59

Quando acordei, a primeira coisa que vi foi a imponente lâmpada pendurada no teto do quarto. Respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos, e me sentei na cama. Ao girar a cabeça, vi minha madrasta, Ana, descansando em um sofá próximo. Sua postura era tensa, como se não tivesse dormido bem. Coitada, ela que sempre foi muito boa comigo, agora que tudo isso me aconteceu é quando aprecio o que ela sempre fez por mim.

— Ana — a chamei com a voz ainda rouca; sentia minha garganta seca.

Ela abriu os olhos lentamente, e assim que me viu acordada, levantou-se de um salto, se aproximando rapidamente de mim com preocupação no olhar.

— Você está bem? — perguntou, sua voz tremendo levemente, como se temesse a resposta.

Assenti. Ela merecia algo melhor, e sei que, por minha causa, não tinha mais olhado para outros homens. Depois do que aconteceu com meu pai, ela se concentrou em cumprir o que prometeu: cuidar de mim sempre.

— Desculpe por tudo de ruim que te fiz passar. De verdade, de coraçã
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