— O que está fazendo? - perguntou a pequena elfa enquanto balançava a espada num movimento vertical.
A vampira abriu os olhos e a fitou. Estavam acampadas numa pequena elevação coberta de grama. O dia ainda estava no auge e a brisa passava diante seus corpos como uma dançarina travessa de pés leves. A elfa negra vestia trapos cinzentos, um lençol verde desgastado com um buraco por onde punha a cabeça e outros dois pelos quais atravessava os braços.
— Hã? - respondeu, atordoada.
Ela olhou para a Fearblood com grandes olhos de cor púrpura e largou a espada.
— Você tá bem? - a criança perguntou e se aproximou.
O pontífice dos elfos normalmente é aquele que ´´mais se assemelha a deus e, portanto, é o mais próximo de entendê-lo``. Mas só um entre um seleto grupo de talentos, vindos de famílias abastadas, com sangue puro, dotados da visão superior, tinham a chance de o ser e recebiam rigoroso treinamento para tal.Alcides tinha quase todos os pré-requisitos e até chegou a frequentar algumas aulas com aqueles que vieram a ocupar grandes posições na cidade élfica. Helena, Aeolus, Zéfiro, Penthesilea, Aquiles, não o grande herói, e Leônidas. Haviam ao menos outros dez, mas esses foram os mais bem sucedidos e aqueles que desde o início passavam uma sensação de superioridade.Mas quando alguns membros do parlamento, um gr
Foram convidados a usar o teto da guilda, foi preciso que o elfo saísse da frente dela para a Fearblood conseguir se acalmar. E o soldado teve de ser pago com uma quantia generosa de ex para a situação não terminar em cadeia.O guarda contratou uns dois aventureiros que chegaram assim que a situação ficou sob controle e logo se retirou, deixando no ar a promessa de voltar caso a vampira causasse problemas.Antony não havia se machucado e, tirando o fato de que pretendia matar o sujeito que a esperava na parte de cima daquele estabelecimento, não tinha muito com o que se preocupar por hora. A garota sentia-se descansada, sem qualquer traço de dano sobre os membros.Enquanto subia as escadas o mercador tentava desvencilhá-la da ideia de confrontar a
Rayka tinha uma boa vida. Um pai, uma mãe, tantos irmãos que sequer podia contar até recentemente. Dormiam sob a proteção das árvores e comiam o que quer que delas viessem. Geralmente frutas, mas havia algumas flores e sementes que também eram servidas. Tinham gosto bom, só que precisavam ser recebidos da planta certa ou poderiam ser venenosos.E possuíam livros, tantos que era comum não caberem nos armários rústicos feitos de troncos de árvores caídas. Seu pai dizia que apenas livros possuíam permissão de serem feitos através da vida de uma planta. E mesmo assim precisavam ser das bem velhas, aquelas cujo tempo na terra tenha ultrapassado cem anos, sempre pondo uma semente no lugar dela após sua morte.Mesmo assim Rayka nunca os vira de
É, a vampira imaginou desde que vislumbrou sua expressão que ele não mentiria. Não de forma descarada o suficiente para ser descoberto.Fearblood já decidira quem o elfo era. Seu inimigo. O pior dos monstros, mais maligno que qualquer fera irracional que tentou matá-la nos dias que seguiram a queda da Cruz do Primeiro. Mas se este houvesse dito´´Não o mataria, o perdoaria em prol das vantagens disso.``ou algo do tipo, teria fechado os olhos para a raiva e o rancor. Seria fria, racional e compreensiva.Enfim, a escolha foi feita e isso estranhamente a encheu de uma paz e calma pertubadores.Iria dar um fim a vida do assassino. Só, nada mais, nada menos.O estômago se aquietou, os punhos relaxa
Quando o universo começou a ser preenchido, Gaia nasceu, mas era só um pequeno foco de energia divina. Um pedaço de terra pairando no vazio imensurável. Uma pequena fonte de energia mágica, ao menos para o padrão vigente no início dos tempos.Sem nenhuma forma de vida mortal naqueles que foram seus primeiros bilhões de anos de existência. Acompanhada apenas da chama avermelhada que deu-lhe a luz, outros iguais que pairavam espalhados pela imensidão do universo e o próprio vazio, a tela em branco na qual fora pintada. Gaia via-se incapaz de crescer.Então avançou no tempo tão facilmente quanto um mortal comum levanta da cama. No futuro paradoxal, criado pela ida a um local que nunca foi criado, começou a se desenvolver, usando dos seres vivos que habitavam sua
O sangue daquele estabelecimento não era tão ruim quanto beber direto do couro duro e da pelagem de um animal. Ou monstro selvagem. Mas nem de longe podia ser comparado ao que tomava em sua casa, na Cruz do Primeiro.Os vampiros definitivamente não eram muito respeitados se aquilo é o padrão nas demais cidades e nas aldeias. Fearblood começou a questionar se o pai nunca pensou em exportar os conhecimentos para se preparar um bom copo de sangue aos demais povos.Talvez quando tudo acabasse e a paz fosse tamanha que o tédio estaria lhe batendo a porta, a garota abrisse um restaurante voltado aos de sua raça.Mas por hora precisava prestar atenção às pessoas naquela mesa. Um elfo capaz de fazê-la frente em batalha, um meio licantro
Augustus chegou a Semiramis trinta e três dias depois do seu confronto ao lorde Fearblood e a chacina que perpetuara na Cruz do Primeiro. Dos trinta mil elfos que o acompanharam a partir da descida do Sangue Branco, apenas dois mil chegaram vivos à cidade dos licantropos.Os monstros já haviam alcançado um patamar que pareava com guerreiros de rank um medianos. Isso por si só o fazia achar uma grande conquista manter mais de cem elfos de pé, visto que tirando essa quantia o restante era de rank dois e daqueles com apenas o limite mínimo de poder para esta classificação.Todos de força inferior a isto morreram. E a previsão é de que muitas mais baixas fossem ocorrer até o fim daquelas ondas de inimigos.Semiramis parecia e
Depois de pensar, processar e questionar a si mesma sobre aquela teoria, Fearblood se pôs de pé. Os punhos fechando-se com força, as sobrancelhas pressionando as pálpebras e um estranho acelerar tomando seu coração.O que aquilo deveria significar? O que aquilo deveria mudar? O que aquilo melhorava?O nariz ardia e puxava o ar num ritmo maior e com ciclos menores.Devia torná-la mais rancorosa? Mais sedenta por vingança? Menos frustrada com a ideia de poder ter impedido ao menos a morte dos cidadãos da sua cidade devolvendo o livro assim que o encontrou?— Alcides não é seu inimigo. Se realmente planeja ir atrás dos que mataram seu pai e povo, comece o tomando como aliado. - Antony c