Será que Vittorio vai descobrir que tem um coração? Será que o medo vai finalmente fazer com que perceba que pode se apaixonar finalmente?
O mundo voltou em pedaços.Isabella acordou com a garganta seca, a cabeça latejando e o gosto amargo do desespero na boca. Tudo era escuridão. O chão era frio, úmido, e sob seu corpo um concreto áspero arranhava a pele de seus joelhos. Seus braços estavam amarrados para trás, e uma dor aguda corria pelas articulações.Tentou se mover, mas o menor gesto fez as amarras apertarem ainda mais seus pulsos.Um zumbido ecoava em seus ouvidos. O coração batia forte demais, como se quisesse explodir pelas costelas. Ela tentou se lembrar — o jardim, o cheiro de lavanda, o céu alaranjado, depois o pano encharcado, o cheiro químico invadindo seus sentidos...E então: o escuro.Ela prendeu a respiração ao ouvir passos se aproximando. O som de botas pesadas sobre concreto. Um estalo metálico, como uma tranca sendo destravada, e depois a luz — fraca, amarelada, cortando a penumbra como uma lâmina.— Finalmente acordada — disse uma voz masculina, rouca e cheia de escárnio.Isabella piscou várias vezes
O cheiro de mofo e ferrugem invadia suas narinas como lâminas. A luz da única lâmpada pendurada no teto tremia levemente, lançando sombras tortas sobre as paredes descascadas. Isabella estava amarrada a uma cadeira, os pulsos presos por cordas ásperas que já haviam aberto pequenos cortes em sua pele.O homem loiro, aquele dos olhos frios, ajustava a câmera com calma. Havia outros dois ao fundo. Um mascarado, o mesmo que a tocara antes, e outro, mais distante, encostado na parede com um cigarro aceso entre os dedos.— Luz, câmera... gritos — disse o loiro, com um sorriso nojento.Isabella não respondeu. Seus olhos estavam fixos no chão, os cabelos bagunçados cobrindo parte do rosto. Mas por dentro, ela tremia. De medo, de impotência... e de raiva. Uma parte dela queria implorar. A outra queria morder a garganta deles.— Olhe para a câmera — ordenou o loiro, levantando o queixo dela com brutalidade.Ela não obedeceu.A primeira bofetada veio com força suficiente para fazer sua cabeça gir
A dor já não era uma sensação passageira. Tornou-se um estado de ser. O gosto do sangue misturado ao medo era um lembrete cruel do tempo que Isabella passava ali, naquele cativeiro imundo, sob o olhar predador de homens sem alma.Ela não sabia quantas horas haviam se passado desde que aquela lâmina havia tocado sua pele, desde que seu vestido fora rasgado como um aviso. Sua cabeça pêndia para frente, os pulsos ardiam nas amarras, mas seu espírito ainda resistia. Isabella não choraria. Não daria a eles o prazer de vê-la se despedaçar.O homem loiro de olhos frios, que ela já começava a chamar de Demônio, inclinou-se para ela, observando-a como se fosse um experimento inacabado.— Interessante... Achei que a boneca já teria quebrado — ele murmurou, puxando-a pelo cabelo para que seus olhos se encontrassem. — Mas você ainda tem fogo nos olhos. Isso vai tornar tudo ainda melhor.—Quem sabe eu não aproveito desse seu fogo pra me aquecer tenho me sentido tão sozinho.—Ele falou em voz mais ba
O choro de Isabella ecoava no carro como uma canção partida. Envolta na jaqueta de Luca, seus ombros tremiam silenciosamente. Não havia mais gritos. Apenas aquele vazio, como se o corpo dela ainda estivesse preso ao galpão enquanto a mente se perdia num labirinto de terror.Luca, ao volante, olhava pelo retrovisor com preocupação contida. Nunca o vira assim. Nem quando enterraram homens vivos. Nem quando executaram traidores. Mas agora... aquela menina, destruída por dentro, o fazia desejar que Vittorio deixasse algo para ele acabar.Isabella agarrou a gola do casaco, como se fosse a única ancora contra o mar de lembranças que a puxava para o fundo. A voz do Demônio ainda sussurrava nos cantos da sua mente. O toque. As ameaças. A humilhação.Ela não sabia onde Vittorio estava. Mas esperava, com todo o sangue ainda quente, que ele estivesse destruindo o mundo por ela.A morte daquele Demônio não iria trazer nada de bom para sua vida, mas saber que ele não seria mais um risco real, lhê d
O vapor ainda subia da pele de Isabella quando ela envolveu o corpo com o robe branco. Seus cabelos úmidos colavam-se ao rosto, e seus olhos ardiam — não só pelo calor do banho, mas pelas lembranças que ferviam em sua mente.Ela poderia ter chamado uma das empregadas. Poderia ter pedido algo para beber, ou simplesmente batido a campainha e esperado que alguém viesse servi-la. Mas não quis.Precisava caminhar. Sentir o chão sob os pés. Dominar cada passo da própria vontade.Voltar para a realidade, voltar ao normal. Normal?! Meu Deus sua vida podia ser tudo menos normal, des de que se aproximara de Vittorio sua vida tinha sido tudo menos normal. De uma menina que trabalhava em algum escritório qualquer, à assistente de Mafioso, virando sua noiva sem muita escolha, apresentada a Famiglia da Mafia e não podemos esquecer um quase triângulo amoroso, (alguém que nunca foi desejada por ninguém agora tinha dois homens dispostos a brigar por ela), acusada de infidelidade, sequestrada, molestada
A noite ainda envolvia a cidade quando Vittorio estacionou o carro na entrada da mansão. As luzes externas lançavam sombras sobre seu rosto endurecido, os olhos sombrios refletindo tudo o que havia acontecido naquela noite. A resposta que buscava finalmente fora arrancada dos lábios do Demônio, e agora, cada célula do seu corpo queimava com um único propósito: proteger Isabella.Ele deveria ter voltado com ela, mas não podia. Não até garantir que nenhum outro traidor permanecia à espreita, aguardando uma nova oportunidade. E agora que sabia o nome... que soubesse, ele mesmo lidaria com isso. Mas primeiro, precisava vê-la.Vittorio desceu do carro, batendo a porta com firmeza. Luca, que o aguardava do lado de fora, soltou um suspiro discreto ao ver o chefe se aproximar.— Ela está lá dentro — informou. — Não quis companhia. Está trancada no quarto desde que voltou.Vittorio assentiu, os punhos ainda cerrados.— Algo suspeito? — perguntou, a voz baixa, mas carregada de perigo.Luca hesit
O silêncio entre eles era pesado. Vittorio sentia o corpo de Isabella estremecer contra o seu, mas sabia que não era apenas pelo cansaço. Havia algo mais. Algo que ela se recusava a dizer.Ele recuou um pouco, mantendo as mãos nos ombros dela, forçando-a a encará-lo.— Isabella — sua voz era baixa, mas afiada como uma lâmina. — Eu preciso que me diga a verdade.Ela desviou o olhar. Seu peito subia e descia rápido demais, como se estivesse sendo sufocada pelas próprias lembranças.Vittorio apertou levemente seus ombros.— Eles te tocaram?Isabella engoliu em seco, sentindo o chão se abrir sob seus pés. Seu instinto era mentir. Fingir que nada aconteceu, que tudo estava bem. Mas não estava. E ela sabia que ele não acreditaria em palavras vazias.— Não foi… — sua voz falhou, e ela fechou os olhos por um momento, tentando reunir forças. — Ele tentou, mas não conseguiu.Vittorio congelou.Sua respiração ficou pesada. Seus olhos se estreitaram, o maxilar travou. O sangue rugia em suas veias
O calor da banheira relaxava os músculos de Isabella, mas seu peito ainda subia e descia de maneira acelerada. A tensão no ar era palpável. Vittorio se sentou primeiro, puxando-a para si, acomodando-a entre suas pernas fortes. Suas mãos deslizaram lentamente pela lateral do corpo dela, dedos quentes contra a pele fria.— Você está tremendo — ele murmurou contra sua nuca, roçando os lábios ali, enviando um arrepio por sua espinha.— Eu sei — ela sussurrou, fechando os olhos.Os dedos de Vittorio traçaram um caminho preguiçoso pela curva de sua cintura, subindo devagar até seus seios. Ele hesitou. Não queria ultrapassar limites, não queria que ela sentisse que precisava provar algo.Mas Isabella segurou suas mãos e as colocou sobre seu corpo, guiando-o.— Eu quero — sua voz era um fio de desejo e decisão.O controle se esvaía de Vittorio como areia por entre os dedos. Ele beliscou levemente os mamilos dela, sentindo Isabella arfar, seu corpo se arqueando contra o dele. O membro dele late