TristanSem ter muito o que fazer, apenas confirmo com um menear de cabeça.— Ótimo! — O Alfa retruca quando ela faz um sim. Contudo, solto um grunhido sufocado quando Gideon atrevidamente segura na sua mão e a leva para fora da casa.— O que está fazendo? — Atlas resmunga quando dou alguns passos apressados na direção dos dois. — Precisa deixá-los conversar um pouco a sós, Alfa. — Ele pede e eu paro bem na entrada, forçando-me a fechar a porta. No entanto, vou para uma janela e fico atento aos dois, enquanto caminham calmamente sobre a grama.— O que o convenceu de que é ele o Alfa que estamos procurando? — Procuro saber.— O farejamos até a floresta vermelha. E ouvimos as histórias sobre o Magnifico Rei Alfa. Então decidimos ir até Fandom para constatar.— E?— Você precisa ver essa cidade com seus próprios olhos, Tristan. O povo sempre feliz e sorridente. Os cuidados e a atenção. Eles o amam. Ele é visto como um rei e um Alfa bondoso e puro.— Rumores? Está me dizendo que confiou n
HazelTentei não olhar para trás, mas foi impossível, mesmo ele não estando lá para se despedir de mim, acenei tristemente para Atlas. E quando o carro entrou em movimento, fixei os meus olhos no lado de fora através da janela.… Sei que está assustada, Hazel. Acredite, eu também estou. Mas fazemos parte de um plano místico que beneficiará uma geração inteira. Deveria se sentir especial por isso.… Eu sei, é que…… Eu prometo que será muito feliz ao meu lado e muito amada pelo meu povo. A nossa geração será recebida por eles e pelo mundo como deuses. E através disso, ajudaremos todas as nações.Essas palavras me convenceram a segui-lo na direção de um destino desconhecido e penso que agora não tem mais volta. E embora eu saiba que estarei enlaçada a um estranho para sempre, Tristan nunca sairá da minha cabeça e nem do meu coração.— Não se preocupe. Tudo vai dar certo. — A voz de Gideon me desperta, porém, repilo o seu toque na minha mão, encolhendo-a imediatamente.Céus, como isso ir
Hazel— Olhe para tudo isso! Você tem o mundo aos seus pés. Muito conforto, empregados sempre lhe servindo, um jardim encantador para passar as suas tardes. E… — Ela solta uma respiração sonhadora. — Um Alfa poderoso e lindo somente para você. Eu não sei você, mas viveria muito bem nesse lugar.Suspiro baixo.— Eu trocaria tudo isso para viver a força de um amor verdadeiro. — As palavras escapam da minha boca sem que eu consiga freá-las e Asterin imediatamente me lança um olhar especulativo.— Oh! — A beta resfolega. — Você não está falando do Tristan, está?Balbucio, me repreendendo por falar demais.— Ah Hazel, o Tristan nunca ficará com você.Engulo um nó em minha garganta.— Ele é certinho demais e gosta de tudo no seu devido lugar. Ou seja, você e o Gideon precisam ficar juntos. E o Tristan jamais deixará a sua dor para viver outro grande amor. Você entende, querida?Solto uma respiração trêmula.— Foi por isso que aceitei vir para cá e me casar com o rei Alfa — confesso com um l
Hazel— Hum, que cara é essa? — Asterin indaga assim que adentro o quarto e por algum motivo não consigo esconder o meu sorriso. Contudo, os seus olhos curiosamente caem sobre a pedra pendurada na correntinha no meu pescoço e afobada ela se aproxima de mim. — Uau, QUE linda, Hazel? — Minha acompanhante resfolega entre uma respiração e outra.— É, não é? — sibilo. — Acho que você tem razão.— Eu tenho?— O Gideon não é tão ruim assim. Quer dizer, ele é bonito e envolvente, e… um pouco sedutor. E tem toda essa atenção e cuidado comigo.— Hum, sedutor, é? — Sorrio timidamente.— Ele quer adiantar o casamento para daqui há dois dias — falo sentindo-me um tanto aflita. O que é algo incompreensível, já que ele é um grande Rei e um cavalheiro também.— Minha nossa, quanta pressa!Pois é. Penso, porém, dou de ombros.— Bom, já esperamos décadas por esse acontecimento, certo? Então tecnicamente não existe pressa em adiantar o casamento. — Seus olhos se arregalam em surpresa. — P=Oh… é. Quer di
Hazel— Há, Hazel, você veio! — Gideon parece exultante com a minha presença.— Você mandou me chamar — digo o óbvio.— Sim, porque quero que conheça uma das minhas maiores paixões. — Curiosa, volto a fitar as máquinas.— E o que é?— Chama-se telescópio. E ele serve para admirar as estrelas.— Oh! — Ele me estende a sua mão e eu a seguro, aproximando-me da tal máquina.— Veja! — Gideon me induz a colocar um olho em uma lente e logo tenho a linda visão do céu. — A melhor visão é a noite quando as estrelas resolvem aparecer, mas durante o dia você também conseguir visualizar algumas delas.— É realmente fascinante, Gideon! — sibilo sem tirar os meus olhos da lente. Contudo, escuto os sons dos seus passos se afastando de mim.— Você nunca parou para perguntar? — Confusa, o olho nos olhos.— Perguntar o que?— Sobre os céus, as estrelas e os segredos do universo.— Ah, não. Eu nunca parei para pensar nisso. Me desculpe!— Não se desculpe por isso, querida futura esposa. Mas devo lhe dize
HazelEu nunca me senti tão fria e escura na minha vida. Nem mesmo na pior noite da minha vida. É como se a sua escuridão me penetrasse lentamente, contaminando o meu sistema bem devagar, sem qualquer pressa e quisesse me abraçar, apertar-me até me sufocar e assim, guiando-me para dentro do seu lado mais obscuro. E pelos deuses, eu não sei como lutar contra isso. Portanto, a minha única saída está trancada dentro daquele quarto de hóspedes e eu realmente espero conseguir convencê-la dessa minha realidade cruel, escondida dentro desses muros encantados. O fato é que eu não consigo me concentrar com todas essas lamúrias, lamentos e sons de choros doloridos que não param um som só segundo.E eu pensando que não conseguiria me acostumar com tantos sorrisos de alegria. Nunca reclame do lado bom da vida, Hazel.— Oh, você voltou! — Asterin sibila, abrindo o seu sorriso feliz para mim e apavorada, me aproximo dela, seguro firme nos seus ombros e a faço olhar dentro dos meus olhos.Eu preciso
HazelAsterin rir brincalhona.— O Gideon? Está brincando comigo, não é? Ele não poderia ser um Skinwalker, Hazel. Esses seres vivem a quilômetros de distância daqui. E o seu habitat é… — Enquanto ela resmunga, eu continuo escrevendo.O bracelete é uma espécie de prisão. Ele me impede de falar com as pessoas sobre o que está acontecendo.Mostro-lhe a nova mensagem, interrompendo-a. Seus olhos se abrem especulativos, então ela fita o bracelete. Volto a escrever.Nada do que você ver nesse lugar é real, Asterin.Fito-a, demonstrando o meu medo. Ela engole em seco e no segundo seguinte me encara aterrorizada.— Mas que merda! — A Beta rosna incrédula e de repente o seu olhar ganhar um teor a mais de terror. Ela ofega com violência, enquanto os seus o
Tristan— Eu preciso perguntar, Senhor Staton. Absorveria o homem que cometeu tal erro? — Minha pergunta soa como um rosnado gélido e áspero, tão próximo do seu rosto que é possível sentir o calor do seu medo. Ah, essa sensação de poder, de torná-lo tão minúsculo quanto frágil. Eu podia engoli-lo apenas com a ferocidade do meu olhar impulsivo e impaciente. Vê-lo encolher-se em cima da cadeira me faz sentir o gostinho amargo da minha glória e esse sabor me faz lembrar que ele é um mero humano cheio de falhas e que eu não sou esse monstro que estou tentando pintar agora.O fato é que desde que ela se foi, não consigo controlar essa raiva dentro de mim e sinto que estou ainda mais destrutivo do que antes.— Aceitaria?! — grito, continuando com a minha tortura sobre o pobre miserável.— Não Senhor.— Ótimo, porque eu também não. Está demitido!E aí está o meu eu cruel, enfiando o punhal na frágil criatura. Logo a porta se fecha e eu respiro fundo me perguntando até quando isso persistir