Ao chegar ao primeiro local, encontrei apenas um punhado de homens. Todos morreram tentando proteger a localização onde estavam as tropas e Tiana. Mas logo eu encontraria o lugar. A fúria invadia meu corpo inteiro. Ela estava me provocando, brincando com meus limites, e sabia disso. Cada gota de sangue derramada, cada vida perdida por causa dela, aumentava minha raiva. Estava gastando energia desnecessariamente. Poderia ter evitado tudo isso, mas não!Meu coração batia forte; sentia a raiva me consumindo, queimando em meu peito como um fogo que não conseguia extinguir. Eu estava ficando furioso, e quando isso acontecia, o que vinha a seguir era inevitável. Se ela queria transformar isso em uma maldita caçada, então eu realizaria seu desejo. Minha sede de sangue e vingança seriam ainda maiores. Não haveria mais controle, nem humanidade.Eu me tornaria a fera que ela tanto temia despertar. Uma besta sedenta de sangue, sem piedade, sem razão. Se era isso que ela queria, ela teria.—Alfa,
Agora era o momento de traçar um novo plano. Se eu não fizesse algo logo, acabaria morta, e não apenas eu, mas todos nós; até Eirik sofreria o mesmo destino. Sei que Gytha está brincando com forças sombrias e, pelo que vi, são imensamente poderosas. Preciso urgentemente descobrir como detê-la e, além disso, como tirar Eirik desse transe em que parece estar preso.—Você está muito quieta —disse Eirik enquanto caminhávamos, quebrando o silêncio que se instalara entre nós.—Não tenho nada a te dizer, também não tenho nada para te perguntar —respondi rispidamente, sem esconder minha raiva.Ele segurou meu braço com firmeza e me forçou a parar. Me virei bruscamente e olhei direto em seus olhos.—Ignorar você não é crime, então, por favor, pare de me importunar —pedi, tentando manter a compostura, embora minha voz tremesse levemente.Ele sorriu de lado, com aquela expressão que o fazia parecer perigosamente atraente, como se desfrutasse da minha raiva.—Logo as crianças estarão aqui com voc
A noite finalmente chegou, e as estrelas junto com as duas luas iluminavam nosso caminho de forma tênue, mas constante. Eu já estava exausta; meus pés doíam de tanto andar, como se estivessem em chamas. Pelo que podia ouvir, eu não era a única. Muitos dos homens também reclamavam em voz baixa, tão cansados quanto eu.—Quero descansar —disse a Eirik, minha voz carregada de cansaço e frustração.Ele ia alguns passos à minha frente, mas ao me ouvir, parou e virou-se para me olhar, seus olhos refletindo uma mistura de exasperação e impaciência.—Não temos tempo —respondeu friamente.Sem dizer mais nada, me deixei cair no chão com um suspiro. Não me importava mais o que ele pensasse; meus pés ardiam, e minhas pernas já não aguentavam. Eu não conseguia continuar.Eirik me observou por um momento, então, inesperadamente, ergueu a voz:—Vamos ficar aqui esta noite —gritou para seus homens.Os homens, visivelmente aliviados, pararam imediatamente e começaram a procurar lugares para se sentarem
O caminho foi longo e exaustivo; cada passo era extremamente doloroso, mas finalmente chegamos. Eirik e os homens pararam em frente às enormes portas do lugar, suas respirações pesadas pelo cansaço acumulado. Eu, com as mãos atadas, fiquei ali, observando com incerteza o que ia acontecer. Cada segundo que passava parecia se esticar interminavelmente; era como se o tempo tivesse parado.Depois de alguns minutos que pareceram horas, as portas finalmente se abriram com um rangido ominoso. Ela apareceu acompanhada de alguns homens. Seu semblante havia mudado completamente. Sua pele, antes resplandecente, agora tinha um tom apagado, e seu cabelo vermelho, tão brilhante e cheio de vida, parecia murchar. Sua energia, aquela que uma vez havia sentido tão poderosa e temível, agora era apenas uma sombra do que foi. Parecia doente, consumida por algo sombrio que a debilitava de dentro para fora.—Bem-vinda a casa, Tiana. Te temos esperado por muito tempo —disse ela com um sorriso enquanto caminh
Fui levada para uma sala escura e fria. Fui amarrada com correntes nos pés e nas mãos, como se fosse um animal raivoso do qual precisavam se proteger. As correntes eram pesadas; a cada movimento, sentia o frio do metal perfurando minha pele. Mas o pior não era isso. Eu me sentia mal, enfraquecida de uma forma que nunca tinha experimentado antes. Minha força havia desaparecido por completo, e, embora tentasse entender o que estava acontecendo comigo, não encontrava explicação. Era como se algo vital em mim tivesse sido arrancado.A porta se abriu com um rangido metálico, e Eirik entrou. Ele segurava um prato na mão. Aproximou-se devagar, deixando o prato no chão à minha frente. Dentro, havia várias frutas, frescas e tentadoras, mas não me importavam. Meu corpo clamava por energia, mas minha mente estava presa na raiva e na dor.— Vejo que você está bem; só precisa aguentar um pouco mais — disse-me com uma calma que me fez ferver por dentro.O ressentimento se acumulava no meu peito, me
O frio penetrava meus ossos; cada rajada gelada parecia penetrar além da minha pele, me deixando tremendo incontrolavelmente. Minhas mãos estavam entorpecidas, cada respiração que eu tomava era um tormento. Meus pulmões ardiam como se estivessem em chamas. O frio era insuportável, uma tortura que eu não conseguia compreender nem suportar.— Ajuda — disse para o nada, minha voz quase um sussurro abafado.Sentia como a vida estava se escapando de mim. Cada minuto que passava sob essa tortura gelada me deixava mais fraca, mais perto de um colapso total. Minha mente lutava para se manter focada, mas o frio parecia querer me arrastar para uma escuridão absoluta.O som estridente da porta fez com que eu desviasse o olhar. Lá estava Eirik, no limiar da porta, com uma expressão preocupada. Estendi a mão em sua direção, desejando desesperadamente sua ajuda.— Por favor — suplicei, minha voz quase inaudível devido ao frio e ao tremor.Eirik se aproximou, retirou minhas amarras rapidamente. Me a
Mordi o lábio inferior enquanto espionava o enorme homem de cabelo negro que se banhava no lago. Sorri um pouco, sabendo que, se descobrissem o que eu estava fazendo, seria severamente punida, embora, sinceramente, eu achasse que valia completamente a pena. O homem ali, semi nu, se chamava Viggo. Eu o havia ouvido de outros homens que, em alguma ocasião, o haviam acompanhado. Ele é um Imperials, e pelo que sei, será o próximo líder. Mas o que realmente me fascinava era o quão bonito ele era. As costas dele eram perfeitas e, bem, outras coisas dele também.Senti minhas bochechas arderem ao lembrar da primeira vez que o vi completamente nu. Foi... impressionante. Nunca tinha visto um homem assim antes, tão exposto, tão imponente.— O que você está fazendo, Thora?! Temos que ir! — A voz de Gytha me tirou dos meus pensamentos, fazendo-me pular de susto. Me virei rapidamente e bati no ombro da minha irmã, que me olhava com uma expressão de reprovação.— Nada — respondi, tentando parecer de
Eu gostava de ir com a anciã comprar algumas ervas que não podíamos encontrar na floresta e que só estavam disponíveis na aldeia. Adorava observar as crianças correndo e se divertindo, as pessoas conversando animadamente, e até gostava de ver as brigas que surgiam de vez em quando entre elas. Tudo era diferente do que eu conhecia, e essa diferença me fazia feliz, me lembrava que havia algo além da floresta.— Thora, pare de sonhar acordada e venha me ajudar! — bradou a anciã, com seu temperamento habitual.Pulei do lugar onde estava absorta nos meus pensamentos e corri até ela, segurando com força a cesta que estava prestes a cair. De repente, surgiu uma multidão de pessoas, empurrando-se umas contra as outras, fazendo com que eu me afastasse da anciã. Fiquei desorientada e, em questão de segundos, senti uma mão firme apertar meu braço, puxando-me para o outro lado. O medo me invadiu no começo, e abri a boca para gritar, até que levantei os olhos e vi de quem se tratava. Era ele, Vigg