Enzo não era apenas um velho tolo como seus colegas governantes de Semiramis pareciam crer. Ele sabia quando tentavam mentir sobre qualquer aspecto da situação na cidade. Graças, em grande parte, aos que mantinha perto de si como seus olhos e ouvidos.
Apesar de às vezes, como agora, nutrir uma tênue tristeza pelo enfeite do cenário ser apenas isso.
— Quantas baixas? - perguntou ignorando a tentativa feita de mantê-lo tranquilo com palavras cautelosas e vagas. Já sabia a resposta, mas queria terminar logo aquele teatro para começarem a parte produtiva da reunião.
— Ontem morreram mais dez. - disse Jurandir após um suspiro que anunciou sua desistência da tarefa de manter Enzo longe dos problemas. - No total perdemos cerca de quatrocentos soldados e cem aventureiros. Alguns poucos de rank quatro e três.
— Aquele é um lugar amaldiçoado pelos deuses, um ponto de reunião para almas atormentadas. Não há o que encontrar lá além de morte. Recomendo firmemente que não vão. - a atendente começou tentando pôr medo e juízo neles. - Relatos dizem que uma quantidade anormal de mortos vivos vaga por ali e os lobos azuis são bem mais ativos nessa área. Ninguém irá com vocês, os aventureiros que estão aqui já conhecem o lugar, mas muitos mais foram para nunca mais voltar. Os pobres que tentaram ir fundo demais naquela área. Já tentamos pedir auxílio às grandes cidades, mas ou nos ignoravam ou pediam muito mais do que tínhamos como pagar. Esse é um dos maus de não fazer parte do território de uma das grandes metrópoles. E mesmo as duas aventureiras de alto nível que vieram não deram um fim ao problema, entregando algum vago relato e voltando-se a caçar os lobos azuis. Isso já se estende há quase um ano, não é tarefa para novatos. Tudo começou com um pequeno gesto de bondade para uma desconhecida. As trevas há muito tocavam a terra quando, por entre as árvores, ela surgiu. Carregava um embrulho de tamanho razoável e uma expressão selvagem que lembrava um animal encurralado. O casal que saíra para passar a noite na margem do lago a observou com certo receio, uma espada via-se presa às ancas da mulher por um cinto, mas ao notarem o bebê aquilo logo mudou. Os levou certo esforço para desvencilhar a estranha pessoa segurando uma criança de sua desconfiança, a trazer para junto da fogueira e alimentá-la com alguns peixes que haviam trazido para o piquenique. Assim que ela ficou confortável o suficiente, lhe foi pedido para contar sua história. Não recusou-se a fazê-lo, na verdade parecia ter mais interesse nisso que o casal. <5.5°
O terceiro nível veio com dificuldade, sangue e suor. Lutando contra o pai durante a manhã, treinando como uma louca até o fim da tarde e então meditando até adormecer. Repetindo isso dia após dia, sentindo a aura de poder do senhor da Cruz do Primeiro manhã após manhã, que era o mesmo que encarar os portões da morte, finalmente tornou-se capaz de usá-lo.Isso aos quinze anos. Algo extremamente raro. Normalmente alguém que começara aos doze só a poderia fazê-lo aos vinte. Com exceção dos heróis e daqueles que são reconhecidos como os mais fortes de suas épocas, ninguém pudera chegar àquele patamar tão rápido. Embora não pudesse manter o nível três ativo por sequer vinte minutos e geralmente ficasse quase incapaz de s
Não podiam vencer aquela guerra de atrito. Havia suposto isso há um tempo, quando primeiro começou a desconfiar que algo estava errado com a frequência dos ataques de monstros, mas só agora a certeza o acertara em cheio. Um pelotão inteiro foi derrotado e os inimigos invadiram a cidade que tomaram dos vampiros.Não fossem ele e a elite da elite, aquele teria definitivamente sido o fim para todo o exército. Os monstros já viam-se fortes como alguém no limite mínimo para ser considerado um rank um. Qualquer soldado classificado sob o rank dois era inútil sozinho. E isto diminuia o tanto de muralha que podiam vigiar. Mesmo usando golens e familiares e só tendo sofrido ataques vindos pelo norte… nada impedia um ataque pela outra extremidade.Colocaram Zéfir
Vieram encontrá-los enquanto se dirigiam por um caminho afastado da estrada de Roma. Eram uma trupe com cinco grandes carroças puxadas por seis bois musculosos e negros. O condutor sorriu ao ver Antony e chamou os companheiros que viam-se do lado oposto ao do mercador para cumprimentá-lo. Foi uma reunião calorosa e cheia de piadas sujas. Fearblood se sentiu uma taça quente de sangue sob o elmo e agradeceu silenciosamente sua intuição apesar da situação diferir da que supora. Colocar o capacete antes de se aproximarem dos carros de madeira puxados por musculosos animais porque talvez pudessem vir a ser perigosos inimigos, bandidos e assassinos, evitando a estrada principal usada por todo viajante de bem, fora sua ideia. De certo modo estar errada não a deixou um bom gosto na boca. — Não precisa se preocupar, garota, são só uns velhos cachorros mal nascid
Quando escapou do exército élfico, disparando pela cidade e a deixando pelo portão oeste, rumar para as áreas de produção que ficavam entre a Cruz do primeiro e as montanhas era o que tinha em mente.Mesmo nunca tendo feito o trajeto, se seguisse a estrada feita de pedras lisas, comumente chamada de rota do ouro, não teria problemas para chegar lá. Mas antes de fazê-lo, usando uma parte da cabeça que ainda não fora afetada pelo medo, concluiu que os elfos iriam para lá a seguir. Se pretendiam exterminar o povo daquela cidade ou apenas dominá-lo, acabariam tomando a área onde boa parte da produção estava logo que terminassem ali.Afinal era onde a maioria da riqueza da cidade construía-se e também o local onde vários vampiros,
— O que está fazendo? - perguntou a pequena elfa enquanto balançava a espada num movimento vertical.A vampira abriu os olhos e a fitou. Estavam acampadas numa pequena elevação coberta de grama. O dia ainda estava no auge e a brisa passava diante seus corpos como uma dançarina travessa de pés leves. A elfa negra vestia trapos cinzentos, um lençol verde desgastado com um buraco por onde punha a cabeça e outros dois pelos quais atravessava os braços.— Hã? - respondeu, atordoada.Ela olhou para a Fearblood com grandes olhos de cor púrpura e largou a espada.— Você tá bem? - a criança perguntou e se aproximou.
O pontífice dos elfos normalmente é aquele que ´´mais se assemelha a deus e, portanto, é o mais próximo de entendê-lo``. Mas só um entre um seleto grupo de talentos, vindos de famílias abastadas, com sangue puro, dotados da visão superior, tinham a chance de o ser e recebiam rigoroso treinamento para tal.Alcides tinha quase todos os pré-requisitos e até chegou a frequentar algumas aulas com aqueles que vieram a ocupar grandes posições na cidade élfica. Helena, Aeolus, Zéfiro, Penthesilea, Aquiles, não o grande herói, e Leônidas. Haviam ao menos outros dez, mas esses foram os mais bem sucedidos e aqueles que desde o início passavam uma sensação de superioridade.Mas quando alguns membros do parlamento, um gr