Depois de Mahotsukai dizer que sabia um meio de ajudar Nemuru a se recuperar mais depressa, ele pediu para que as duas aguardassem junto do príncipe após o desjejum, e seguiu para a Biblioteca Mística, em busca da receita que se recordara.
Enquanto esperavam, Bara conversava com Nemuru um pouco, e Jõo lia cuidadosamente cada palavra presente naquele guia, também reparando que, algumas das circunstâncias relatadas nele, tinham o mesmo tipo de letra que explicava sobre alguns dos itens ali descritos.
Os Soamri (com exceção de Zula que continuava mergulhada nos livros) descansavam um pouco. Até que desse a hora do almoço, onde só retomariam seus sonos após a meia noite.
Faltava pouco para o almoço ser anunciado quando uma serva, carregando um copo cheio de uma mistura perfumada e cor incomum em uma mão, e um pergaminho enrolado na outra, adentrou o quarto dizendo:
– Sua majestade, o Rei, pediu-me para trazer isto para o paciente beber. – entregava ela a
Apesar de contrariada, Jõo permitiu que Zula adquirisse conhecimento místico se assim ela desejasse, e claro, jurando incondicionalmente não mencionar nada sobre seu filho, uma vez que ela seria liberada de seu voto de silêncio, até que ela decidisse revelar para o mundo a verdade sobre o seu filho. Zula não só prometeu manter o segredo, como também jurou que faria tudo o que estivesse em seu alcance não só para ajudar o príncipe, como também para garantir que ninguém mais tivesse que sofrer como a Rainha. Isso alegrou e confortou o coração de Jõo. Zul e Zunol, assim que souberam que uma de suas irmãs havia sido convidada a se tornar uma maga, mais que depressa foram questionar sobre aquilo. Ficando tão perplexos quanto aos outros após descobrirem sobre seus antepassados. Quando chegou a noite, Bara e Jõo repetiram a viagem aos sonhos de Nemuru. Conversaram sobre as descobertas feitas nesse dia; sobre o que Nemuru sentiu ao provar do elixir que o Rei lhe prep
Mahotsukai conversou mais um pouco com Jõo sobre o que ela lhe contara em segredo de todos aqueles nobres, e sobre o que ela sabia sob a forma de pensamento boçal que alguns carregavam, assim como lord Kalel lhe mostrara. Combinando entre os dois como fazer os planos de Jõo (que eram bem mais agradáveis ao Rei) darem certo no final das contas. Mahotsukai decidiu reunir todos no dia seguinte na sala do trono, para que juntos, todos ouvissem a opinião da princesa sobre aquele assunto... No mínimo delicado. À tarde, enquanto Bara cuidava de Nemuru ao lado de Mom e alguns curandeiros do reino. Os Reis chamaram Acnarepse para lhe repassar o desejo de todos aqueles visitantes; o que eles planejavam para o futuro de Bara e Nemuru; e pedirem para que ela preparasse Bara para quando lhe fosse repassada a situação no dia seguinte. Acnarepse não podia ter ficado mais consternada do que ficou ao saber da conferência que o Rei teve. E se colocou disposta como nunca para g
O Rei pediu que lhe fosse trago uma grande bola de cristal. Seja lá o que fosse que Bara desejava lhe mostrar, era algo que seria de interesse de todos os presentes. Zula (que ficou surpresa e feliz por reconhecer Nemuru, de pé, ao lado da princesa) ajudava com a carregar da esfera. E o Rei aproveitou para explicar-lhe o que seria feito com ela, pois aquela técnica em especial podia ser útil para ela em algum momento. Com tudo preparado. Mahotsukai se aproximou da menininha: – Me diga pequena, como você se chama? – Lizia, senhor Rei. – respondeu a pequena. – Muito bem Lizia, pode por favor tocar com as duas mãozinhas nessa grande bola, pensando em tudo o que deseja nos contar, e só retirar suas mãozinhas dela quando tudo acabar? – Posso! – declarou a pequena determinada, já confiando o brinquedo à Bara e se apresando a tocar na bola cristalina. Mahotsukai apoiou uma das mãos sobre a cabeça da pequena e pronunciou algo com os ol
Amanhecido mais um dia. Assim que Nemuru abriu seus olhos, ele foi logo pedindo que o Rei fosse chamado urgente até ele. E a Rainha Jõo também, uma vez que quem lhe zelava naquele momento não era a Mom ou algum de seus filhos. Assim que esse pedido chegou aos ouvidos de Mahotsukai que, por ventura estava acompanhado de Jõo, os dois dispararam até o encontro do rapaz. – O que aconteceu Nemuru? Que urgência é essa para ter que nos chamar tão cedo assim? – perguntava o Rei após entrar no quarto. – Pensei que algo de ruim estivesse lhe acontecendo! – declarou Jõo meio aflita, conferindo o filho. – Eu estou bem. – declarava Nemuru – Mas sugiro que os dois se sentem! E assim que eu terminar de contar, irão entender porque é uma urgência. Receosos, os Reis se sentaram. Nemuru começou a contar sobre o seu encontro de sonho para eles, sem esconder um detalhe do que tinha acontecido quando aquele servo de Dark Yami apareceu. Os
– E então teu incompetente, conseguistes penetrar nos sonhos do príncipe? – Ainda não meu senhor. – mentia o homenzinho para Dark Yami. – E não me sinto bem nessas tentativas. – Não te sentes bem por culpa da barreira. E ai de tu se estiveres a me enganar! – Estou dando o meu melhor senhor... Mas tudo que encontro é um espaço vazio e escuro. – Se continuares a não conseguir o que desejo, vais acabar por virar refeição de Askherone! – Oh não meu senhor! Tudo menos isso! – implorava o servo desesperado. – Tentarás pela última vez amanhã, e se não conseguir-te... Terei de procurar um novo servo! Agora SAIAS! E o pequeno ser saiu às presas do local que compartilhava com seu mestre. “Agora não tem jeito...” – lamentava ele consigo – “Não posso mais continuar enganando o mestre! Terei que permitir que ele veja a princesinha...” – choramingava ele que tencionava proteger aque
O instinto materno é realmente algo poderoso. No mesmo momento em que Bara e Nemuru tiveram a triste surpresa de encontrarem seu pesadelo durante o encontro de sonho, tanto Jõo quanto Acnarepse despertaram de seus sonos. As duas foram acometidas com uma profunda preocupação por suas crianças mas, como o castelo parecia permanecer em paz, e com plena confiança na segurança de Heiwa, se mantiveram em seus leitos. A noite das duas foi extremamente longa. Cheia de sonos interrompidos. Quando finalmente começaram a ouvir as aves que cantavam a evocar a aurora, desistiram de suas camas e foram atrás daqueles que tanto lhe tomavam o sono. Acnarepse esperava surpreender Bara, estando ao seu lado quando ela acordasse. A ideia a divertia inclusive, porém, depois de adentrar discretamente no quarto de Bara, ficou espantada por não a ver na cama! E pior, a cama estava desarrumada. Uma tarefa que Bara sempre fazia questão de executar ela mesma. Uma prova de que a preocupação que
Com o som de um forte estrondo ecoando por todo o reino de Heiwa, não houve um só morador ou visitante que não acabou despertando de seu sono (por mais pesado que ele fosse) com aquele som assustador. Muitos foram os que deixaram suas camas para descobrir o que estava acontecendo, uma vez que o som se repetia e lembrava uma mistura de rugido com trovão. E alguns dos que voltaram seus olhares para Kendrada, localizaram o problema. Um dragão negro atacava a princesa... Bara estava em estado de choque! De onde foi que aquele dragão saiu? E como ele atravessou a barreira? Ela sempre funcionou tão bem contra esses seres! O dragão era jovem, já que mesmo sendo maior que um cavalo, passava facilmente pelas janelas da Torre. Apesar de todos os rugidos apavorantes que ele havia dado antes, ele não parecia querer ameaçar Bara. O que tornava tudo ainda mais estranho e confuso. Bara não sabia be
Nemuru não estava certo se poderia mesmo ou não conseguir fazer aquele encantamento funcionar (Dark Yami falhou em corromper a pureza do coração de Nemuru com todas as suas maldades?), mas respirou fundo, leu o encantamento em voz alta com toda a esperança do mundo e, após mais um suspiro com término do pronunciamento, encarou os céus. Nemuru chorou... De a-le-gri-a!!! Dark Yami falhara sim em corromper o coração do príncipe! E a prova, era que Nemuru, assim que olhou para o firmamento, viu o que parecia ser uma trilha de estrelas douradas marcando o céu abaixo das nuvens. Restaurada a confiança com esta descoberta, correu para se preparar e assim poder acompanhar o Rei (que se tornaria seu futuro sogro se tudo dêsse certo). Bara não conseguia saber qual era o caminho que eles faziam. Aquela criatura era tão rápida que, se não fosse pelo corpo quente dele, ela estaria congelando por causa do vento provocado.