Daniel.Ando de um lado para o outro no largo corredor do hospital. Faz apenas dez minutos que a deixei sozinha naquele quarto, naquela cama e contra a minha vontade, mas parece uma eternidade que sai de lá. Ainda mais nas condições que a deixei. Isa parecia tranquila, mas lá fundo eu sei que ela estava com medo. Eu devia ter ficado ao seu lado segurando a sua mão. Só que não podia, eles jamais permitiriam. O corredor está lotado como Mônica havia falado. Toda a família Albuquerque e Alcântara estão aqui com exceção das crianças. Joseph, o pai de Emily também está aqui conosco. A figura do homem franzino, pálido e preocupado está sentado ao lado de Mônica e de Marcos. Eles o estão confortando de alguma forma, dando uma força, porém, ele parece distante. Sim, está perdido em seus próprios pensamentos. Os seus olhos estão focados no chão e acredito que está tão afetado e apreensivo com esse momento quanto eu. Sandra não apareceu por aqui. Era de se esperar, a mulher só tinha interesse
Emily.Acordo sentindo um incômodo no pé da minha barriga. Tento me mexer, mas não dá, dói muito. Sinto um toque carinhoso em minha mão, apenas um roçar de dedo na minha pele e forço os meus olhos a se abrirem. A luz forte que invade o lugar machuca a minha visão e volto a fechá-los. Tento mais uma vez e outra, e mais outra, até finalmente conseguir. Olho ao meu redor e encontro as paredes brancas, as enormes janelas de vidro, um espaço amplo e penso que não estou mais no meu antigo quarto de hospital. Respiro fundo sentindo uma ansiedade diferente crescer dentro de mim e não sei se rio ou se choro. Eu consegui! Penso me sentindo diferente, mais forte e mais saudável. Eu consegui! Tenho vontade de gritar. Não sinto mais as náuseas companheiras dos últimos meses, nem aquela fraqueza constante, ou a falta de ar. Engulo em seco quando olho para o meu corpo em uma bata fina hospitalar. Ainda tem alguns fios conectados ao meu peito e ligados a uma máquina que bipa o tempo todo. Um soro fix
Emily— Então, eu soube que vão ficar aqui no Brasil por um tempo? — Minha irmã pergunta como quem não quer nada e leva uma colherada de sorvete a boca. Isa está sentada ao meu lado na cama e ambas estamos encostadas nos travesseiros. E eu vou confessar uma coisa... estou amando tudo isso!— Sim, o meu pai quer ficar alguns meses devido aos exames que ainda preciso fazer.— Eu estive pensando, será que vocês podem ir passar as festas de final de ano comigo? EMPOLGADAAAAA, é assim que eu me sinto agora!— Na sua casa? — Seguro uma explosão de alegria. Ela balança a cabeça fazendo um sim pra mim.— Na minha casa e com a minha... digo, com a nossa família.— Eu tenho certeza de que o meu pai vai adorar. De qualquer forma, eu e ele iríamos passar sozinhos em um quarto de hotel qualquer.— Então está decidido, o Natal e ano novo será lá em casa com a minha... digo, com a nossa família. Eu preciso me acostumar com isso. — Ela resmunga baixinho.— Quer saber?— O que? — Eu sempre quis ter u
Isabelly.Paro em frente ao espelho de corpo inteiro e encaro a imagem da linda e esfuziante mulher diante dele. Ansiosa, deslizo uma mão pelo vestido longo e vermelho, com um decote sensual na frente dando um destaque sexy para os meus seios ainda fartos devido a fase de amamentação e atrás dele tem um decote profundo que vai até a base da minha coluna. Como eu disse, sexy, muito sexy.— Meu marido vai me matar! — sussurro para mim mesma, achando graça do meu comentário e giro no meu próprio eixo, deslumbrada com o tecido colado ao meu corpo até a altura da cintura. Suspiro pensando que Daniel vai pirar quando me vir. É a primeira vez que visto tão ousado assim. Solto uma respiração alta pela boca, sorrio amplamente e me afasto do espelho para começar a fazer uma maquiagem. Hoje é um dia especial tanto para mim, quanto para os meus amigos. Para o Brito principalmente, a final, hoje ele se casa com Michele. Assim que finalizo dou mais uma olhada no meu visual e aprovo com expectativas
Isabelly— Vocês demoraram! — Ela fala fazendo carinho na menina.— Não me diga que a Michelle já chegou? — ralho com uma pontinha de decepção.— Ainda não, mas ela já está a caminho. — Amanda responde se aproximando e eu a abraço. — Agora vem, vocês precisam ocupar os seus lugares no altar. — Antes de me afastar, eu beijo a minha filha e vou com Daniel e o Cris para a entrada da igreja. Christopher é o porta-aliança e assim como o pai, o meu pequeno está vestindo um conjunto de smoking preto, com uma camisa branca por dentro e claro, tem um cravo em sua lapela. Ele é a imagem do pai e parece um pequeno adulto. Daniel e eu somos os padrinhos de Michelle, assim como a Karol e seu marido são os padrinhos de Brito. Entramos na fila de acordo com a sequência de entrada e logo escuto a voz animada de Karol.— Uau, Belly! Adorei o seu vestido, você está muito sexy! — A garota me oferece um sorriso malicioso e pisca um olho para Daniel. Ele revira os olhos com um suspiro e eu pressiono os lá
Daniel— E eu te amo tanto que às vezes chega a ser difícil respirar — confessa com o mesmo tom que usei. Seu sorriso se amplia e o meu também, então volto a beijá-la. O que eu posso dizer disso? Eu a entendo muito bem e ela compreende a mim. Nosso beijo se torna intenso mais uma vez e é quase avassalador. Não importa onde estamos, nem mesmo quem está ao nosso redor. Nada importa. Só nós dois importamos agora. Não demora para estarmos com dificuldade de respirar, mas não queremos parar o nosso beijo, ele é a nossa melhor conexão, quando não estamos nus na cama e completamente entregues. Outra música finalmente se inicia e eu não faço ideia de qual seja. Na verdade, não me interessa. Eu só quero senti-la em mim. Então paro o beijo abruptamente e em um rompante seguro a sua mão e a puxo para fora do salão. — Mas o que? — Ela tenta argumentar, mas a prenso contra uma parede, em um canto reservado e com atrevimento ergo a saia longa do seu vestido, encontrando a calcinha rendada debaixo d
IsabellyPraticamente uma hora e meia depois estamos todos na sala de espera do hospital. É engraçado ver essa multidão de gente em trajes de gala no meio de um corredor hospitalar tagarelando o tempo todo. Enquanto Iago prontamente trazia os nossos pais para a maternidade, Daniel e eu levamos os noivos para o aeroporto. Ambos irão para o Havaí curtir a lua de mel, um presente dos padrinhos D & I, e já digo de antemão que eles amaram. Estou encostada no meu marido, que está apoiado em uma parede próximo ao elegante balcão de informações. Como sempre o meu marido está abraçando ao meu corpo por trás. É algo bem nosso, sabe? Simplesmente não conseguimos ficar longe um do outro, não quando estamos no mesmo ambiente. O pessoal está distribuído pelo corredor. Alguns sentados em bancos acolchoados, outros ao telefone falando com alguém, ou dormindo no colo de alguém. São quase duas horas da madrugada quando o médico avis que mãe e filhos passam bem, porém, a visita só será liberada no dia s
Daniel.Alguns anos depois...Entro no nosso quarto e encontro a nossa cama completamente vazia. Meus olhos percorrem com avidez pelo quarto, porém, ele também está vazio. Afrouxo o nó da gravata e me livro da peça, largando-a de qualquer jeito em cima de uma poltrona e caminho na direção do banheiro. No curto trajeto, vou me desfazendo do terno e em seguida, abro os botões da camisa social. Aproximo-me da porta e escuto o som do chuveiro ligado. O meu peito infla por saber que estou mais perto dela agora, só há alguns passos dessa porta. Termino de desabotoar a camisa, deixo a peça deslizar por meus braços e ela cair no chão logo em seguida. Contudo, não vou para debaixo do chuveiro. Eu cruzo os meus braços e me permito assistir a minha esposa linda deslizar o sabonete pela pele branca e molhada. A espuma faz o que a minha mão deveria estar fazendo ali e suspiro com inveja dele. Alcanço o cinto da minha calça, o desafivelo, abro o botão e depois o zíper. Livro-me dos sapatos com o au