6

Tristan

— Bom dia, Alfa! — Latifa diz assim que adentro a sala, porém, encontro uma mesa farta como pedi, mas todas as cadeiras estão vazias.

— Onde ela está? — pergunto tão friamente, acomodando-me em uma cadeira. Entretanto, a jovem sequer chega a me responder, pois logo Hazel adentra o cômodo, trazendo uma bandeja pesada nas suas mãos.

Franzo o cenho, encarando-a com dureza.

— O que pensa está fazendo? — Praticamente rujo para a garota, que estanca diante da mesa.

— Não é óbvio, Alfa? — Ela responde atrevida, fazendo o meu sangue ferver. — Eu estou servindo a mesa.

Seguro mais um rugido.

— Quero que largue isso agora, Hazel! — rosno. Entretanto, a feiticeira me lança um olhar petulante, soltando uma respiração consternada.

— Escute, eu lhe sou muito grata por me aceitar aqui na sua casa e por me proteger também. Agradeço por me dar um lugar confortável e quente para dormir, mas não estou acostumada a receber algo sem dar algo nada em troca.

— Nesse caso, não seria lhe dado, Hazel e sim, vendido. Agora largue isso e sente-se a mesa! — Volto a ordenar.

Ela bufa e isso me irrita.

— Escute, eu realmente...

— Estou ordenando que se sente em uma cadeira agora, Hazel! — rujo ainda mais forte, fazendo um gesto para a garota de pé diante de mim. Latifa imediatamente sai do seu lugar e tira a bandeja das suas mãos. Malcriada, a feiticeira volta a bufar.

Fecho as mãos em punho para esse seu comportamento, contendo a minha fúria. Contudo, Hazel me obedece mesmo a contragosto, porém, enquanto ela é servida, o seu olhar escrutínio enfrenta o meu.

— Como… como se sente? — Ela pergunta, mudando o seu estado irritado para calmo. Arqueio as sobrancelhas para essa sua pergunta sem entender o real sentido do seu questionamento. — Na noite passada, você parecia sentir muita dor e eu… — Ela tenta esclarecer, mas o fato de me lembrar do ela que fez na noite passada me faz ferver por outra vez.

— Não repita aquilo outra vez! — rosno enraivecido.

— Ah… aquilo? — Ela gagueja, mas não é de medo ou algo assim. Hazel parece irritada agora.

— Não volte a invadir o meu quarto, Hazel! — ralho rudemente.

— Me desculpe, mas eu só quis ajudá-lo…

— Não quero que me ajude! — A interrompo ríspido. — Você não tem nenhuma obrigação comigo.

Ela engole em seco.

— Você foi um idiota me chamando de feiticeira! — Ela volta a me atacar e eu volto a apertar os meus dedos contra a palma da minha mão.

Um... idiota? Ela não faz ideia de com quem está falando. Mas se continuar assim, logo descobrirá. Penso puto da vida.

— É o que você é, certo? — rebato com desdém.

— Não. Eu não sou uma feiticeira! — Hazel retruca, ainda mais irritada.

— Você me tocou e sibilou aquelas palavras de feitiçaria. Estava roubando os meus sonhos...

— Eu não estava roubando nada! — Ela grunhe contrariada, porém, para e respira fundo. — E não eram palavras de feitiçaria, Senhor Tristan! — Observo as suas bochechas ficarem vermelhas de raiva e devo dizer que esse tom lhe caiu muito bem.

— Já chega dessa conversa, Hazel! — Autoritário, resolvo dar um basta nesse assunto ridículo. — Entenda uma coisa. Você está aqui porque eu quero que esteja. Mas não se engane, porque o fato de estar sobre a minha proteção não lhe dá direito de fazer certas coisas — rosno brutalmente, ficando de pé. — Não ouse entrar no meu quarto outra vez. Não ouse me tocar como fez. E não use a sua feitiçaria dentro da minha residência. Isso é um aviso! — advirto-a com frieza. — E se você ousar me tocar de novo, prometo que não terei um pingo de piedade ao puni-la!

— Que droga, eu já disse que não sou uma...

— Agora coma e procure uma ocupação! — Corto-a bruscamente. — Quem sabe assim você consegue controlar essas suas malditas mãos atrevidas! — ordeno, dando-lhe as costas e saio da sala no mesmo instante.

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