentar aquilo, segundo o seu guia. – Então, imagino que a senhora dormirá na Torre Kendrada essa noite. – comentou Acnarepse. – Se uma boa fonte de luar é exigida... Imagino que si
Nemuru estava nervoso. Ele, mesmo aparentemente inconsciente, pode ouvir toda a conversa tida no quarto em que ele havia sido instalado. Ficou curioso com a apresentação dos itens de Bara (que lhe pareceu divertido de se assistir de acordo percebia as reações de todos) e bastante preocupado quando ouviu o pedido de sua mãe ao terminarem as demonstrações das ferramentas da Filha do Luar. “Minha mãe deseja visitar o meu mundo de sonhos?!” Esse pedido deixou o príncipe cheio de dúvidas e receios... E se sua mãe não o reconhece? Bara não havia tido que sua real aparência física era um pouco diferente da que ele fazia de si dentro de seu consciente? Jõo teria mudado muito de aparência se comparado ao que ele se lembrava? Esse... experimento que ela e Bara fariam era seguro? E Dark Yami? Nemuru estaria prestes a surtar se não tivesse ouvido o Rei dizer que dentro de Heiwa, aquela praga
Jõo começou a tratar da necrose de Mahotsukai, assim que recebeu o que precisava. Ela estava irritada. Não só com o Rei por usar um método tão arriscado como aquele para velar o seu povo, como também por entender (através de explicações mais detalhadas de Zuline) como era o verdadeiro funcionamento daquela proteção e o fato consumado de que seu encontro com seu filho tinha sido interrompido por culpa daquele parasita. “Se ele se colocar diante de mim, faço picadinho dele!” – Pensava a Rainha consigo. – Mas me explique Zula, como foi que você colocou aquela praga pra correr e assim salvar esse tolo aqui. – pedia a Rainha terminando de enfaixar o braço de Mahotsukai. – Me perdoe senhora, mas... Acredito ter conseguido usar magia. – Como? – surpreendeu-se Acnarepse que acalmava Bara, já que a princesa havia se recusado a se afastar do pai. – Quando eu encontrei o encantamento da barreira, eu questionei um dos presentes s
Depois de Mahotsukai dizer que sabia um meio de ajudar Nemuru a se recuperar mais depressa, ele pediu para que as duas aguardassem junto do príncipe após o desjejum, e seguiu para a Biblioteca Mística, em busca da receita que se recordara. Enquanto esperavam, Bara conversava com Nemuru um pouco, e Jõo lia cuidadosamente cada palavra presente naquele guia, também reparando que, algumas das circunstâncias relatadas nele, tinham o mesmo tipo de letra que explicava sobre alguns dos itens ali descritos. Os Soamri (com exceção de Zula que continuava mergulhada nos livros) descansavam um pouco. Até que desse a hora do almoço, onde só retomariam seus sonos após a meia noite. Faltava pouco para o almoço ser anunciado quando uma serva, carregando um copo cheio de uma mistura perfumada e cor incomum em uma mão, e um pergaminho enrolado na outra, adentrou o quarto dizendo: – Sua majestade, o Rei, pediu-me para trazer isto para o paciente beber. – entregava ela a
Apesar de contrariada, Jõo permitiu que Zula adquirisse conhecimento místico se assim ela desejasse, e claro, jurando incondicionalmente não mencionar nada sobre seu filho, uma vez que ela seria liberada de seu voto de silêncio, até que ela decidisse revelar para o mundo a verdade sobre o seu filho. Zula não só prometeu manter o segredo, como também jurou que faria tudo o que estivesse em seu alcance não só para ajudar o príncipe, como também para garantir que ninguém mais tivesse que sofrer como a Rainha. Isso alegrou e confortou o coração de Jõo. Zul e Zunol, assim que souberam que uma de suas irmãs havia sido convidada a se tornar uma maga, mais que depressa foram questionar sobre aquilo. Ficando tão perplexos quanto aos outros após descobrirem sobre seus antepassados. Quando chegou a noite, Bara e Jõo repetiram a viagem aos sonhos de Nemuru. Conversaram sobre as descobertas feitas nesse dia; sobre o que Nemuru sentiu ao provar do elixir que o Rei lhe prep
Mahotsukai conversou mais um pouco com Jõo sobre o que ela lhe contara em segredo de todos aqueles nobres, e sobre o que ela sabia sob a forma de pensamento boçal que alguns carregavam, assim como lord Kalel lhe mostrara. Combinando entre os dois como fazer os planos de Jõo (que eram bem mais agradáveis ao Rei) darem certo no final das contas. Mahotsukai decidiu reunir todos no dia seguinte na sala do trono, para que juntos, todos ouvissem a opinião da princesa sobre aquele assunto... No mínimo delicado. À tarde, enquanto Bara cuidava de Nemuru ao lado de Mom e alguns curandeiros do reino. Os Reis chamaram Acnarepse para lhe repassar o desejo de todos aqueles visitantes; o que eles planejavam para o futuro de Bara e Nemuru; e pedirem para que ela preparasse Bara para quando lhe fosse repassada a situação no dia seguinte. Acnarepse não podia ter ficado mais consternada do que ficou ao saber da conferência que o Rei teve. E se colocou disposta como nunca para g
O Rei pediu que lhe fosse trago uma grande bola de cristal. Seja lá o que fosse que Bara desejava lhe mostrar, era algo que seria de interesse de todos os presentes. Zula (que ficou surpresa e feliz por reconhecer Nemuru, de pé, ao lado da princesa) ajudava com a carregar da esfera. E o Rei aproveitou para explicar-lhe o que seria feito com ela, pois aquela técnica em especial podia ser útil para ela em algum momento. Com tudo preparado. Mahotsukai se aproximou da menininha: – Me diga pequena, como você se chama? – Lizia, senhor Rei. – respondeu a pequena. – Muito bem Lizia, pode por favor tocar com as duas mãozinhas nessa grande bola, pensando em tudo o que deseja nos contar, e só retirar suas mãozinhas dela quando tudo acabar? – Posso! – declarou a pequena determinada, já confiando o brinquedo à Bara e se apresando a tocar na bola cristalina. Mahotsukai apoiou uma das mãos sobre a cabeça da pequena e pronunciou algo com os ol